Espinosa, meu éden

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sábado, 20 de janeiro de 2024

Centenário de Espinosa - Postagem 23

Para comemorar o Centenário de Espinosa da sua emancipação política, publicarei aqui no nosso blog 100 (CEM) textos específicos (além das postagens normais), sobre imagens, acontecimentos e "causos" sobre mim, a minha Espinosa e alguns dos seus notáveis personagens.

Somente os mais velhos irão se recordar dos terríveis anos de inflação desgovernada no final da década de 80 e início da década de 90, quando os índices inflacionários chegaram a números estratosféricos no Brasil, período em que administraram o país os presidentes José Sarney e Fernando Collor de Mello. Tal situação caótica descambou para uma taxa de inflação acima de 80% ao mês, fazendo os preços das mercadorias praticamente dobrar em um único mês, corroendo inapelavelmente os salários dos trabalhadores e dificultando a vida de todos nós, especialmente os mais pobres que não tinham recursos para aplicação no famoso overnight. A coisa só melhorou quando, depois de vários planos econômicos malsucedidos e fracassados, foi lançado o Plano Real, no governo do presidente Itamar Franco.
Foi nesta época desastrosa da nossa história que em Espinosa ocorreu, se não me engano, a primeira greve de grandes proporções, que resultou no fechamento da agência local do Banco do Brasil por alguns dias até que as reivindicações dos funcionários fossem em parte atendidas. O nosso salário estava tão corroído pela inflação galopante que, mesmo com medo de represálias por parte do governo e a ameaça de demissão, reunimo-nos em assembleia e decidimos aderir à greve nacional dos bancários. Foi uma experiência traumática, tensa, mas extremamente recompensadora, pelo sentimento de união, força e coragem em lutar pelos nossos direitos.




A turma de funcionários do Banco do Brasil nesta época era formada por gente da melhor qualidade, com colegas de trabalho que se transformaram em amigos fieis, leais e eternos. Na histórica foto diante da faixa da greve e do prédio da agência do BB em Espinosa estão Fernando, Eustáquio, Tiãozinho, Izaías (Zazá), Carlos Magno (Magrão), Serjão, Quinha, Álvaro, Waldir, Helena, Zé Américo, Sampaio, Francelino e Vânia, todos eles guardados para sempre em meu coração. 
Um forte, imenso e centenário abraço lençóisdorioverdense. 

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