Espinosa é uma fonte inesgotável de grandes talentos em todas as áreas, como podemos comprovar com o destaque alcançado por muitos dos nossos conterrâneos pelo mundo afora. Fico imaginando então se mais possibilidades fossem permitidas a todos os cidadãos do nosso município desde a infância, quanto mais talentos seriam descobertos.
E hoje fui informado da existência de mais um poeta na nossa cidade. O Uilson Pedro Primo teve o seu poema "Canoeiro" classificado entre os 250 em um universo de 3.207 inscrições realizadas no Concurso Nacional Novos Poetas 2017, promovido pela Vivara Editora. O concurso, cujo tema é livre, recebeu a participação de poetas de todo o Brasil no período de 5 de junho a 5 de setembro de 2017, com a possibilidade de inscrição de 2 poemas inéditos, ainda não publicados em livro.
Entre os 250 poemas classificados estava o de Uilson, mas assim ficou a premiação dos 3 primeiros:
1ª Colocação - WANDA CRISTINA DA CUNHA E SILVA, com o poema "Pesca(dor)". Ela recebeu a Medalha de Ouro, em ouro 18k;
2ª Colocação - MARVEN JUNIUS DA COSTA FRANKLIN, com o poema "Zepelins Imaginários". Ele recebeu a Medalha de Prata;
3ª Colocação - ROGÉRIO JOSÉ DA SILVA, com o poema "Meu Amor". Ele recebeu a Medalha de Bronze.
Os outros colocados até a vigésima posição terão maior destaque no livro com edição de 5 mil exemplares que será publicado com os 250 poemas classificados.
Infelizmente não tenho como publicar o poema em questão, mas publico outro do mesmo autor que integrou o 30º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético.
E fica aqui registrado o prazer de contar com mais um poeta na nossa cidade sempre tão carente de cultura. As mais recentes notícias da terrinha, entretanto, mostram uma mudança positiva neste quadro, o que é motivo de comemoração.
Parabéns então ao Uilson pelo seu trabalho e amor à arte da poesia e que seu exemplo seja seguido pela nossa juventude.
Quem quiser conhecer mais poesias do autor, basta acessar o endereço: recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=153738.
Um grande abraço espinosense.
CRUZ MUTILADA II
A cidade acordou
E já não estavas mais
De braços abertos
A contemplá-la
O povo olhou perplexo
O vazio no alto do morro
E percebeu que faltava
Alguma coisa
Era como se ninguém
Velasse-nos
Logo após veio a notícia
Estavas caída
Sozinha entre pedras e arbustos
E na noite escura
Ninguém pôde
Defendê-la da mão ímpia que
Desfechou golpes cruéis
Deixando-a mutilada
E jogada ao solo
Oh cruz! Tantos e tantos anos
Lá de cima do morro
Velando-nos
Desde o tempo dos meus avós
E agora estás aí, quebrada!
Levanta-te!
Não te deixas abater
Pelo vandalismo dos inconsequentes
A cidade perdeu
Um pedaço de sua identidade
Desmoronou nesse momento
Um pouco da tradição
De um povo
Oh cruzeiro!
Que sempre de braços abertos
Recebeu a todos
Sempre hospitaleiro
Foste apedrejado
Em vez de preservado
Mas Deus ouviu a minha prece
E teu povo não mediu esforços
Para reerguê-la
Na parte ferida pôs uma atadura
Para protegê-la
Hoje continuas firme
No cume do morro
Erguida de braços abertos
Numa visão panorâmica
A observar a cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário