Uma das principais características das pequenas cidades são os seus personagens, alguns deles figuras únicas e excêntricas. Normalmente, todos eles possuem uma história de vida de forte teor de dramaticidade e sofrimento.
Estando em Espinosa alguns dias atrás, batendo um papo com Fonso da Codevasf e alguns jovens no Barzinho de Josias, bem ali na Praça Antonino Neves, quis saber quem era aquela senhora que se contorcia animadamente ao som de umas músicas baianas saídas do som de um carro parado ali por perto. E fiquei sabendo que se tratava de uma senhora chamada Neusa, que é apaixonada por música. Dizem que ela não pode escutar uma canção mais animada que logo se entrega à dança. Na conversa que tivemos, também fiquei sabendo da sua triste história. Conforme as informações que tive, ela era esposa de um rapaz negro e morava em uma casa localizada logo depois da linha ferroviária, atrás da Estação Rodoviária, e pude comprovar a sua existência até os dias atuais. Há muito tempo, o seu marido passou em um concurso público para ingressar na Minas Caixa, então instituição financeira do estado de Minas Gerais, mas não foi chamado devido à cor da sua pele. Um completo e condenável absurdo! Após tamanho disparate, depois de mais algum tempo, o seu marido faleceu e ela ficou desamparada e hoje vagueia pela cidade, demonstrando toda a sua alegria, mesmo com todas as vicissitudes da vida.
A ela o nosso respeito e carinho. Que Deus a proteja!
Um grande abraço espinosense.
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