Normalmente o que mais se ouve nas rodas amigáveis de papo positivo nos lares e bares das cidades é a derrocada da música atual, tanto no Brasil como no exterior. As lamentações de que a música produzida atualmente no mundo é de péssima qualidade são uma constante. Discordo totalmente. Desde que o mundo é mundo a produção musical sempre nos ofereceu, simultaneamente, tesouros e porcarias, isso nos mais diversos estilos. O que muda é o espaço que determinadas vertentes musicais conseguem na mídia, especialmente no rádio e na TV, em muitos casos com o uso do maldito "jabá". Aos que infelizmente não conseguem acesso amplo à boa música produzida no mundo, resta se submeter ao repertório oferecido pelos donos e administradores das emissoras, geralmente de baixa qualidade e de forte apelo comercial. De vez em quando, abre-se um pequeno espaço para estilos musicais pouco atraentes para a maioria da população. Uma constatação: o Rock and Roll, hoje quase que completamente desaparecido das paradas de sucesso, teve um boom gigantesco nos anos 80 no Brasil, com uma overdose de bandas fazendo incrível sucesso. Como foi gostoso curtir Paralamas, Legião, RPM, Titãs, Ira, Capital, Engenheiros etc. Atualmente o espaço musical no país é praticamente tomado pelo funk, pelo piseiro e pelo sertanejo universitário. Nada contra essas expressões musicais extremamente populares, mas tudo contra o monopólio. Justo seria que toda a população tivesse acesso a todas as variantes musicais e, depois de conhecê-las, optassem por curtir aquelas com que mais se identificassem. A realidade é que ninguém gosta do que não conhece. Como exemplo do que digo, lembro-me de que quando criança e adolescente em Espinosa não tive a oportunidade de descobrir em tempo o Rock, o Reggae, nem muito menos a Bossa Nova. Só mais tarde, já jovem e melhor informado é que pude me apaixonar loucamente pelo som dos Beatles, do Queen, do Supertramp, do Tom Jobim, da Elis Regina, do João Gilberto e do espetacular Pink Floyd de Roger Waters, este último apresentado pelo meu saudoso primo Dim de Tio Genésio, a quem devo gratidão eterna pela dica.
Sim, não há como negar que a parada de sucessos nos apresenta muita coisa de péssima qualidade. Mas isso não é novidade, sempre existiu porcaria em todas as vertentes musicais. O tempo se encarrega de descartar o medíocre e perpetuar o sublime. E enganam-se aqueles que acham que atualmente não é produzida música de boa qualidade! Sim, ela existe e em boa quantidade. É só pesquisar, ato mais do que prazeroso, ainda mais nesses tempos de tecnologia avançada, Internet acessível e várias plataformas de streaming onde você, da frente do computador, confortavelmente em casa, ou em qualquer lugar com o celular, pode descobrir maravilhas da canção mundial com pouco ou nenhum esforço. Basta querer sair da mesmice e ter vontade de aumentar o conhecimento, ampliar o desenvolvimento da mente e turbinar o prazer proporcionado pela música.
Novos e antigos artistas, com suas belas criações, estão à nossa inteira disposição com apenas um click. Foi assim que descobri a banda Balara e sua linda canção "Sonhos". A banda foi criada em 2016 na cidade praiana paulista de Santos, liderada pelo talentoso Luccas Trevisani (vocal, piano, violão e guitarra), ao lado dos atuais parceiros Danilo Almeida (bateria) e Daniel Debski (guitarra e backing vocal). O nome da banda, Balara, vem de um povoado no Nepal, que foi escolhido em conjunto pelos integrantes da banda, ainda com a presença do baixista Danilo Finno, já desligado da galera.
O primeiro álbum da turma, denominado "Depois de Um longo Caminho", teve produção de Lampadinha e foi lançado em 2018 com 10 músicas:
1) "Guarde na Mente" - 4:25
2) "Tudo Pode Mudar" - 4:14
3) "Alguém Pode Dizer" - 3:45
4) "Mais Além" - 3:55
5) "A Última Música" - 3:48
6) "Dias Na Vida" - 2:53
7) "Seu Anjo" - 3:01
8) "Difícil Explicar" - 3:36
9) "O Resto de Tudo" - 3:20
10) "Nada a Pedir" - 4:37
A vertente musical da rapaziada é o chamado "Pop Inspirador", uma mistura de MPB e Pop Rock, com suas melodias agradavelmente sedutoras e seus versos positivos, motivacionais e de alto-astral, espalhando fé e esperança de dias melhores aos que os ouvem. Para o segundo álbum da banda, o letrista Luccas Trevisani criou várias composições durante o recolhimento causado pela pandemia e já apresentou algumas ao seu público nas plataformas de streaming, casos de "Sonhos", "Deixa Ela Voar" (parceria com Mateus Cristóvão), "Se Eu Morasse em Você", "Recomeço" e "Algo Me Diz".
O novo álbum com mais canções além destas deverá ser lançado ainda neste ano de 2022, talvez neste segundo trimestre. Que venha logo e que traga muito sucesso pra esta rapaziada boa demais!
Um grande abraço espinosense.
SONHOS
Luccas Trevisani
Sonhos muitas vezes são segredos
Que a gente guarda e nunca conta pra ninguém
Sonhos muitas vezes mostram medos
Que a gente nem sabe que tem
Às vezes sonhos mostram o futuro
Às vezes o que já passou
Às vezes são histórias impossíveis
Mas tudo foi real no tempo que durou
Sonhos são reais quando a gente sonha
São como deuses
Deixam de existir pra quem não acreditar
Sonhos são reais
Mesmo sendo loucos ou impossíveis
Vão acontecer só pra quem sonhar
Sonhos são desfechos que não fecham
Geralmente são difíceis de lembrar
Dizem que no sonho a alma voa
E quem é que nunca quis voar
Sonhos são reais quando a gente sonha
São como deuses
Deixam de existir pra quem não acreditar
Sonhos são reais
Mesmo sendo loucos ou impossíveis
Vão acontecer só pra quem sonhar
Pa pa pa, pa pa pa, pa pa pa, pa pa pa, ah, Uhuuu
Na, na ra na na, na ra na, na ra na
Sonhos são reais quando a gente sonha
São como deuses
Deixam de existir pra quem não acreditar
Sonhos são reais
Mesmo sendo loucos ou impossíveis
Vão acontecer só pra quem sonhar
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