Passou um tanto quanto despercebida, na grande mídia, a brilhante conquista da Copa Libertadores Feminina de 2020 pela equipe da Ferroviária S.A. de Araraquara, São Paulo. Evidentemente que o espaço conquistado pelo futebol feminino na imprensa ainda é muito pequeno em comparação com o masculino, que tem uma história muito mais antiga e infinitamente maior, bem como uma estrutura organizacional e uma qualidade do futebol bem superiores. É claro que ainda não se pode comparar nada entre cenários tão distintos entre o futebol masculino e o feminino. Este ainda engatinha no apoio popular, na formação estrutural e no desempenho físico, tático e técnico das atletas. Isso, entretanto, não pode ser usado para desacreditar o excelente trabalho realizado no país em várias frentes de investimentos, nem desrespeitar as jogadoras que se dedicam com tamanho afinco para realizar os seus sonhos de jogar bola profissionalmente, como qualquer pessoa amante do futebol. A grande craque Marta está aí para nos deixar orgulhosos, assim como muitas outras atletas de alto nível.
Assim sendo, com um pequeno atraso, temos que enaltecer tão brilhante conquista das mulheres brasileiras, jamais deixando de registrar aqui os seus grandes feitos esportivos.
A "Conmebol Libertadores Femenina 2020" foi disputada na Argentina com a participação de 16 equipes sul-americanas, sendo 3 do Brasil (2 + a campeã Corinthians), 2 da Argentina, 2 da Colômbia, 2 do Paraguai, 2 do Chile, 1 da Bolívia, 1 do Peru, 1 da Venezuela, 1 do Equador e 1 do Uruguai. Esta foi a 12ª edição do torneio promovido pela Conmebol, iniciado em 2009. Os jogos aconteceram entre os dias 05 e 21 de março de 2021.
O Brasil é o maior vencedor na história do torneio sul-americano de futebol feminino, com nada menos que nove títulos conquistados em 12 edições. Eis os ganhadores:
2009 - Sede: Brasil - Santos (Brasil) - Vice: Universidad Autónoma (Paraguai)
2010 - Sede: Brasil - Santos (Brasil) - Vice: Everton (Chile)
2011 - Sede: Brasil - São José (Brasil) - Vice: Colo-Colo (Chile)
2012 - Sede: Brasil - Colo-Colo (Chile) - Vice: Foz Cataratas (Brasil)
2013 - Sede: Brasil - São José (Brasil) - Vice: Formas Íntimas (Colômbia)
2014 - Sede: Brasil - São José (Brasil) - Vice: Caracas (Venezuela)
2015 - Sede: Colômbia - Ferroviária (Brasil) - Vice: Colo-Colo (Chile)
2016 - Sede: Uruguai - Sportivo Limpeño (Paraguai) - Vice: Estudiantes de Guárico (Venezuela)
2017 - Sede: Paraguai - Audax/Corinthians (Brasil) - Vice: Colo-Colo (Chile)
2018 - Sede: Brasil - Atlético Huila (Colômbia) - Vice: Santos (Brasil)
2019 - Sede: Equador - Corinthians (Brasil) - Vice: Ferroviária (Brasil)
2020 - Sede: Argentina - Ferroviária (Brasil) - Vice: América de Cáli (Colômbia)
2021 - Sede: Chile
Assim ficaram formados os grupos de participantes na Libertadores 2020:
Grupo A:
Corinthians (Brasil)
América de Cáli (Colômbia)
Universitário (Peru)
El Nacional (Equador)
Grupo B:
Boca Juniors (Argentina)
Santiago Morning (Chile)
Kindermann (Brasil)
Deportivo Trópico (Bolívia)
Grupo C:
River Plate (Argentina)
Santa Fé (Colômbia)
Sol de America (Paraguai)
Atlético SC (Venezuela)
Grupo D:
Universidad de Chile (Chile)
Ferroviária (Brasil)
Libertad-Limpeño (Paraguai)
Peñarol (Uruguai)
Campanha da Ferroviária:
Fase de grupos:
06-03-2021 - Ferroviária 0 x 4 Libertad-Limpeño
09-03-2021 - Ferroviária 1 x 1 Peñarol
12-03-2021 - Ferroviária 4 x 1 Universidad de Chile
Quartas de final:
15-03-2021 - Ferroviária 1 x 0 River Plate
Semifinal:
18-03-2021 - Ferroviária 0 (7) x 0 (6) Universidad de Chile
Final:
21-03-2021 - Ferroviária 2 x 1 América de Cáli
Ao final do torneio, a Ferroviária conquistou o título com 11 pontos ganhos em 6 jogos, com 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 8 gols marcados, 7 gols sofridos e 1 gol de saldo.
Na partida decisiva final, a Ferroviária bateu o América de Cáli por 2 x 1 no Estádio José Amalfitani em Buenos Aires, de propriedade do Vélez Sarsfield, com arbitragem da chilena Maria Belén Carvajal e gols de Sochor e Aline Milene para a Ferroviária e Catalina Usme para o América. A Ferroviária tornou-se então bicampeã da Libertadores, depois de chegar a três finais nos últimos seis anos. A equipe de Araraquara havia sido Campeã na Colômbia em 2015 e Vice-Campeã no Equador no ano passado. Para chegar à Libertadores de 2020 a equipe precisou ganhar o Campeonato Brasileiro de 2019.
Ficha técnica da decisão:
Ferroviária 2 x 1 América de Cáli
Motivo: Final da Libertadores da América Feminina
Data: 21 de março de 2021
Local: Estádio José Amalfitani, Buenos Aires
Arbitragem: María Belén Carvajal (Chile) com as auxiliares Lizeth Ocampo, Daniela Arias e Monalisa y Sochor.
Gols: Sochor (7 min. 1º tempo-Ferroviária), Catalina Usme (39 min. 1º tempo-América) e Aline Milene (42 min. 1º tempo-Ferroviária)
Ferroviária: Luciana; Monalisa (Rafa Mineira), Yasmin (Gessica), Ana Alice e Barrinha; Carol Tavares, Luana e Nicoly; Sochor; Lurdinha (Daiane) e Aline Milene (Duda)
Treinadora: Lindsay Camila
América de Cali: Katerine Tapia; Leury Basanta, Daniela Arias, Tatiana Castañeda e Liseth Ocampo (Jessica Caro-Anlly Iglesias); Carolina Pineda, Diana Ospina e Catalina Usme; Gisela Robledo (Sara Martínez), Manuela González (Joemar Guarecuco) e Wendy Bonilla (Lizeth Ocampo)
Treinador: Andrés Usme
Arbitragem: María Belén Carvajal (Chile) com as auxiliares Lizeth Ocampo, Daniela Arias e Monalisa y Sochor.
Gols: Sochor (7 min. 1º tempo-Ferroviária), Catalina Usme (39 min. 1º tempo-América) e Aline Milene (42 min. 1º tempo-Ferroviária)
Ferroviária: Luciana; Monalisa (Rafa Mineira), Yasmin (Gessica), Ana Alice e Barrinha; Carol Tavares, Luana e Nicoly; Sochor; Lurdinha (Daiane) e Aline Milene (Duda)
Treinadora: Lindsay Camila
América de Cali: Katerine Tapia; Leury Basanta, Daniela Arias, Tatiana Castañeda e Liseth Ocampo (Jessica Caro-Anlly Iglesias); Carolina Pineda, Diana Ospina e Catalina Usme; Gisela Robledo (Sara Martínez), Manuela González (Joemar Guarecuco) e Wendy Bonilla (Lizeth Ocampo)
Treinador: Andrés Usme
Parabéns às jogadoras e membros da Comissão Técnica e Administrativa da Ferroviária pela grande conquista! Congratulações especiais à treinadora Lindsay Camila, a primeira mulher no comando de uma equipe campeã da Libertadores Feminina. Que o futebol feminino se fortaleça cada dia mais, atraindo patrocínios, apoios, investimentos, visibilidade e mais que tudo, o respeito dos aficionados por futebol.
Um grande abraço espinosense.
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