É quase impossível a população saber os álbuns mais vendidos e os sucessos mais tocados no país com precisão absoluta. A única possibilidade de termos uma noção básica sobre esse mundo tão amplo e maravilhoso que nos encanta sempre, é acompanhar os números divulgados pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), uma sociedade de sete associações de música que representam os artistas e demais titulares filiados a elas: Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC, que trabalha para levantar dados de execuções das canções para reconhecer e remunerar os artistas filiados.
"Para que os artistas sejam devidamente remunerados, os promotores de shows e eventos, audições públicas, casas de espetáculos, circos, teatros, trios elétricos e micaretas devem enviar ao Ecad o roteiro corretamente preenchido com as músicas executadas e os nomes dos respectivos autores e intérpretes. As associações que administram o Ecad possuem contratos de representação com associações de música estrangeiras. Quando músicas internacionais tocam por aqui, os valores arrecadados pelo Ecad no Brasil são enviados aos artistas e outros titulares estrangeiros por intermédio das associações brasileiras. Já os valores arrecadados no exterior, referentes às músicas brasileiras lá tocadas publicamente, são remetidos diretamente às associações brasileiras, sem envolvimento do Ecad. Não existe diferença entre os valores pagos para a execução de músicas nacionais e as estrangeiras."
"Para que os artistas sejam devidamente remunerados, os promotores de shows e eventos, audições públicas, casas de espetáculos, circos, teatros, trios elétricos e micaretas devem enviar ao Ecad o roteiro corretamente preenchido com as músicas executadas e os nomes dos respectivos autores e intérpretes. As associações que administram o Ecad possuem contratos de representação com associações de música estrangeiras. Quando músicas internacionais tocam por aqui, os valores arrecadados pelo Ecad no Brasil são enviados aos artistas e outros titulares estrangeiros por intermédio das associações brasileiras. Já os valores arrecadados no exterior, referentes às músicas brasileiras lá tocadas publicamente, são remetidos diretamente às associações brasileiras, sem envolvimento do Ecad. Não existe diferença entre os valores pagos para a execução de músicas nacionais e as estrangeiras."
São sete os segmentos de arrecadação realizados pelo Ecad: Carnaval e Festas de Fim de Ano, Casas de Festas e de Diversão, Festa Junina, Música ao Vivo, Rádio, Shows e Sonorização Ambiental. No segmento Carnaval e Festas de Fim de Ano, a música mais tocada é "Mamãe eu Quero", de Jararaca e Vicente Paiva. No segmento Casas de Festas e de Diversão, a líder de execuções não poderia deixar de ser "Parabéns a Você", de Mildred Junius Welch Hill, Patty Smith Hill e Lea Magalhães. No segmento Festa Junina, a campeã é "Festa na Roça", de Palmeira e Mario Zan, um verdadeiro hino do Sertão na sanfona. Surpreendentemente, no segmento Música ao Vivo, repete-se o "Parabéns a Você". No segmento Shows destaca-se "Sentimento Caprichoso", música de Adriano Aguiar, Geovane Bastos e Michael Trindade. No segmento Sonorização Ambiental, as líderes de execuções são "Don't Start Now", de Emily Warren, Caroline Ailin Buvik Furoeyen, Dua Lipa e Dj Ixl, e "Señorita", de Benny Blanco, Ali Tamposi, Charli Xcx, Magnus Hoiberg, Jack Patterson, Camila Cabello e Shawn Mendes. Já no segmento Rádio, dependendo da região, são várias as canções mais tocadas, com destaque para "Tô Aí", de Adair Cardoso e Gustavo Henrique, líder de execuções no Centro-Oeste, no Nordeste e no Sul do Brasil.
Chama a atenção a enorme disparidade de participação feminina em relação à masculina, com os homens dominando com folga a execução e faturamento. As artistas femininas receberam menos de 10% dos valores distribuídos aos homens em 2020, o que é lamentável. Conforme o Ecad, "no ranking dos 100 autores com maior rendimento em todos os segmentos de execução pública nos últimos cinco anos, a média de participação feminina foi de apenas 4%. Em 2020, apenas 2 mulheres figuraram no ranking dos 100 autores com maior rendimento em direitos autorais". Em 2020, o Ecad distribuiu R$ 947,9 milhões para 263 mil compositores, artistas e demais titulares, além das associações, fazendo muitos novos ricos. Em 2021, acumulado até março, foram distribuídos R$ 191 milhões a 159 mil artistas e outros titulares beneficiados.
Pesquisando sobre o assunto música no site do Ecad, podemos descobrir que a maravilhosa canção de Pixinguinha e Braguinha, "Carinhoso", assumiu a liderança do ranking de música mais gravada no Brasil, superando a criação de Ary Barroso, "Aquarela do Brasil". Agora, "Carinhoso" possui 411 gravações cadastradas no banco de dados do Ecad, enquanto "Aquarela do Brasil" tem 409.
Surpreendeu-me positivamente descobrir que, entre as 15 músicas mais gravadas no país, nada menos que oito delas foram compostas pelo saudoso e genial maestro Tom Jobim, em criações solitárias ou em parceria com outros grandes nomes da nossa música, especialmente o poetinha Vinícius de Moraes.
O aniversariante recente, talvez o mais famoso, popular e querido artista brasileiro, Roberto Carlos, possui nada menos que 676 músicas e 1.138 gravações cadastradas no Ecad. Eis suas canções mais tocadas e gravadas nos últimos cinco anos:
Triste é perceber, nessa pesquisa das execuções das músicas brasileiras, que a música sertaneja de raiz, a boa e velha MPB e o Rock and Roll perderam espaço para uma avalanche de músicas de gosto duvidoso. Obviamente, toda vertente musical precisa ser respeitada pela sua singularidade e popularidade, pois sempre existirá coisa muito boa em meio ao bolo da vulgaridade. Após uma boa depuração, sobram os realmente talentosos, mostra a história. Que a música de qualidade, qualquer seja a vertente musical, vigore, sobreviva e se eternize em nossos corações e nas listas do Ecad, recompensando com justiça os grandes artistas que tanta alegria e prazer nos dão!
Um grande abraço espinosense.
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