Esse tempo angustiante, penoso, incerto e inseguro, com a necessidade de praticarmos todos, o isolamento social por conta da pandemia do Coronavírus, tem suas vantagens, mesmo que forçadas. É uma ótima oportunidade para, aproveitando o tempo livre, revermos grandes produções cinematográficas que assistimos há muito tempo e que talvez tenhamos nos esquecido de algum detalhe importante. É o que estou fazendo, revisitando algumas peças do meu diminuto acervo cinematográfico.
Ontem à tarde, ao lado da esposa Cléa e dos caninos Nina, Hunter e Martin, resolvi rever o filme "O Aviador" ("The Aviator"), uma produção da Alemanha/Estados Unidos de 2004, dirigida pelo grande Martin Scorsese, com roteiro de John Logan, que nos apresenta a interessante história do milionário e visionário Howard Hughes. Uma maravilha de produção!
Logo na primeira cena do longa, uma incrível coincidência com esses nossos tempos de sofrimento e retiro forçado. O pequeno Howard é ensinado pela mãe a entender o significado da quarentena, soletrando as letras da palavra para fixar bem em sua mente a necessidade de ficar confinado no quarto para não se contaminar pela pandemia do cólera. Nada mais atual, portanto.
Daí em diante o filme transforma-se imediatamente em uma profusão de imagens pulsantes, com uma fotografia impecável, fruto do brilhante trabalho de Robert Richardson, não à toa vencedora do Oscar. Na premiação de 2005, o filme ainda ganharia os prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante (Cate Blanchett), Melhor Edição (Thelma Schoonmaker), Melhor Direção de Arte (Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo) e Melhor Figurino (Sandy Powell). No Globo de Ouro, os prêmios foram de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama para Leonardo DiCaprio e Melhor Trilha Sonora para Howard Shore.
Em 2 horas e 50 minutos o espectador tem a oportunidade de conhecer um pouco da vida glamourosa e atribulada de um magnata excêntrico, extravagante, cheio de problemas psicológicos e sonhos grandiosos para realizar, contra tudo e contra todos, custasse o que custasse. Lutando contra seus próprios demônios e driblando as rasteiras do destino, o alucinado Howard consegue conquistar o amor de mulheres fortes e belíssimas, bem como realizar muitos dos seus sonhos, seja fazendo filmes ou construindo seus aviões, suas duas grandes paixões.
O verdadeiro Howard Robard Hughes Jr. foi um sonhador, um sujeito de inteligência incomum, que conseguiu criar filmes e pilotar e projetar aviões modernos e de grande porte apenas com seus conhecimentos autodidatas. Sobreviveu a um grave acidente aéreo de maneira inacreditável. Foi um notável empreendedor americano que nasceu em 24 de dezembro de 1905, em Humble, no Texas, e faleceu em 5 de abril de 1976, em Houston, Texas, EUA, aos 70 anos de idade. Notabilizou-se especialmente por construir e pilotar o gigantesco hidroavião H-4 Hércules, que teve vida curta, voando apenas uma vez na história. Foi um acontecimento à época o transporte do enorme avião de 97,5 metros de envergadura com 66,6 metros de comprimento. Quando desmontado, foi levado da fábrica em Los Angeles até o mar em Palm Beach.
Elenco: Personagem - Ator
Howard Hughes - Leonardo DiCaprio
Katharine Hepburn - Cate Blanchett
Noah Dietrich - John C. Reilly
Ava Gardner - Kate Beckinsale
Juan Trippe - Alec Baldwin
Ralph Owen Brewster - Alan Alda
Professor Fitz - Ian Holm
Jack Frye - Danny Huston
Jean Harlow - Gwen Stefani
Errol Flynn - Jude Law
Johnny Meyer - Adam Scott
Roland Sweet - Willem Dafoe
Odie (Glenn Odekirk) - Matt Ross
Faith Domergue - Kelli Garner
Katharine Houghton - Frances Conroy
Robert E. Gross - Brent Spiner
Louis B. Mayer - Stanley DeSantis
Joseph Breen - Edward Herrmann
Thelma - Josie Maran
Ellen Frye - Emma Campbell
Roscoe Turner - Raymond Ducasse
Jorge - Vincent Laresca
Para contar em detalhes a incrível complexidade da personalidade de Howards, o diretor Martin Scorsese montou um elenco de gigantes, com atuações impecáveis, especialmente a do protagonista Leonardo DiCaprio. Como sempre, o diretor de maravilhas como "Taxi Driver", "Touro Indomável", "Os Bons Companheiros", "Gangues de Nova York", "Os Infiltrados", "A Invenção de Hugo Cabret", "O Lobo de Wall Street", "O Irlandês" e de documentários musicais como "The Last Waltz", "No Direction Home: Bob Dylan", "Shine a Light" e "George Harrison: Living in the Material World", mostra toda a sua capacidade artística na criação de obras memoráveis e indispensáveis a quem ama loucamente a sétima arte.
Recomendo, a quem ainda não viu, assistir, pois o filme é excelente, ainda mais sendo baseado em uma história verdadeira, coisa que eu, particularmente, adoro. Não deixem de ver, se possível.
Recomendo, a quem ainda não viu, assistir, pois o filme é excelente, ainda mais sendo baseado em uma história verdadeira, coisa que eu, particularmente, adoro. Não deixem de ver, se possível.
Um grande abraço espinosense.
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