Tive a felicidade e a honra de jogar no time do Juventus Esporte Clube de Espinosa, cujo uniforme vermelho oficial da Adidas foi um grande diferencial na história do futebol da cidade. O presidente do clube, Valdivino do Sindicato, era um apaixonado pelo futebol e adquiriu um uniforme completo da famosa e cara marca alemã Adidas, para vestir os craques da equipe. Era realmente muito bonito o uniforme.
Eustáquio e Quinha no Campão, na estréia do belo uniforme do Juventus |
No Juventus, ainda tive a alegria e a fantástica experiência de jogar ao lado de dois dos maiores craques do futebol espinosense de todos os tempos, o zagueiro Téo e o meio-campista Pé-Duro, dois dos meus ídolos. Por lá também jogou muita gente boa de bola também: Zinho, Jorginho, Marquinhos, Neguinho, Valdomiro, Quinha, João Carlos, Nivaldo, Roberto, Tone Chaves, Júlio, Duda, Dedé, Eduardo.
Uma das melhores formações do Juventus: Dedé, Roberto, Marquinhos, Eustáquio, Tone Chaves e Téo; João Carlos, Valdomiro, Jorginho, Zinho e Neguinho. |
Uma das histórias mais interessantes do Juventus aconteceu na cidade de Jaíba, onde fomos jogar em certa ocasião. Lúcio, que trabalhava na tipografia de Zezinho da Gráfica, ali no casarão da Rua da Resina onde mora o meu tio Luizão, marcou uma partida contra um time local da Jaíba. Não me recordo do nome do nosso adversário. Fomos de ônibus e havia até alguns torcedores, entre eles Zecão. Pois bem, vamos ao jogo. O campo era de terra, ficava em frente a um pequeno clube da cidade e estava cercado por uma corda por toda a sua extensão, para impedir o acesso dos torcedores, que eram muitos.
Eustáquio no inesquecível jogo da Jaíba |
Time do Juventus na Jaíba: Téo, Tone Chaves, Nivaldo, Duda e Pé-Duro; Eduardo, Eustáquio, Zinho, João Carlos, Neguinho e Valdomiro. |
Estávamos ganhando o jogo por 3 x 2, com dois gols marcados por Quinha, que tinha entrado no segundo tempo. Depois de marcar o primeiro gol em um chute que desviou no zagueiro, eu fui expulso ao revidar um pontapé do adversário. O jogo estava tenso, muito disputado e com alguma violência por parte dos antagonistas. De repente, quase no final da partida, começou a confusão. O nosso craque Pé-Duro também foi atingido covardemente por um jogador da Jaíba e foi reclamar com o adversário. Neste momento, Zecão, que já estava um pouco exaltado, pulou a corda e partiu para cima do cara. Os jogadores da Jaíba foram todos para cima de Zecão. Nisso, Lúcio, que era o responsável pela marcação da partida, desesperado, também entrou em campo para tentar conter a confusão e separar os brigões. O que aconteceu em seguida bem poderia ser uma cena clássica do cinema. Zecão levou um potente soco que o fez voar até a corda que circundava o campo, que causou um enorme arranhão em dos lados do seu rosto. Lúcio também levou um soco na cara e desmaiou. O nosso goleiro Duda, forte como um touro, foi perseguido por várias pessoas dentro do campo. Enquanto corria, de vez em quando ele parava e desferia vários golpes contra os agressores, derrubando-os com enorme força. Nunca vi coisa igual! Eu e Júlio estávamos de fora, tocando os instrumentos da fanfarra, no lado contrário de onde estava o nosso ônibus. Saímos em desabalada carreira em direção a ele e fomos, felizmente, ignorados pela multidão enfurecida. Em pouco tempo, a confusão terminou, os ânimos se acalmaram e o jogo acabou ali mesmo. Então, fomos procurar refúgio no clube ali próximo ao campo. Morrendo de medo de ser agredido, eu fiquei, com outras pessoas, próximo da tela atrás do gol da quadra de futebol de salão, perto de Téo, já que ele era conhecido por ser bom de briga e que poderia nos salvar daquela situação complicadíssima. Mas daí em diante já não aconteceu mais nada. Depois de algum tempo de espera, entramos no ônibus e nos dirigimos a um bar e boate, em Otinolândia, do outro lado da ponte, para tomar umas cervejas. Depois de toda aquela confusão, a coisa virou festa, com muita resenha e gargalhadas sobre o que havia acontecido. Lembro-me bem da farra que lá fizemos, com destaque para a presença do nosso treinador Domingão (In Memoriam) que, bem animado, bebeu e dançou à beça. A viagem de volta também foi na maior alegria, com muita risada e vários depoimentos sobre o acontecido. O que aconteceu ali daria um ótimo filme. Só havia visto coisa parecida na briga entre o Espinosense e o Santa Cruz, no Campão, no episódio do sumiço da taça. Veja aqui a história contada por Raimundo Mário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário