Espinosa, meu éden

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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

2275 - Nascia Cartola, morria Renato Russo

Neste momento, em qualquer parte do mundo, haveremos de ter gente chegando ao planeta, espalhando incontida alegria aos pais e familiares, como também gente se despedindo dos entes queridos causando dores, desalento e consternação. É a vida e a morte, o início e o fim, a chegada e a partida desse vale de lágrimas.
E hoje na história, dia 11 de outubro, temos a direção contrária na vida de dois astros da nossa riquíssima constelação musical. 



No Rio de Janeiro de 1908, no dia 11 de outubro, nascia o pequeno Angenor de Oliveira, carioca que se tornaria mais adiante o famoso Cartola, um dos mais talentosos artistas da Música Popular Brasileira de todos os tempos. Nasceu no bairro do Catete, morou em Laranjeiras e por conta da falta de recursos da família, teve que se mudar para o Morro da Mangueira. Ali, no templo do Samba, conheceu e se tornou amigo e parceiro do compositor Carlos Cachaça na boêmia. Com a perda da mãe, parou de estudar e foi trabalhar como pedreiro. Pelo fato de jamais abandonar seu chapéu, foi apelidado de Cartola, apelido que o acompanharia por toda a vida. Juntou os amigos e criou o Bloco dos Arengueiros, que depois se transformaria na gigante e amada Estação Primeira de Mangueira, escola de samba das maiores do Rio de Janeiro. Algumas de suas muitas belas composições foram gravadas pelos maiores cantores e cantoras da época, entre eles Araci de Almeida, Carmen Miranda e Francisco Alves. Foi esquecido por um longo período, sendo encontrado em Ipanema, trabalhando como lavador de carros em 1956, pelo Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do jornalista Sérgio Porto, que o ajudou a se levantar na carreira e a voltar a compor suas canções de raro valor. Depois de ficar viúvo de Dona Delinha, Cartola casou-se com Eusébia Silva do Nascimento, a Dona Zica, instalando um restaurante no Centro do Rio de Janeiro, na Rua da Carioca, com o nome de Zicartola, local que se transformou em ponto de encontro de amantes da música. Com apoio do povo e confiança no seu potencial, Cartola começou a gravar seus discos, seis no total. Neles, canções maravilhosas e imortais suas ou em parcerias, tais como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "Quem Me Vê Sorrindo", "Alvorada" e "Peito Vazio", entre outras. Já bem velhinho, Cartola saiu da agitação do Morro da Mangueira para se refugiar em Jacarepaguá, onde viveu até o dia 30 de novembro de 1980, quando veio a falecer, vítima de câncer.  






Foi no dia 11 de outubro de 1996, no Rio de Janeiro, vítima de complicações da AIDS, que o grande cantor, compositor e músico Renato Manfredini Júnior, o líder da Legião Urbana Renato Russo, faleceu, deixando uma legião de admiradores tristes e desamparados. Renato nasceu no dia 27 de março de 1960 no Rio. Por conta do emprego do pai, funcionário do Banco do Brasil, morou um curto tempo em Nova York e muito tempo em Brasília, onde se enveredou pelo caminho da música no boom do Rock na década de 80 na capital federal. Foi integrante da banda Aborto Elétrico até se aventurar como o Trovador Solitário por Brasília. Em seguida criou a Legião Urbana e entrou definitivamente para a história da música brasileira com suas dezenas de canções maravilhosas que influenciaram artistas e apaixonaram milhões de fãs pelo país. 



Onze de outubro, um dia como outro qualquer, com motivos para comemorar ou chorar perdas irreparáveis. Dia de louvar o nascimento de um Cartola e lamentar a partida de um Renato Russo, ambos criadores de letras e melodias que tocaram fundo o coração de milhões, em especial o meu já cansado de guerra. Que permaneçam eternas as obras divinas dessas duas figuras exponenciais da nossa poderosa música brasileira!
Um grande abraço espinosense.    

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