Há muito tempo que as atrações da televisão brasileira, sejam elas novelas, programas humorísticos ou de variedades, primam pela falta de qualidade e mais ainda, pela disseminação dos maus costumes. A ideia transmitida sempre é a do vale-tudo na conquista do sucesso e da fama. E tome apelação: mulheres seminuas, rebolados escandalosos e declarações polêmicas de "pseudocelebridades". Antigamente celebridade era alguém muito talentoso e, com o seu brilhante trabalho se destacando nas diversas áreas do conhecimento, do esporte e da cultura, recebiam essa distinção. Personagens formidáveis como Pelé, no futebol; Stephen Hawking, na física; Marlon Brando, no cinema; Paul McCartney, na música ou Vargas Llosa na literatura podem sim ser chamados de celebridades. Mas hoje, qualquer dançarina de axé, rainha de bateria de escola de samba, mulher-fruta ou cantor de rap ou funk recebe este tratamento.
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O Rei Pelé |
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O físico Stephen Hawking |
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O ator Marlon Brando |
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O cantor e compositor Paul McCartney |
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O escritor Mario Vargas Llosa |
Outra coisa que se vê por aí é a desvirtuação total dos valores que antigamente eram transmitidos na família e na escola. Uma prova disto é o quase desaparecimento da infância das meninas e meninos, que iniciam a vida sexual cada vez mais cedo, com uma liberdade exacerbada, sem limites.
Outra distorção é quanto aos valores que se perderam nessa nossa tal modernidade. Quem hoje em dia ainda respeita os mais velhos, cedendo passagem no passeio ou o seu lugar nos ônibus e outros locais de grande movimento? Quem ainda pede a bênção aos seus pais e avós? Quem ainda trata os pais por "senhor" e "senhora"? Quem ainda devolve um troco recebido a maior de algum comércio ou caixa de banco? Quem ainda é digno de não cometer atitudes anti-éticas para levar alguma vantagem em uma transação qualquer? Quem ainda mantem a ética e não tenta subornar o guarda para tentar escapar de uma multa de trânsito?
É, estamos precisando urgentemente fazer uma dura autocrítica e mudar os nossos conceitos de honradez e dignidade. Não só criticar os erros dos outros, mas nos dar conta das nossas imperfeições e tentar corrigi-las o mais rápido possível, para que os nossos filhos possam se espelhar no nosso exemplo de vida.
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Umas charges para amenizar a bronca |
Estou tocando neste assunto meio polêmico porque a reportagem de capa da Revista Veja desta semana traz uma matéria sobre a personagem "Griselda" da novela Fina Estampa da TV Globo. Quando recebi a revista, repudiei de imediato a atenção dada pela revista ao assunto, na minha impressão inicial, tão banal, já que não costumo perder tempo com novelas. Mas após ler a matéria completa, mudei de ideia. Finalmente um personagem encarna uma pessoa correta, trabalhadora e exemplo para a nossa sociedade, assim como é a maioria do povo brasileiro. A reportagem ressalta a importância da personagem na defesa das velhas atitudes que nos eram cobradas pelos nossos pais e avós: dignidade, honradez, respeito, integridade, gentileza, solidariedade, boa educação, dedicação aos estudos etc.
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A atriz Lília Cabral interpretando a personagem Griselda |
Nos últimos tempos, houve um relaxamento nas relações entre pais e filhos, com os progenitores se rendendo, sem restrições, às exigências de rebentos cada dia mais intragáveis e insaciáveis pelo consumo exacerbado. É a roupa da moda, o tênis da hora, grana para a balada, dinheiro para o abadá da festa de axé, o celular de última geração. E alguns pais, coitados, atolados em despesas da casa se matando de trabalhar para atender aos seus filhinhos, que mais parecem os reizinhos da realeza britânica. Fala sério! Antes que alguém me encha de porrada, esclareço que é a realidade de uma parcela considerável de crianças, adolescentes e jovens mimados, entretanto sei que há muitos outros que são exemplos de humildade, retidão, respeito aos pais e dedicação aos estudos. Conheço vários e tenho admiração por eles, principalmente aqueles que são de família humilde e que reconhecem a luta de seus pais para educá-los.
Triste daquele cara que se envergonha da condição de pobreza da sua família e que não se esforça para melhorar de vida através dos estudos e de um trabalho digno, seja qual for. É isso o que eu penso.
Um grande abraço espinosense.
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