Há exatos 85 anos, o Brasil perdia um dos seus maiores artistas da música, o violonista, cantor e compositor Noel Medeiros Rosa. Nascido no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1910, o bebê filho do comerciante Manuel Medeiros Rosa e da professora Marta de Medeiros Rosa, depois batizado de Noel, veio ao mundo com uma deformação no queixo, resultado de complicações no parto realizado com uso de fórceps. Tal situação o acompanhou por toda a curta vida, prejudicando sua autoestima e até sua alimentação. Noel viveu muito pouco tempo, falecendo com apenas 26 anos de idade. Mesmo com esta passagem rápida pelo mundo, Noel foi um artista bastante prolífico, deixando como legado cerca de 300 músicas compostas, entre Sambas, Marchinhas e Choros. Compunha suas canções com o violão ou com o bandolim, deixando para a eternidade clássicos da MPB-Música Popular Brasileira como "Com Que Roupa?", "Conversa de Botequim", "Feitiço da Vila", "Fita Amarela", "O Orvalho Vem Caindo" e "Palpite Infeliz". Não à toa foi apelidado de "Poeta da Vila".
Formou com amigos músicos, Almirante, Braguinha, Alvinho, Henrique Brito e Henrique Domingos, o grupo musical Bando de Tangarás no ano de 1929, gravando disco e fazendo shows até se decidir a deixar a turma e se enveredar por outros desafios.
Em 1930, então com 20 anos, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina na tentativa de se tornar médico, mas abandonou o curso depois de dois anos, dedicando-se integralmente ao que mais amava, a música e a boemia. Compôs muitas músicas que fizeram estrondoso sucesso nos carnavais da época, como "As Pastorinhas" e "Pierrô Apaixonado". Trabalhou no rádio em vários programas, com grande sucesso. Casou-se com a jovem Lindaura, com quem teve um casamento conturbado, já que se ausentava corriqueiramente de casa para tocar, cantar, beber e fumar na boemia ao lado dos amigos. Isso talvez tenha prejudicado ainda mais sua saúde frágil após o acometimento da tuberculose que o matou em 1937.
O falecimento de um prodígio da música aos 26 anos de idade, ainda tão jovem, nos deixa a tristeza de imaginar o quanto de tesouros musicais o Noel Rosa poderia nos ter presenteado se o destino tivesse lhe reservado uma vida mais longa. Resta-nos cultivar o prazer e a alegria de nos deliciar com suas canções harmoniosas e de letras sagazes, irônicas e tão bem-humoradas. Viva Noel!
Um grande abraço espinosense.
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