Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 27 de junho de 2011

160 - "Causos" e histórias espinosenses: Susto na agência bancária

Pedrão* era um sujeito alto e bastante forte, perfil ideal para desempenhar a função de segurança. E assim aconteceu. Foi contratado pela empresa que prestava serviços ao Banco do Brasil e foi trabalhar na agência em Espinosa. Cidade pacata, tranquila, nunca houvera notícias de tentativas de roubo ou assalto às dependências do Banco. Parecia que o trabalho seria uma moleza. O único problema era ficar o tempo todo em pé, na entrada da agência. Mas isso também não seria empecilho, devido à sua grande força física.
E lá se foi Pedrão assumir a função em uma segunda-feira de calor insuportável e de imenso movimento, com filas quilométricas nos caixas e muito burburinho entre os clientes. Impecavelmente vestido, com o seu uniforme bem passado e com a sua botina brilhando, Pedrão ia gostando da nova função. Quanto mais o tempo passava porém, o calor aumentava e sufocava a todos, clientes e funcionários, já que a agência ainda não possuía ar condicionado.
Lá pelo meio-dia, saguão de atendimento superlotado e com o calor chegando a níveis insuportáveis, eis que um baque surdo ecoa no interior da agência e surpreende a todos. Foi um verdadeiro deus-nos-acuda. Correria geral. Clientes gritavam desesperados, empurrando os outros na tentativa desesperada de sair da agência. Mulheres desmaiaram. Os funcionários do Banco, assustados e sem saber direito o que acontecia, ficaram paralisados. Pensando tratar-se de um assalto ou coisa parecida, a multidão tratou de escapar dali o mais rapidamente possível. Após alguns minutos de balbúrdia total, eis que alguém percebe o corpo caído de Pedrão próximo à porta de entrada. Teria ele levado um tiro? Alguém logo chega para socorrê-lo. Depois de tomar um copo de água com açúcar para se recobrar, Pedrão, sentado no chão e ainda atordoado, suplica para que tirem as suas botinas. Eram as botinas a causa da sua infelicidade e da consequente queda estrondosa. Sendo aquele o seu primeiro dia de trabalho, ele não ousou reclamar quando lhe deram botinas número 38 para calçar os seus enormes pés de número 44. Estava, enfim, decifrado o mistério.
Alívio total: para ele, principalmente, e para todos os que estavam presentes naquela segunda-feira abrasadora e agitada. Coisas de Espinosa! Um grande abraço espinosense.
Pedrão*: nome fictício.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pedrão, apesar de fictício, é sempre o mesmo? Oh cara destrambelhado... rsrs

Eustáquio Tolentino disse...

Por gostar muito das histórias em quadrinhos do Zé Carioca, eu escolhi o nome de um dos seus melhores amigos, O Pedrão. Conhece? O personagem de Walt Disney, Pedrão, é um dos melhores amigos do Zé Carioca e do Nestor, mora na Vila Xurupita e é sócio da "Escola de Samba Unidos da Vila Xurupita" e do time do "Vila Xurupita Futebol Clube". Personagem criado como um cachorro pelo Ivan Saidenberg, ele, apesar de pouco inteligente, é muito leal com os amigos e tem bom coração, apesar de ser muito explosivo. Também é craque na preparação de feijoadas. É a vítima preferida do papagaio Zé, que sempre o coloca em enrascadas e acaba surrupiando algumas das suas preciosas jacas, cultivadas em seu jardim. História em quadrinhos é o máximo, meu irmão!