Assistindo, no último domingo, emocionado, ao show de despedida do grande Milton Nascimento no computador, descobri um jovem e talentoso músico por quem imediatamente me apaixonei. Nunca antes havia tido notícia dele. O nome artístico do jovem artista é meio estranho e pouco sofisticado para uma certeira nova estrela da Música Popular Brasileira: Zé Ibarra. O rapaz de nome de batismo José Vitor Ibarra Ramos, nascido aos 20 de dezembro de 1996 (25 anos atualmente) no Rio de Janeiro, começou muito cedo na música, ainda criança, trocando a bateria pelo piano. Depois viria o violão e uma carreira abençoada pelo talento e pela sorte de ter a honra e o privilégio de gravar, ainda tão jovem, com gente do quilate de Ney Matogrosso, Gal Costa e Milton Nascimento.
Influenciado pelos pais amantes de boa música, a mãe chilena e o pai baiano, o menino cresceu ouvindo de tudo um pouco, de música clássica a Rock. Teve a chance de assistir a inúmeros shows que lhe encantaram, tais como o 'Refavela" de Gilberto Gil, o "The Wall' do Roger Waters e um outro d"O Terno".
Com todas essas maravilhosas e fundamentais influências, descobriu-se artista da música, começou a compor aos 14 anos e mais adiante tornou-se um integrante da banda "Dônica", ao lado do Tom, filho de Caetano Veloso e Paula Lavigne, amigo e ex-colega de escola, e mais Lucas Nunes (guitarra), André "Deco" Almeida (bateria) e Rodrigo Parcias (baixo). Já no primeiro álbum da turma, "Continuidade dos Parques", em 2015, veio um prêmio: Artista Revelação do Prêmio da Música Brasileira. O novo e segundo disco da "Dônica" tem o nome de "Hoje e Ontem".
Desde os 15 anos amigo e colega de escola de Dora Morelenbaum, Julia Mestre e Lucas Nunes, Zé acabou trocando ideias com eles, tocando juntos em lives com a ótima cantora Teresa Cristina e criando uma nova banda durante a pandemia, o "Bala Desejo", em 2020. Tocaram em festivais como o "Coala", "Nômande", "Lollapalooza" e "Rock in Rio", alcançando uma excelente notoriedade após um disco muito elogiado, alegre, dançante e esperançoso: "Sim Sim Sim".
Os jovens integrantes dessas bandas são extremamente produtivos, desdobrando-se em inúmeros projetos musicais e artísticos ao mesmo tempo. Zé Ibarra, além de participar da "Dônica" e do "Bala Desejo", gravou com vários outros colegas. Há pouco, gravou "Vai Atrás da Vida Que Ela te Espera", versão da composição de Guilherme Lamounier dos anos 1970, "Pescador", com a banda Daparte; "Você Menina", com Tom Karabachian; "Leão", com Maria Luiza Jobim e Leonardo Marques, "A Escola", música inédita atribuída a Adoniran Barbosa, e "Bédi Beat", em dueto com Duda Beat. Além disso, esteve dividindo o palco com Milton Nascimento em 2019 na turnê "Clube da Esquina" e gravando com Ney Matogrosso e Gal Costa. Nesta temporada, voltou a dividir o palco, de forma brilhante, com o Bituca na turnê de despedida "A Última Sessão de Música". Foi aí que eu o descobri.
Músicas do álbum "Sim Sim Sim" do "Bala Desejo":
LADO A:
1. Baile de Máscaras (Recarnaval) - 5:03
2. Lua Comanche - 3:35
3. Clama Floresta - 5:49
4. Dourado Dourado - 5:41
5. Nana del Caballo Grande - 1:55
LADO B:
6. Nesse Sofá - 5:17
7. Passarinha - 3:55
8. Muito Só - 5:26
9. (Cronofagía) O Peixe - 2:56
Foi uma satisfação ver brilhar, além do grande Milton, este jovem músico. O Zé Ibarra tem talento, ousadia e uma vontade imensa de criar boa música e fazer história no cenário musical do mundo. Espero que ele seja bem-sucedido nesta estrada, pois só temos a ganhar. Boa sorte e sucesso, Zé! Virei seu fã!
Um grande abraço espinosense.
Atualização: Nesta quinta-feira, dezessete de novembro de 2022, em Las Vegas (EUA), o Bala Desejo ganhou o Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum Pop em Português" com o seu álbum "Sim Sim Sim".
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