Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

domingo, 8 de dezembro de 2024

3620 - A partida mais tensa e angustiante da gloriosa História do Atlético

Domingo, 8 de dezembro de 2024, 16 horas. Na derradeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série A em que todas as dez partidas foram realizadas no mesmo horário, foi realizada uma das mais importantes, tensas, angustiantes e decisivas partidas de futebol da História gloriosa do Clube Atlético Mineiro. Depois de ser elogiado e saudado por boa parte da imprensa esportiva do país, no início do ano, como um dos mais poderosos elencos do futebol nacional, candidato favorito às mais importantes competições da temporada, o Atlético entrou em campo na sua bela Arena MRV com a tarefa de vencer ou apenas empatar com o Athletico na tentativa assustadora e vital de evitar o seu segundo rebaixamento à segunda divisão do futebol brasileiro, um desastre impensável para quem havia levantado o troféu de Pentacampeão Mineiro sobre o Cruzeiro em abril e sendo superado por Flamengo e Botafogo nas finais da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, respectivamente, em novembro.
No encerramento do Brasileirão 2024, na 38ª e última rodada, lutavam para alcançar a glória do título de Campeão, apenas duas equipes, Botafogo e Palmeiras. Lá perto do fim da tabela de classificação, outras quatro equipes lutavam com todas as forças para não se juntarem às já rebaixadas equipes de Atlético-GO, Cuiabá e Criciúma. Fluminense, Athletico, Red Bull Bragantino e o meu Atlético estavam na expectativa de usarem todo o seu arsenal na briga contra a queda que tanto abalo causa na estrutura econômica e social de um clube de futebol. 
E a partida de 90 minutos que normalmente se estenderia por alguns poucos minutos de acréscimos, parecia um ano inteiro de sofrimento, tensão, tormento e medo. A possibilidade clara e palpável de queda para a Série B levava a gigantesca e apaixonada Massa Atleticana a acompanhar o duelo com o outro Athletico com um sentimento pesado de temor e inquietação, muitos imaginando a tragédia terrível do insucesso e alguns outros mais otimistas aguardando um renascimento da equipe.    
E logo que as partidas decisivas foram iniciadas simultaneamente, a saraivada de gols disparou em vários estádios pelo país, provocando alegrias e calafrios em milhões de torcedores. Os artilheiros mostravam seu apurado faro de gol, com Iury Alberto marcando para o Corinthians sobre o Grêmio, Alerrandro marcando para o Vitória sobre o Flamengo, Savarino marcando para o Botafogo contra o São Paulo e Serna marcando para o Fluminense contra o Palmeiras. Terminados os primeiros tempos, no momento de intervalos dos jogos, o Campeão era o Botafogo e o quarto rebaixado era o Athletico, mas um único gol poderia mudar tudo. Mas felizmente o gol saiu a favor do Galo, marcado por uma das "crias" da base atleticana que sofria há tempos um verdadeiro massacre de críticas dos sempre insatisfeitos e rabugentos corneteiros do clube. O jovem da camisa 44, que mesmo sendo meio-campista, era constantemente escalado na lateral-esquerda por falta de jogador da posição no desequilibrado elenco atleticano, apertou a defesa adversária na marcação e conseguiu tocar na bola diante do zagueiro que cometeu o pênalti. Rubens, que poucos apostavam em ser o iluminado do jogo decisivo do Galo hoje, sofreu o pênalti que Hulk bateu para a linda e arrojada defesa do goleiro Mycael. No rebote do goleiro, Rubens tocou forte para o fundo da rede, sepultando de vez o fantasma do rebaixamento. Com este alívio gigantesco vivenciado por nós, atleticanos, alguns minutos ainda restavam para nos manter com os corações sobressaltados com os minutos finais e os acréscimos determinados pelo árbitro. Foram os sete minutos mais lentos da História da Humanidade! O tempo pareceu estacionar definitivamente, deixando-nos angustiados à espera do apito final que nos livraria da queda para a segunda divisão e ainda nos daria a oportunidade de disputarmos em 2025 a Copa Sul-Americana, um consolo pela não classificação à Libertadores.   
O nosso gol salvador veio de uma jogada simples e por vezes, eficiente. Everson bateu o tiro de meta em direção de Deyverson, que deu um leve toque de cabeça para desviar a bola para o ataque. Rubens, que estava próximo da jogada, acreditou no lance e correu para sufocar o zagueiro Erick, conseguindo a falha do adversário, que cometeu a penalidade máxima. O cobrador oficial Hulk foi para a batida e o goleiro Mycael fez uma defesa espetacular, no seu canto direito. Mas no rebote, Rubens estava atento e de forma rápida, tocou forte e rasteiro no canto do goleiro e afastou definitivamente o risco de descenso, aliviando a alma de oito milhões de atleticanos aflitos e atormentados no mundo inteiro.    



ATLÉTICO 1 X 0 ATHLETICO
Motivo: 38ª rodada do Campeonato Brasileiro 2024
Local: Arena MRV, Belo Horizonte, Minas Gerais
Data: 08-12-2024, Domingo, 16h
Arbitragem:
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (FIFA) - RS
Assistente 1: Rafael da Silva Alves (FIFA) - RS
Assistente 2: Alessandro Álvaro Rocha de Matos - BA
Árbitro de vídeo (VAR): Rodrigo D'Alonso Ferreira - SC
Quarto árbitro: Roger Goulart - RS
Gol: Rubens, aos 27 minutos do 2º tempo (Atlético)
Cartões amarelos: Everson e Igor Gomes (Atlético), Thiago Heleno, Fernandinho e Canobbio (Athletico)
ATLÉTICO: 22-Everson; 26-Saravia (16-Igor Rabello), 21-Battaglia, 8-Junior Alonso e 13-Guilherme Arana; 18-Fausto Vera (2-Lyanco), 23-Alan Franco, 44-Rubens (17-Igor Gomes) e 6-Gustavo Scarpa; 9-Deyverson (45-Alisson) e 11-Hulk (11-Vargas)
Estiveram no banco de reservas: 31-Matheus Mendes, 25-Mariano, 3-Bruno Fuchs, 5-Otávio, 27-Paulo Vitor, 14-Alan Kardec e 30-Palacios
Treinador: Lucas Gonçalves
ATHLETICO: 41-Mycael; 29-Léo Godoy (11-Nikão), 45-Belezi, 44-Thiago Heleno e 37-Esquivel (6-Fernando); 5-Fernandinho (57-João Cruz), 26-Erick (88-Christian) e 23-Felipinho (90-Emersonn); 14-Canobbio, 92-Pablo e 28-Cuello
Estiveram no banco de reservas: 24-Léo Linck, 4-Kaíque Rocha, 15-Gamarra, 61-Léo Derik, 3-Gabriel, 8-Praxedes e 10-Zapelli 
Treinador: Lucho González



Alívio total. Esta é a sensação que tenho após o encerramento do Brasileirão 2024. Um cenário que parecia tranquilo até o meio da competição tornou-se assustador nos momentos finais, até a derradeira rodada. Mas com muita luta e garra, nossa marca registrada, conseguimos vencer o forte adversário, a colossal pressão, a enorme desconfiança da mídia e da própria torcida e o cansaço e desgaste físico e mental claramente visíveis nos semblantes dos jogadores. A todos eles, que se doaram com toda dedicação, dignidade e profissionalismo, o meu respeito e reconhecimento. No futebol, como na vida, não se ganha sempre. É preciso saber aceitar com honra e decência a derrota, sempre!
Ano que vem eu estarei como sempre, vestido com o Manto Sagrado e torcendo contra o tempo e o vento a favor do meu Clube Atlético Mineiro.
Um grande abraço espinosense.

O Botafogo sagrou-se Campeão Brasileiro, com todo o mérito. E o Athletico, no seu ano do centenário, juntou-se na queda aos times de Atlético-GO, Cuiabá e Criciúma. Que venha 2025!

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