Se há um acontecimento que mexe demasiadamente com a vida e o cotidiano dos espinosenses quando acontece, de tempos em tempos, é o sangramento da Barragem do Estreito. Para nós, habitantes do Sertão Norte-Mineiro, ao contrário dos moradores das chuvosas regiões do nosso amado e imenso Brasil, a chuva é uma dádiva de Deus, mesmo que às vezes cause algum estrago. Para nós, de qualquer maneira, ela sempre será muito bem-vinda!
 |
| Imagens de vídeo de Wagner Oliva - Jornal de Espinosa |
Um pouco raro, geralmente ocorrendo em espaço de alguns tantos anos, o acontecimento que tanta esperança e alegria traz para o povo espinosense, atrai a atenção de bastante gente que pega a estrada para percorrer os cerca de 7 km da cidade até o paredão de contenção da Barragem do Estreito administrada pela Codevasf-Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. É uma festa! Muitos de nós espinosenses aproveitamos a maravilha do sangramento da barragem para tomar banho, pescar e registrar em fotografias a convidativa situação extraordinária criada pela Mãe Natureza. Antigamente podíamos nos divertir com toda liberdade no paredão do vertedouro, mas me parece que já há algum tempo esta área foi cercada e teve o acesso controlado, não mais permitindo a entrada da população.
Para quem ainda não conhece, a Barragem do Estreito foi construída no final dos anos 1960 pelo DNOCS-Departamento Nacional de Obras Contra a Seca no Rio Verde Pequeno, no estado de Minas Gerais, exatamente na cidade de Espinosa. O sistema adotado foi o de terra maçiça, com o projeto de utilização das suas águas represadas servindo à agricultura, sobretudo produção de frutas, nos perímetros irrigados da Codevasf. Suas águas também são utilizadas pela empresa Copasa para realizar o abastecimento hídrico à população de Espinosa. A capacidade de armazenamento da represa é de 76 milhões de metros cúbicos de água. Na década de 1990 foi construída, pela Codevasf, no território da Bahia, a Barragem Cova de Mandioca, também direcionada para a irrigação da produção agrícola nos municípios de Urandi e Sebastião Laranjeiras. Elas são interligadas por um canal em túnel de 3,8 km de extensão, que permite a transferência das vazões excedentes das barragens, funcionando como um sistema de retroalimentação. O Perímetro Irrigado de Estreito possui quatro etapas somando 7.973 ha.
O transbordamento da Barragem do Estreito, além do espetáculo maravilhoso do resultado das muitas chuvas que caíram neste ano, é sinônimo de esperança e fartura, com a possibilidade de boas colheitas em toda a região, o que gera emprego, renda e satisfação do nosso povo resistente e trabalhador.
Queria muito estar na minha Espinosa para acompanhar de perto este verdadeiro espetáculo da Natureza, com água abundante nas represas, lagoas e rios da nossa terra.
Um grande abraço espinosense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário