Hoje, dia 2 de abril, é celebrado em todo o mundo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas - ONU em 18 de dezembro de 2007 para a conscientização sobre esse grave transtorno global do desenvolvimento que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir e que atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil estima-se que sejam 2 milhões os portadores do transtorno.
Fundamentalmente, o transtorno, que não tem cura, possui três características básicas que são a inabilidade para interagir socialmente; um padrão de comportamento restritivo e repetitivo e a dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos em graus variáveis. Estudos mostram que o autismo se dá em todas as classes sociais e etnias, afetando muito mais os meninos que as meninas, sendo percebido normalmente ainda nos primeiros anos da infância. Existem pessoas autistas que não falam nem se comunicam, enquanto outros são extremamente inteligentes, o que prova que cada caso é singular, necessitando de diagnósticos e tratamentos precoces para que os pacientes tenham melhorias substanciais nas suas vidas. Para que o afetado possa ter uma vivência menos traumática, é de fundamental importância a adoção, pela família, de terapias comportamentais e educacionais.
Alguns comportamentos são comuns entre os afetados pelo transtorno, entre eles estão a evitação do contato visual com a mãe, inclusive durante a amamentação; o choro ininterrupto; a apatia; a inquietação exacerbada; a pouca vontade para falar; a surdez aparente: a criança não atende aos chamados; o transtorno de linguagem, com repetição de palavras que ouve; os movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça; a ansiedade; a agressividade e a resistência a mudanças na rotina: recusa provar alimentos ou aceitar um novo brinquedo, por exemplo.
Ainda hoje não se tem muita clareza sobre a síndrome e o diagnóstico é realizado de forma essencialmente clínica, levando em conta o comprometimento e o histórico dos pacientes de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).
Somente nos últimos anos é que o Autismo passou a ter a devida importância nos governos e nas instituições de saúde do país, como a criação do Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, sancionado pela presidenta do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, no dia 13 de abril de 2018, quando em substituição ao presidente Michel Temer em viagem para a Cúpula das Américas no Peru. Em 2012, foi sancionada pela senhora presidenta Dilma Rousseff a Lei nº 12.764, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. É imprescindível que as autoridades se dediquem urgentemente a melhorar a legislação sobre o tema, a promover o acesso amplo à educação e a facilitar o tratamento integral dos pacientes, com total apoio aos familiares, que também precisam de ajuda.
É necessário ainda que a população seja informada e educada para as peculiaridades das atitudes dos pacientes de Autismo, para que estes sejam compreendidos, respeitados e tratados com toda a paciência, amor e carinho. Uma boa ideia foi a criação, pelo desenhista Maurício de Souza, do André, o personagem autista da Turma da Mônica. Espero que mais ações positivas assim sejam realizadas em prol dos nossos irmãos afetados por este transtorno.
Um grande abraço espinosense, especialmente para meu sobrinho Benício. Te amo, garoto!
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