Minha vida é um livro aberto, com boas e más situações jamais escamoteadas. Mas só me meto na vida das pessoas se for para ajudar em alguma circunstância, questão de princípios. Assim sendo, aqui está um esclarecimento sobre uma triste notícia envolvendo minha família. Há pouco tempo tomei conhecimento do falecimento em Campinas, São Paulo, de um irmão meu por parte de pai, o Lourenço. Para quem desconhece, a situação que envolve a minha família é muito esdrúxula e até inacreditável. Lá pelos anos 60, ano de 1968 para ser mais exato, meu pai saiu de casa deixando três filhos gerados com minha mãe Juvercina, a Dona Zu. O mais velho, José; a do meio, Joana D´Arc; e o caçula, eu, na época com seis anos. Abandonada a primeira família e não mantendo qualquer contato com ex-esposa e filhos, meu pai constituiu nova família com sua segunda esposa, gerando sete filhos, quatro mulheres e três homens. Na ausência de sabedoria e clarividência, ele nunca se preocupou ou atuou para criar laços de irmandade, carinho, aceitação e estima entre os seus descendentes, criando uma situação extremamente surreal de duas famílias completamente estranhas e distantes, sem qualquer comunicação natural e constante. Nesta circunstância ilógica, cada um seguiu sua vida sem se preocupar em contactar ou criar laços com os demais. E o tempo passou rápido, com cada um cuidando em paz da sua vida, até que um encontro forçado ocorreu em Espinosa quando da morte do nosso pai alguns anos atrás. Alguns filhos da segunda família, que moram em São Paulo, estiveram em Espinosa, assim como nós da primeira família, que também moramos fora. Foi um encontro insólito, embaraçoso, mas sereno e completamente amistoso, com promessas de início de uma nova história, desta vez com mais contato e proximidade. Mas infelizmente as nossas promessas não se concretizaram, com cada um seguindo seu caminho de forma independente. Não consigo explicar mais detalhadamente como tamanha excentricidade se formou entre nós, pois não há animosidade ou rejeição alguma entre a gente. Porém, ao mesmo tempo, não há aglutinação e sentimento de afeição profunda, o que é lamentável. Podemos sim, e devemos, ser criticados por situação tão esdrúxula, mas ao longo do tempo não tivemos quem agisse para nos aproximar e nos conciliar, nem mesmo nossas mães, o que é uma pena. Não há dúvida de que cada um e todos nós temos uma grande parcela de culpa neste imbróglio completamente inusitado, que não sei como ou quando irá se solucionar.
É muito estranho tudo isso. Só sei que, eu, Zé e D´Arc, ficamos bastante tristes, aborrecidos e incomodados com tal panorama por todo o tempo e agora ainda mais quando ficamos sabendo de maneira aleatória do falecimento de um dos nossos irmãos do lado paterno, o Lourenço, que faleceu dias atrás em Campinas, sem a chance de estarmos presentes para apresentar a nossa solidariedade.
Fica aqui registrado o meu sincero sentimento de pesar e o meu carinho e abraço solidário à mãe do Lourenço, bem como aos demais irmãos que estão abalados e tristonhos com esta perda tão grande. Que o bom Deus lhes conceda a força, resignação e fé necessárias para superar momento tão doloroso. E que o Lourenço seja recebido por Deus em seu Reino e que de lá nos abençoe para que consigamos enfim nos entender melhor e nos aproximar como irmãos verdadeiros.
Registro, também com atraso, os falecimentos dos senhores Levir Carroceiro, Geraldo Correia Santos (Geraldo Carpinteiro), Maurício Fiel Campos, Altino José da Silva e Rodrigo Dias da Rocha. Meus pêsames a todos os familiares.
Que o bom Deus acolha a todos em seu Reino de Paz e Justiça!
Um grande abraço espinosense.
2 comentários:
Taquinho, meus sentimentos pelo irmão de sangue e pelos de laços de amizade. Suas palavras são sempre bem expostas e " intendíveis ".
Gde abraço
Todo o sentimento de pesar e solidariedade, Eustáquio. Zé e D'arc!!
Belo relato amoroso de um quadro de amores atravessados!
Lindo, lindo!! 🙌🏼🫱🏽🫲🏾🫂❤️🕊
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