Fazer música, por si só, é um negócio difícil. Fazer música sem se submeter às exigências mercadológicas é uma tarefa deveras complicada. E fazer música fiel aos seus princípios, sem se preocupar com o sucesso e de forma independente no Brasil é um trem danado de escarpado e trabalhoso. Mas o mineirinho "Roqueiro da Roça" José Geraldo Juste, que veio ao mundo na cidadezinha de Rodeiro no 9 de dezembro de 1944, passou por cima de todas essas circunstâncias e vicissitudes e, com sua arte e sua música poderosas, conquistou milhões de admiradores.
Depois de alcançar enorme visibilidade com uma música não composta por ele, a canção "Cidadão", de autoria de Lúcio Barbosa, Zé Geraldo abriu horizontes para enfim ver, suas não muitas, mas belas composições sendo ouvidas, compreendidas e apreciadas, finalmente. Mais adiante, passou por muitos perrengues, exagerou no fumo e na bebida, causou mal a muitas pessoas por conta do vício em álcool, peitou as gravadoras e corajosamente se lançou na carreira independente, mesmo com perdas enormes na divulgação dos seus trabalhos. Foram 17 álbuns independentes e mais os demais. O mais recente álbum (o 22º de inéditas) saiu agora em 2024, denominado "O Lugar Onde Eu nasci", com 10 canções.
Agora, ainda cheio de poesia e vitalidade, o Roqueiro Rural Zé Geraldo continua na estrada, criando lindas canções, fazendo parcerias e se apresentando pelo Brasil, levando beleza e leveza a quem ama boa música. Nesta segunda-feira, 9 de dezembro de 2024, o artista comemorou com bastante alegria e esperança os seus 80 anos de existência, recheado de boas histórias, uma delas, de vital importância em sua vida, quando ainda jovem, sobreviveu milagrosamente após um acidente envolvendo o ônibus que o levava de volta de Governador Valadares para São Paulo no ano de 1966. A forte batida entre o ônibus em que viajava e uma carreta, sepultou o sonho do jogador de futebol e fez desabrochar o talento do artista musical.
Peço ao bom Deus para que cubra de bênçãos o grande Zé Geraldo, para que ele mantenha a saúde, a humildade e a criatividade que resultou em tantas belas histórias contadas e tão belas melodias que nos encantam a alma.
Vida longa e saudável, poeta octogenário! Pois quem nasce Zé não morre Johnny, não, Senhorita!
Um grande abraço espinosense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário