A pose extravagante de galã irresistível atraía e encantava as mulheres. Pelo menos na utopia do personagem Zé Bonitinho, imortalizado na TV pelo comediante Jorge Rodrigues Loredo. Para ele, o excêntrico personagem de óculos imensos, gravata borboleta, pente gigantesco, topete saliente e bigode extra-fino, "mulher era igual parafuso, só no arrocho". Sua apresentação era sempre em tom solene: "Garotas do meu Brasil varonil: vou dar a vocês um tostão da minha voz...!" , fazendo a alegria de muitos, de todas as idades.
Jorge Loredo nasceu no dia 7 de maio de 1925 e sua vida privada contrastava com a de seu personagem. Era um sujeito humilde e reservado, ao contrário do seu personagem, atrevido e espalhafatoso. Fora do trabalho humorístico, atuava como advogado trabalhista e previdenciário na cidade do Rio de Janeiro.
Conforme suas declarações, o personagem, que estreou na televisão em 1960, no programa "Noites Cariocas", exibido pela já extinta TV Rio, surgiu de observações suas sobre um colega galanteador que penteava o cabelo, as sobrancelhas e o bigode sempre que via um espelho e que "cantava" todas as mulheres que passavam por perto, sem sucesso. O nome veio de um cozinheiro de restaurante, feio pra caramba, que conheceu certa vez.
Até cerca de dois anos atrás, com mais de 50 anos de carreira e com 88 anos de idade, ele ainda se apresentava na tela do SBT no programa "A Praça é Nossa".
Com uma doença pulmonar obstrutiva crônica grave e um enfisema pulmonar, causados pelo vício no cigarro, que durou dos seus 12 aos 80 anos, ele acabou vencido e faleceu pela falência múltipla de órgãos na manhã desta quinta-feira.
Uma grande perda para o humor nacional, atualmente tomado por piadistas agressivos, apelativos e polêmicos.
Jamais esqueceremos seus bordões "Câmera, close; microfone, please" e "O chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso!"
Descanse em paz e com bastante alegria, Zé Bonitinho! Obrigado pelas boas risadas esses anos todos.
Um grande abraço espinosense.
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