Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

3913 - O Improviso de Djavan

"Quem canta, seus males espanta", diz há séculos a sabedoria popular. E os seres sensatos e iluminados nunca deixam de se aproveitar dessa sapiência genuína do povo. É cantando, e compondo maravilhas sonoras e poéticas, que Djavan Caetano Viana (Maceió, Alagoas, 27 de janeiro de 1949) vem encantando a todos nós que amamos a boa música desde seu primeiro álbum, "A Voz, o Violão, a Música de Djavan", lançado em 1976. São 50 anos de uma rica e bem-sucedida carreira artística que serão comemorados com uma turnê com apresentações em estádios, com 11 cidades no roteiro. Djavan segue a onda que levou os ícones da MPB Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia a se apresentarem para um público maior. Os locais ainda serão divulgados em breve. A única confirmação é que o show de estreia será realizado em São Paulo no Estádio Allianz Parque. Em Belo Horizonte poderá ser no Mineirão ou na Arena MRV, em julho de 2026. A turnê se encerrará na sua terra natal, Maceió, em 5 de dezembro. 
Turnê "Djavanear 50 Anos – Só Sucessos":
9 de maio – São Paulo (SP) – Allianz Parque
23 de maio – Salvador (BA)
30 de maio – Fortaleza (CE)
13 de junho – Curitiba (PR)
27 de junho – Brasília (DF)
18 de julho – Belo Horizonte (MG)
1º de agosto – Rio de Janeiro (RJ)
29 de agosto – Florianópolis (SC)
24 de outubro – Belém (PA)
31 de outubro – Recife (PE)
5 de dezembro – Maceió (AL)



A base para este show que percorrerá várias capitais dos estados do Brasil a partir de 9 de maio é o conjunto de canções inesquecíveis do artista nos muitos anos de estrada, mas também o álbum lançado recentemente, no dia 11 de novembro, intitulado "Improviso", que de improviso pouco tem. Djavan segue um padrão na composição de suas joias raras, sempre acompanhado de músicos talentosos e fieis. Neste 26º disco de estúdio lançado pela Luanda Records/Sony Music e com produção, direção artística e arranjos do próprio, o artista alagoano mostra 12 canções autorais, com 11 inéditas e uma regravação da música "O Vento", composta em parceria com o grande letrista Ronaldo Bastos, gravada por sua querida amiga Gal Costa no disco "Lua de Mel Como o Diabo Gosta" em 1987. É uma homenagem à magnífica cantora baiana que nos deixou recentemente e que foi a sua maior intérprete, gravando 13 canções de sua autoria. Outra curiosidade do repertório é que Djavan finalmente resolveu colocar letra na música "Pra Sempre" e gravá-la. A música ficou na gaveta, escondida, desde 1987, quando ele criou a música, sem letra, a pedido do amigo Quincy Jones para integrar o disco "Bad", de Michael Jackson. Djavan, sempre humilde, ficou receoso de enviar a música e quando finalmente decidiu mandá-la, o disco de Michael já estava sendo mixado e a música ficou de fora. 
As 12 canções de "Improviso", que foi realizado em Dolby Atmos e ganhará edição em vinil:
1) "Um Affair" - 4:18
2) "O Vento" (parceria com Ronaldo Bastos) - 4:56
3) "Improviso" - 4:46
4) "Pra Sempre" - 3:51
5) "Sonhar" - 4:08
6) "Para Nunca Mais Esquecer" - 3:52
7) "Falta Ralar!" - 4:37
8) "O Escolhido" - 4:51 
9) "O Grande Bem" - 4:12
10) "Levei a Noite" - 3:08
11) "Cetim" - 3:51
12) "Um Brinde" - 5:36



O disco "Improviso" foi gravado no Estúdio Em Casa, de Djavan, por músicos que acompanham o artista há vários anos. Tocaram no álbum o Torcuato Mariano (guitarra), Marcelo Mariano (baixo), Paulo Calasans e Renato Fonseca (piano e teclado), Felipe Alves (bateria), Marcos Suzano (percussão), João Castilho (guitarra), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), Marcelo Martins (sax tenor) e Rafael Rocha (trombone), com participação dos filhos do artista, João Viana (bateria) e Max Viana (guitarra).
Djavan é um caso à parte na MPB, um compositor diferenciado, um cantor sofisticado, um artista carismático e adorado pelo público. Sua alma de músico lapidada desde a infância com a ajuda da mãezinha Virgínia o faz se sentir feliz e realizado quando está criando música, gravando as canções e se apresentando no palco para seus milhões de admiradores como eu. Foi ao sentir a força e a beleza de "Luz" em 1982 que apaixonei-me verdadeira e eternamente pelo som do rapazinho das Alagoas. O artista original, versátil, criativo, sereno, elegante, sábio, sublime, atemporal, já passou da hora de virar nome de avenida. E muitas, as mais importantes!
Um grande abraço espinosense.


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