Espinosa, meu éden

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domingo, 10 de maio de 2020

2411 - O mundo dá adeus a um ícone do Rock and Roll

Pouca gente saberia dizer quem é o senhor Richard Wayne Penniman. Mas se explicar que este é o nome real de um tal de Little Richard, aquele que inventou algo musical, maluco e genial como "A-wop-bop-a-loo-bop-a-wop-bam-boom", aí a coisa certamente muda de figura. Ao lado de Chuck Berry e Jerry Lee Lewis, Richard pode ser considerado um dos criadores da febre mundial que encantou o mundo no meio dos anos 50 a partir dos Estados Unidos da América. Essa febre tinha o nome de Rock and Roll e colocou todo mundo para rebolar e saracotear o corpo de forma quase ensandecida.
Little Richard nasceu em 05 de dezembro de 1932, na cidade de Macon, no estado da Geórgia, EUA. 
Como todo negro naquela época segregacionista na Terra do Tio Sam, Richard teve uma vida difícil. Nascido em uma pobre e numerosa família bastante religiosa, foi expulso de casa ainda adolescente, por conta das suas maneiras extravagantes, na realidade sua homossexualidade. Retornou aos 20 anos, após o assassinato do seu pai. Trabalhou lavando pratos na lanchonete da rodoviária de Macon e começou cantando música gospel na igreja, participando de programas de calouros e gravando músicas comportadas até explodir em 1955 com sua canção "Tutti Frutti", um petardo insurreto. Aquela música diferente deu uma chacoalhada no status quo do cenário musical da época e dali em diante vieram outros estrondosos sucessos: "Long Tall Sally", "Rip It Up" (1956), "Lucille" (1957), "Good Golly Miss Molly" (1958).



Em 1959 tornou-se pastor batista, afastou-se do Rock e até casou-se com uma mulher, talvez para manter as aparências mais propícias para um líder religioso. Mas sua vida não seria tão certinha assim, pois teve períodos conturbados de vício em drogas. Mas o que encantava a todos eram suas apresentações eletrizantes que impactavam vigorosamente o público, além de influenciar grandes nomes da música que viriam mais tarde solidificar o Rock, como os Beatles, os Rolling Stones, David Bowie, Prince e Elton John, entre tantos outros admiradores. Suas roupas extravagantes, seu bigodinho extremamente fino e seu topete gigante, marcas do seu visual espalhafatoso, chamavam bastante atenção, mas o que fazia o público delirar de verdade eram suas performances ao piano, tocando em pé e até jogando a perna por cima do instrumento, em coreografias malucas e incandescentes. 
Little Richard quebrou tabus, chocou plateias com suas letras transgressoras, mostrou o poderio criador do negro, ajudou a inventar um novo gênero musical e revolucionou para sempre a música no mundo, tornando-se uma lenda. Ele faleceu ontem aos 87 anos. Viva Little Richard!
Um grande abraço espinosense.


    

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