Espinosa, meu éden

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domingo, 9 de agosto de 2020

2472 - Vai-se um gigante na defesa dos Direitos Humanos

O Brasil perdeu ontem um dos mais valorosos batalhadores pelos Direitos Humanos. O bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), Dom Pedro Casaldáliga, faleceu neste sábado, aos 92 anos, na Santa Casa de Batatais, no interior de São Paulo.
Dom Pedro nasceu em Balsanery, província de Barcelona, na Espanha, em 16 de fevereiro de 1928. Seu nome de batismo é Pere Casaldàliga i Pla. 
O bispo católico é um exemplo de desprendimento e vivência cristã verdadeira, com dedicação integral e altruísta à causa dos mais necessitados, à defesa dos interesses dos mais pobres, à luta em favor da Natureza e dos povos indígenas e ribeirinhos e dos camponeses e trabalhadores rurais da Amazônia. Ícone da Teologia da Libertação, viveu na completa humildade, sem posses e anseios econômicos, somente dedicado à missão de enfrentar poderosos em favor dos mais carentes. Devido à sua coragem de incomodar os ricos e influentes proprietários de terra, denunciando casos de trabalho escravo e lutando contra a violência nos conflitos agrários, tinha a vida sempre em risco, com constantes ameaças de morte. Defendia nada mais do que está registrado na nossa Constituição:
"São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."
Dom Pedro lutou com todas as suas forças para que a população mais frágil tivesse os seus direitos garantidos na Constituição realmente observados, mesmo que isto lhe custasse caro. Defendia como ninguém a ideia de que "a alma só será livre se o corpo também for". Deixou vários livros escritos com suas ideias libertadoras e humanitárias.  
O mundo, não só o Brasil, perde um gigante na luta pela Liberdade e pela Justiça Social. Uma perda irreparável! O lema que adotou na sua atividade pastoral certamente irá se eternizar na sua história: "Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar". Que descanse em paz o gigante Dom Pedro Casaldáliga!
Um grande abraço espinosense.



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