Depois de uma abertura meio chinfrim promovida pela Conmebol na final da Copa Libertadores da América Edição 2019, com apresentações musicais muito sem graça, eis que finalmente a cobiçada taça apareceu e foi cuidadosamente colocada no pedestal próximo ao campo de jogo, carregada pelo ex-zagueiro Júnior Baiano, representando o Flamengo, e pelo atacante Cavenaghi, representando o River Plate. Em seguida à entrada das equipes e após a contagem regressiva emanada dos alto-falantes do Estádio Monumental de Lima, no Peru, o árbitro chileno Roberto Tobar autorizou o início da partida decisiva. Os também chilenos Christian Schiemann e Claudio Rios foram os seus auxiliares em campo e o uruguaio Esteban Ostojich foi o árbitro de vídeo.
Na TV Globo a transmissão ao vivo para todo o Brasil contou com a narração de Luís Roberto e comentários de Júnior e Casagrande. Na Fox Sports, onde eu assisti ao jogo, a narração foi de Arnaldo Prieto e os comentários de Edmundo e Paulo Vinícius Coelho, o PVC.
Como não poderia ser diferente, o jogo começou com um natural nervosismo de ambas as equipes, concentradas ao extremo. Marcação cerrada, pouco espaço para as investidas dos adversários, disputa por cada centímetro do campo e entrega total nas jogadas. Assim é que logo no início, Arrascaeta levantou a bola na área, o goleiro Armani saiu de soco e se chocou com Bruno Henrique. Em outra disputa, o zagueiro Rodrigo Caio saiu com o nariz sangrando após cabecear a cabeça de Borré.
Aos 13 minutos, o River Plate abriu o placar, depois de um cruzamento de Nacho Fernández e um chute rasteiro e certeiro de Borré, camisa 19, de perna direita, sem a mínima chance de defesa para Diego Alves.
Aos 29 minutos, o primeiro cartão amarelo da partida. Casco, do River, recebeu o dele após falta em Rafinha. Muita marcação, pouco espaço, esquema tático seguido à risca pelos jogadores de ambos os lados. Por conta disso, poucas chances de gol de lado a lado. Aos 36 minutos, um chutaço de Palacios de fora da área levou perigo ao gol do Flamengo, passando perto da trave direita de Diego Alves. O primeiro tempo terminou com um melhor desempenho do time argentino, que conseguiu anular o excelente toque de bola e rápida movimentação do time de Jorge Jesus. Não há dúvidas, o River foi melhor na primeira etapa, com mais finalizações e desarmes.
No segundo tempo, o Flamengo começou bem mais determinado e forte, com um chute fraco de Gabriel defendido sem problema por Armani logo no primeiro minuto de partida. Aos 11 minutos, uma incrível chance perdida pelo Flamengo. Bruno Henrique ganhou a jogada pela esquerda e cruzou para Arrascaeta que furou a bola, que sobrou para Gabriel chutar na zaga e no rebote, Éverton Ribeiro chutou fraco para a ótima defesa de Armani. Aos 25 minutos, Nacho mata no peito e chuta sem deixar cair a bola com perigo. Aos 30 minutos o Flamengo cria boa jogada com tentativa de bicicleta de Arrascaeta e chute de primeira de Diego por muito acima do travessão. Aos 32, Lucas Pratto desperdiça boa chance ao não tocar pro companheiro melhor colocado, chutando para fora. Logo em seguida, Gabriel faz boa jogada, vai à linha de fundo mas toca em cima do zagueiro, quando Bruno Henrique esperava desmarcado o passe dentro da área, em uma excelente chance de marcar. O tempo passava rápido para a torcida do Flamengo e muito devagar para a torcida do River. E o jogo ficava cada vez mais emocionante e tenso, com mais espaços em campo para criação de jogadas de ataque. E o Jorge Jesus resolveu ir para o tudo ou nada, faltando poucos minutos de jogo. Substituiu o Willian Arão por Vitinho e apostou no ataque total. E o destino sorriu para o técnico português, pois logo depois o Flamengo conseguiu o ansiado empate. Lucas Pratto perdeu a bola no meio de campo e proporcionou o contra-ataque do Flamengo. Bruno Henrique tocou para Arrascaeta dentro da área, que cruzou rasteiro para o Gabigol só escorar e balançar as redes. A esperança se renovou, pois com esse resultado de empate, a decisão iria para os pênaltis. Mas não! Não demorou três minutos e novamente o iluminado atacante goleador balançou mais uma vez as redes do River Plate, com um chutaço de perna esquerda, e confirmou de forma inapelável a grande conquista rubro-negra carioca. Não havia mais tempo para reação do River e aí foi só segurar o placar até o apito final do árbitro.
Com esta conquista memorável, o Flamengo torna-se bicampeão da Copa Libertadores da América.
Flamengo 2 x 1 River Plate
Estádio Monumental de Lima, no Peru
Sábado, 23 de novembro de 2019
Gol: Borré (13 minutos 1º tempo) e Gabriel (43 e 46 minutos 2º tempo)
Cartões amarelos: Casco, Matías Suárez, Enzo Pérez (River Plate), Pablo Marí e Rafinha (Flamengo)
Cartões vermelhos: Palacios (River Plate) e Gabriel (Flamengo)
FLAMENGO: 1-Diego Alves, 18-Rafinha, 3-Rodrigo Caio, 24-Pablo Marí e 21-Filipe Luís; 5-Willian Arão (11-Vitinho), 15-Gérson (10-Diego), 14-Arrascaeta (25-Piris da Motta) e 7-Éverton Ribeiro; 27-Bruno Henrique e 9-Gabriel.
Técnico: Jorge Jesus.
Reservas: 12-César, 2-Rodinei, 6-Renê, 26-Thuler, 4-Rhodolfo, 13-Vinícius, 25-Piris da Motta, 10-Diego, 19-Reinier, 11-Vitinho, 20-Lincoln e 28-Berrío.RIVER PLATE: 1-Armani, 29-Montiel, 28-Lucas Martínez, 22-Pinola e 20-Casco (6-Paulo Díaz); 15-Palacios, 24-Enzo Pérez, 26-Ignacio "Nacho" Fernández (9-Julián Álvarez) e 11-De La Cruz; 7-Matías Suárez e 19-Borré (27-Lucas Pratto).
Técnico: Marcelo Gallardo.
Reservas: 14-Lux, 25-Bologna, 6-Paulo Díaz, 4-Angileri, 2-Rojas, 5-Zuculini, 21-Cristian Ferreira, 23-Ponzio, 10-Quintero, 9-Julián Álvarez, 27-Lucas Pratto e 30-Scocco.
Parabéns à enorme e apaixonada torcida do Flamengo pela brilhante e merecida conquista.
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