Espinosa, meu éden

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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Centenário de Espinosa - Postagem 69

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

A história de uma cidade não se resume aos fatos históricos e às personalidades locais. Lugares, construções, empreendimentos e até alguns veículos tornam-se figuras relevantes na trajetória evolutiva da cidade. Os mais atentos e observadores, e mais antigos, obviamente, certamente se lembrarão da Rural de Quincão, da Rural de Bola, da Rural de Didi Freitas, do Fenemê de Yeyé Antunes, do Dodge Dart de Amável, do Aero Willys de Zezé Sepúlveda, do Fusca de Wanderley do BB, do Ford Maverick de Plínio do BB, do DKW-Vemag de Negão da Oficina e do Jeep de Sêo Vavá, entre tantos outros automóveis, picapes e caminhões históricos. 
Este último foi protagonista de muitas e saborosas histórias e entrou definitivamente para as nossas vidas, nós da Rua da Resina. O Jeep era o xodó de Sêo Florisvaldo Lopes Cruz, o querido Vavá da Caixa. Funcionário da extinta instituição financeira Minas Caixa, Sêo Vavá comprou o Jeep basicamente para levá-lo às caçadas que tanto gostava de fazer no mato, ao lados dos filhos e dos amigos. Mas o Jipão, como o apelidamos carinhosamente, tornou-se o único meio de locomoção de toda a nossa turma para todas as circunstâncias. Com espaço concebido para duas pessoas nos bancos da frente e para quatro pessoas na parte traseira, o Jipão era tão generoso que acomodava o dobro disso ou até mais, mostrando sua força e bravura. Às vezes, em movimento, soltava uma das rodas dianteiras, mas mesmo assim se mantinha firme e ereto, sem consequências para seus ocupantes. Era nele que, sob a direção do saudoso Gera, íamos para a fazenda de Clóves Cruz comprar litros da famosa pinga "Ingazeira" para fabricar as "batidas" distribuídas nas nossas festinhas. Era nele, com Gera ou Quinha na direção, que pongávamos em bando para sair pelos botecos da cidade curtindo a juventude, sem medo de ser feliz. Era também nele que passeavam na cidade as filhas de Sêo Vavá e a nossa turma se deslocava para os passeios nos recantos naturais da região, como por exemplo o Açude de Clóves. 






Nos animados Carnavais de Espinosa, o Jipão era aquele que nos levava em carreata pelas ruas, acomodando uma inacreditável quantidade de foliões até mesmo sobre o capô. A última fotografia acima, apesar de pouco nítida e um tanto cortada, é uma prova inequívoca da importância e da robustez do velho Jipão de Sêo Vavá que tanto nos serviu e nos proporcionou momentos memoráveis. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

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