Desde que me entendo por gente, eu adoro ler revistas em quadrinhos. Lembro-me com saudade daqueles tempos bons de outrora, de juntar umas moedinhas e ir até a banca de revistas do senhor Zé Oliva para comprar edições das mais variadas publicações, como Zé Carioca, Mickey, Fantasma, Super-Homem, Homem-Aranha, Zorro e tantos outros mais personagens. Com a passagem do tempo, não mais, infelizmente. E atualmente, nesses tempos de tecnologia avançada, jogos em terceira dimensão e acesso em tempo real aos acontecimentos cotidianos através da Internet, imagino o quase total abandono dessa maravilha que é a leitura dos quadrinhos nas cidades do interior do país.
Obviamente que os mais conhecidos e admirados personagens dos quadrinhos são da dominante cultura americana, o que não quer dizer que não exista vida inteligente fora dela. Aqui no Brasil temos o excelente Maurício de Souza que, com sua Turma da Mônica, encantou milhões de crianças e adolescentes com suas histórias bem brasileiras. Mas há muito mais por aí. Um dos destaques brasileiros nesta seara é o já falecido mestre Flávio Barbosa Mavignier Colin, desenhista, quadrinista e ilustrador brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 22 de junho de 1930 e falecido em 13 de agosto de 2002. Deixou a esposa Norma e dois filhos, Flávio Filho e Kátia. Quando estudava no colégio de Frades Franciscanos, entre os anos de 1945 e 1946, Flávio desenhava histórias em quadrinhos para seus amigos de classe, cobrando um pequeno valor. Posteriormente, já exercendo a sua arte profissionalmente, por volta de 1956 quando tinha 26 anos, ele desenhou histórias na Rio Gráfica Editora (RGE-atual Editora Globo), no Rio de Janeiro, bem como para variadas outras editoras, com quadrinhos e ilustrações. Passou um longo tempo emprestando sua incrível arte à publicidade, devido à brutal repressão da ditadura, retornando ao trabalho com quadrinhos mais adiante, colaborando também com publicações independentes. Colin se destacou com sua arte como também por sua luta em implantar uma produção de quadrinhos genuinamente brasileira. Algumas de suas obras: livro didático "Viajando Com as Palavras", "Aventuras do Anjo", "Guerra dos Farrapos", "O Boi das Aspas de Ouro", "Aventura Macabras de Edgar Allan Poe", "Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor", "Terror no Inferno Verde", "Estórias Gerais", "O Continente do Rio Grande", entre muitas outras.
Para quem se interessar, camisetas com estampas da singular obra do artista Flávio Colin podem ser adquiridas na loja @chicorei, a acessíveis preços.
Quando adolescente, encantado com o universo das histórias em quadrinhos, arrisquei-me a desenhar alguma coisa, como as figuras do Zorro e do Homem-Aranha. Descobri imediatamente que não tinha qualquer talento para a tarefa, abandonando para sempre a ideia. Assim então, passei a admirar ainda mais os amigos e colegas que desenhavam muito bem, como meu primo Carlos Magno (Magrão) e Carlinhos, filho de Nelito Tolentino.
Um grande abraço espinosense.
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