Esqueça aquela cidade tranquila e pacata de tempos atrás, em que você podia dormir de janela aberta e deixar o carro aberto na rua com as chaves na ignição, sem o menor receio de ser roubado. Isso é coisa do passado, meus amigos.
A população de Espinosa está assustada com a grande quantidade de roubos e assaltos à mão armada em residências, casas de comércio e até em estradas da zona rural da cidade. Só nos últimos dias foram assaltadas a agência dos Correios, uma casa lotérica, uma loja de produtos agropecuários e uma loja de conserto de geladeiras. Assaltos à residências, a postos de gasolina e roubos de motos já viraram rotina, levando pânico aos moradores.
Há pouco tempo, o meu tio Luizão, um senhor idoso com cerca de 80 anos de idade, foi covardemente e violentamente agredido, em sua casa na Rua da Resina, por um bandido que exigia dinheiro para comprar drogas. Não fosse a intervenção do seu vizinho Ricardo, ele poderia ter sido morto, tamanha a violência aplicada pelo marginal. Tio Luiz teve que ficar internado alguns dias para se recuperar de tamanho ato de barbaridade, com hematomas por todo o corpo.
Conforme declarações publicadas no Facebook, muitos se queixam da situação culpando a atuação da Polícia Militar. Não acho que a coisa seja tão simples assim. Pode até ser que o contingente policial da cidade precise ser revisto e aumentado, mas acredito que os policiais não são culpados pela situação de violência crescente na cidade. Para eles, os policiais, deve ser extremamente frustrante exercer a sua função de forma vigorosa e eficiente, investigando os crimes e prendendo os marginais, mas logo em seguida perceber que todo o seu esforço foi em vão, com a soltura quase imediata dos foras da lei. Isso, eu entendo, é um fator preponderante para o aumento da violência, a impunidade. As leis estão com penas muito brandas, o que passa a impressão de que o crime compensa atualmente. Isso faz com que os marginais se sintam à vontade para atuar, sem preocupações com as punições.
Outro fator exponencial para tamanha onda de violência é a ampliação assustadora do consumo e do tráfico de drogas, tanto na cidade como na zona rural, que leva jovens a caminhos tortuosos e perigosos. A situação se repete na vizinha cidade de Monte Azul, conforme informações recebidas. O problema é grave e de difícil solução.
Em virtude deste cenário desolador, torna-se urgente e necessária uma atitude firme das autoridades constituídas, com participação efetiva de todos os setores da comunidade, para debater ideias e procurar soluções para amenizar o sério problema que afeta a todos, indistintamente. É hora de esquecer as divergências políticas, as diferenças de classe social, os preconceitos e eventuais rancores e focar nas possibilidades de enfrentar o problema e resolvê-lo o quanto antes. A cidade agradece.
Um grande abraço espinosense.