Terminou o Brasileirão. E o grande time do Botafogo de Futebol e Regatas reafirmou a sua força e a qualidade impecável do seu elenco milionário, levantando a taça de Campeão Brasileiro de 2024, repetindo o grande feito da Copa Libertadores da América poucos dias atrás. Comandados pelo treinador português Artur Jorge, Jefferson Savarino, Luiz Henrique, Ígor Jesus e seus companheiros mostraram ao mundo o poderio de uma equipe montada com enormes investimentos financeiros, qualificada, competitiva e coesa na busca dos objetivos, conquistando duas das mais importantes competições do continente americano. E sem sombra de dúvidas, merecidamente! Viva o Botafogo, com louvor!
Mas o que necessariamente autentica o sucesso ou o fracasso entre tantos clubes brasileiros e estrangeiros que buscam o atingimento dos seus objetivos esportivos e econômicos em uma temporada? Os 20 clubes do Campeonato Brasileiro entram na disputa com a mesma meta? Os 32 clubes da Copa Libertadores, a partir da fase de grupos, têm o mesmo propósito na disputa, levantar a taça de Campeão? Obviamente que não! Clubes como Atlético-GO, Criciúma, Cuiabá, Vitória e Juventude sabem das suas condições financeiras bem abaixo de gigantes como Palmeiras, Flamengo e Botafogo, e têm consciência que estão lutando pela permanência na Série A, nunca pelo título, este praticamente impossível. Outros com mais poder de fogo sonhavam com a classificação para a Libertadores neste ano, casos do Fluminense, Grêmio e Atlético, o que não aconteceu. Haverão os que comemoram a permanência na primeira divisão, os que se classificaram para a Copa Sul-Americana e os que disputarão a Libertadores em 2025. Neste último caso, estão felizes as equipes de Fortaleza e Bahia, que terão a honra e o prazer de retornar à disputa da mais importante competição do continente, com dois clubes nordestinos atuando pela primeira vez juntos na História. Isoladamente, o Tricolor Baiano disputou a Libertadores em 1961, 1963 e 1989 e o Tricolor Cearense em 2022 e 2023. E na Libertadores, como imaginar que um Huachipato, um Palestino, um Millonarios, um Deportivo Táchira ou um Caracas entre na competição com ambição de conquistar a Glória Eterna? Sonho, devaneio, ilusão, delírio apenas. Mesmo na disputa desses jogos eliminatórios em que grandes surpresas podem ocorrer, os times de maior tradição e poder econômico sempre serão os favoritos, como River Plate, Boca Juniors, Flamengo, Palmeiras e agora o Botafogo de bolso cheio de grana. Esta é a realidade, simples.
O Botafogo do megainvestidor norte-americano John Textor é, indiscutivelmente, o clube mais vencedor da temporada, com a inédita conquista da Copa Libertadores da América e a do Brasileirão após 29 anos da conquista de 1995. E ainda terá a oportunidade de conquistar a Copa Intercontinental agora em dezembro, quando poderá enfrentar o Real Madrid de Carlo Ancelotti.
E quem mais, dos clubes brasileiros, pode se considerar vencedor e bem-sucedido neste ano de 2024? O Flamengo, o time mais rico e de maior torcida do país, também com investimentos gigantes, pode se considerar um relativo sucesso na temporada, por ter vencido o Campeonato Carioca, após duas taças seguidas perdidas para o eterno rival Fluminense, e a sua quinta Copa do Brasil, diante do meu Atlético. Ainda conquistou a terceira colocação no Brasileirão e confirmou a participação na fase de grupos da Libertadores 2025.
O Palmeiras, outro gigante com investimentos pesados no elenco, parece-me ser um dos maiores fracassados do ano. Tudo bem que ganhou o Campeonato Paulista e que lutou até a última rodada pelo título do Brasileirão, sendo superado pelo Botafogo em seis pontos na tabela, mas as eliminações na Copa do Brasil para o Flamengo nas oitavas de final e na Libertadores para o Botafogo também nas oitavas, tiraram o brilho do fortíssimo time do competente e arrogante Abel Ferreira, mesmo com a segunda colocação no campeonato nacional e a confirmação na Libertadores do próximo ano.
O Palmeiras, outro gigante com investimentos pesados no elenco, parece-me ser um dos maiores fracassados do ano. Tudo bem que ganhou o Campeonato Paulista e que lutou até a última rodada pelo título do Brasileirão, sendo superado pelo Botafogo em seis pontos na tabela, mas as eliminações na Copa do Brasil para o Flamengo nas oitavas de final e na Libertadores para o Botafogo também nas oitavas, tiraram o brilho do fortíssimo time do competente e arrogante Abel Ferreira, mesmo com a segunda colocação no campeonato nacional e a confirmação na Libertadores do próximo ano.
Já Fortaleza, Internacional, São Paulo, Corinthians e Bahia têm muito o que comemorar. Fortaleza e Bahia retornam à Libertadores em 2025, dois clubes do Nordeste juntos pela primeira vez na competição. São Paulo também retorna e Internacional e Corinthians se destacaram com uma recuperação extraordinária. O time gaúcho, depois de um prejuízo enorme com as enchentes no Sul que atingiram seu estádio, o Beira-Rio, forçando-o a jogar fora de casa em várias partidas. E o Timão, que conseguiu uma reviravolta elogiável ao fugir do rebaixamento e chegar entre os primeiros da tabela e confirmar sua vaga na competição sul-americana mais importante.
O Cruzeiro, na disputa do Brasileirão, esteve sempre na briga por uma vaga na Libertadores, competição que não disputa desde 2018. Mas no returno, o time caiu muito de produção e chegou ao final na nona posição, conseguindo apenas a participação na Copa Sul-Americana de 2025, assim como o seu arquirrival. Olhando apenas os resultados, o clube não foi bem-sucedido em 2024, pois perdeu as duas finais de que participou, sendo superado pelo Atlético na decisão do Campeonato Mineiro e pelo Racing na decisão da Sul-Americana.
Vasco, Vitória, Fluminense e Grêmio não devem se considerar bem-sucedidos no ano, mas conseguiram se livrar do rebaixamento e ainda beliscaram uma vaga na Sul-Americana do ano que vem. Pior para o Fluminense, que foi o grande Campeão da Libertadores em 2023, em uma queda vertiginosa de desempenho, praticamente atuando com o mesmo elenco. O Grêmio tem a desculpa dos prejuízos que levou com a interdição da sua Arena por conta das cheias em Porto Alegre. Juventude e Red Bull Bragantino comemoram o livramento da Segundona e mais nada. Athletico, Criciúma, Atlético-GO e Cuiabá, rebaixados, só têm o que lamentar pelas campanhas negativas.
Deixei o meu time do coração para o final, pois o ano do Atlético foi, como sempre, recheado de fortes emoções, deixando a apaixonada e fanática torcida em polvorosa. E com os nervos à flor da pele. Examinando com atenção e imparcialidade a situação do Galo ao final desta temporada, percebemos que vivemos momentos inesperados, tanto positivos quanto negativos. Com um elenco desequilibrado e carente em algumas posições cruciais, fizemos bonito ao chegar a três finais das quatro competições que disputamos em 2024, com a primeira colocação e o título no Campeonato Estadual, vencendo com louvor o nosso arquirrival, e as segundas colocações na Copa do Brasil e na Libertadores, sendo superado por equipes de muito mais investimento e qualificação, casos de Flamengo e Botafogo. Nestas três competições, o Atlético foi muitíssimo bem e superou bastante as expectativas e os planejamentos do clube, especialmente nas duas últimas. Na direção contrária, negativa, sentimos muito a carência de bons jogadores na suplência do elenco, o que contribuiu de maneira expressiva para a campanha claudicante no Campeonato Brasileiro, notadamente em partidas em que as lesões, suspensões e convocações para a disputa da Copa América debilitaram sobremaneira o time titular, causando sucessivos resultados negativos que acabaram influenciando na pontuação pífia na tabela de classificação. Esses muitos pontos perdidos em jogos contra adversários menos qualificados, em que o time entrou em campo com predominância dos suplentes, custou muito caro ao clube, que chegou à derradeira partida do campeonato correndo um risco enorme de ser rebaixado, um cenário completamente desastroso e catastrófico para a sobrevivência esportiva e econômica do Pentacampeão Mineiro. A salvação e permanência na primeira divisão e a classificação para a disputa em 2025 da Copa Sul-Americana podem e devem ser comemoradas, mesmo com a bastante parcimônia, pois a queda seria um processo terrível e comprometedor às finanças do clube, que ainda enfrenta problemas graves com a administração das imensas dívidas. É de se lamentar e cobrar, firme, mas respeitosamente, dos dirigentes da SAF, a falta de investimentos no elenco, o que resultou nesta situação em que computamos um gigante prejuízo de ganhos futuros de mais de R$ 400 milhões, que viriam de participações em torneios milionários em 2024 e 2025, se tivéssemos tido sucesso pleno.
Agora é aguardar o desenrolar dos acontecimentos nas férias do futebol, esperando que em 2025 tenhamos uma reformulação ampla e uma reorganização e reforço do nosso elenco para lutarmos juntos por mais vitórias e conquistas importantes na nova temporada. Que assim seja!
Um grande abraço espinosense.
Um grande abraço espinosense.
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