Um dos grandes artistas brasileiros, talentoso nordestino e integrante da turma d´"O Pessoal do Ceará", o senhor José Ednardo Soares Costa Sousa nasceu em Fortaleza no ano de 1945, filho do casal de professores Oscar Costa de Sousa e Maria Ester Soares Costa Sousa. No dia 17 de abril, ou seja, completando seus 80 anos de vida e arte neste ano de 2025.
Iniciou-se ainda criança no estudo do piano e depois se apaixonou pelo violão, compondo mais de 400 músicas, muitas gravadas até no exterior. Ainda jovem e pouco conhecido, venceu em 1970 o II Festival Nordestino da Música Popular, com "Beira Mar". Sua primeira gravação em disco se deu em 1973, no álbum "Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem", ao lado de Rodger Rogério e Teti. Seu primeiro disco solo saiu em 1974, "O Romance do Pavão Mysteriozo". No ano seguinte participou do Festival Abertura da Globo com a música "Vaila" (Ednardo/Brandão). Ednardo explodiu nacionalmente com sua belíssima canção "Pavão Mysterioso", que alcançou o topo das paradas de sucesso impulsionada pela sua inclusão no tema de abertura da novela global "Saramandaia", de Dias Gomes, no ano de 1976. A canção, uma adaptação do cordel "Romance do Pavão Misterioso", utilizava-se de metáforas para falar da ausência de liberdade naqueles tempos de chumbo da maldita ditadura militar.
"Eu sei, eu sei, eu sei, um sol estampado na camisa não aquece um peito aflito, gelado e entristecido de torpor", são versos do poeta que chega aos 80 anos de vida com uma carreira admirável de grandes composições, história contada no livro "Ednardo - Papel, Pele & Pulso" escrito pelo jornalista Luã Diógenes e lançado em abril deste ano pela Aura Edições Musicais. A obra literária traz memórias, bastidores e reflexões sobre sua vida e carreira, bem como alguns de seus desenhos, pinturas, poemas e crônicas acompanhados de um rico acervo fotográfico da trajetória de Ednardo. Está em produção também um filme em forma de documentário sobre a vida e obra de Ednardo, com direção de Rosemberg Cariry.
Ednardo lançou 14 álbuns, compôs mais de 400 canções e fez trilhas sonoras para filmes como "Luzia Homem" (1988), de Fábio Barreto; e "Tigipió" (1985) e "O Calor da Pele" (1994), ambos de Pedro Jorge de Castro. Ao lado de Augusto Pontes, Ednardo idealizou a Massafeira Livre, um movimento cultural de grande relevância no Ceará que abriu espaço e oportunidades para um tanto de novos artistas.
O poeta segue criando arte, mesmo com sequelas fortes de um câncer na boca causado por anos e anos de tabagismo exagerado. A voz ficou extremamente prejudicada, mas a força das suas canções permanece forte e poderosa, assim como suas convicções de uma sociedade mais justa e fraterna. Saúde, Mestre Ednardo do Ceará!
Um grande abraço espinosense.



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