Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

domingo, 28 de junho de 2020

2439 - Bons tempos da peteca na Santa Marta

O tempo não para, nunca! E as coisas mudam completamente com o tempo. Os lugares se modificam com o passar dos anos, em metamorfose irremediável. E também as pessoas seguem esse mesmo processo, inevitavelmente se transformando. Alguns vão-se embora deste mundo prematuramente, uns mudam de lugar de moradia, outros crescem e seguem seus caminhos na linha do destino, outros mais perdem seus cabelos, sua força física e veem crescer, esmorecidos, a barriga. Envelhecer é uma dádiva divina, mas inevitavelmente também traz seus dolorosos efeitos colaterais. 
Tanta conversa fiada inicialmente só para registrar aqui uma fase maravilhosa que vivemos na Fazenda Santa Marta, propriedade do atual prefeito de Espinosa, Mílton Barbosa Lima. Acho que nessa época, meu amigo Mílton nem imaginava se tornar político, muito menos prefeito da sua amada cidade natal. Não sei, só acho, pois até ali nunca havia percebido essa sua propensão ao exercício da atividade política. Mas vamos adiante, pois o assunto aqui não é política, mas sim o esporte, a amizade e os momentos felizes vividos em conjunto.
Lá pelos anos 90, se não me engano, Mílton comprou um sítio na região da Santa Marta, muito próximo à divisa com a Bahia. Começou plantando coqueiros e já tinha a pretensão de usar a propriedade não só para o lazer com a família e os amigos, mas também com o intuito de conseguir alguma renda com várias atividades, inclusive com a criação de gado leiteiro. Ele construiu ali uma quadra de areia e nos finais de semana íamos todos nós para lá nos divertir, jovens e adultos. Aproveitamos demais essa época para praticar um esporte muito saudável e prazeroso, o jogo de peteca. Debaixo do sol intenso e abrasador do Sertão, nos dedicávamos com afinco na quadra de areia às renhidas disputas de partidas de peteca, geralmente em duplas. Após as fases eliminatórias, quem chegasse e vencesse a melhor de três do combate final, sagrava-se campeão e ganhava aplausos, gritos efusivos, abraços e um troféu imaginário, geralmente uma garrafa de cerveja. Sim, após (e até durante) as ensolaradas competições, não poderia faltar uma cerveja gelada, pois afinal de contas estávamos em Espinosa, a terra das farras, das comemorações e dos calores solar e humano abundantes. 
Naquela época, a disputa na peteca ficou tão intensa que atingimos um excelente nível de qualidade técnica, que infelizmente se perdeu no tempo, já que nunca mais (pelo menos eu) voltamos a praticar o esporte. Vale ressaltar também o maravilhoso ambiente de amizade, paz e harmonia nesses bons tempos vividos. Infelizmente, um dos caros amigos que aparecem na primeira das fotos abaixo, Caio Líncoln Cangussu Tolentino, o Tintin, não mais está entre nós.
Dá saudade dos aguerridos confrontos de peteca na Santa Marta, quando ainda tínhamos ânimo e fôlego suficientes para praticar esporte por horas e horas debaixo de um sol escaldante e sobre uma quadra de areia só acessível com sucessivas molhagens com uma mangueira. Tempo bom! 
Um grande abraço espinosense.


Peteca na Fazenda Santa Marta: Quinha, Tintin, Mílton, Flori, Rogério, Juninho Rocha,
Daniel, Ádson, Carlos Magno (Magrão), Lelo e Eustáquio

Peteca na Fazenda Santa Marta: Ativaldo, Eustáquio, Júlio e Edmar em ação em disputada partida

Um bom papo sob a sombra do frondoso juazeiro na Fazenda Santa Marta

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