Morreu na noite desta quarta-feira, 13 de julho, o cineasta e roteirista Héctor Eduardo Babenco. Ele tinha 70 anos de idade. Nascido em 7 de fevereiro de 1946 em Mar del Plata, em Buenos Aires, na Argentina, o cineasta radicou-se no Brasil quando tinha 19 anos. Em 1977, naturalizou-se brasileiro.
Apaixonado por cinema, começou como figurante e conseguiu grande destaque como cineasta e roteirista. Dirigiu com maestria filmes como "O Rei da Noite" (1975), "Pixote: A Lei do Mais Fraco" (1982), "Ironweed" (1987), "Brincando nos Campos do Senhor" (1990), "Carandiru" (2003), ''O Passado" (2007) e o seu último trabalho, "Meu Amigo Hindu" (2015).
Tomei conhecimento do trabalho do diretor Babenco há muito tempo atrás, quando assisti extasiado ao seu filme "Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" (1977). Eram tempos sombrios, ainda com o terror da Ditadura Militar sobrevoando nossas cabeças e com organizações criminosas atuando violentamente, até mesmo dentro do Estado, como o Esquadrão da Morte. Babenco levou para as telas dos cinemas a história de Lúcio Flávio, um bandido dos anos 1970 tornado famoso e admirado pelos seus ousados assaltos a banco e as suas fugas espetaculares.
O filme, baseado na obra homônima de José Louzeiro, fez um tremendo sucesso e levou quase 6 milhões de espectadores aos cinemas do país inteiro, Espinosa, inclusive. Foi no Cine Coronel Tolentino que o assisti e conheci um pouco sobre a realidade brasileira daquela época, ainda tão distante e desconhecida para um adolescente do interior do país. Reginaldo Faria foi o protagonista do filme, em que também atuaram Stepan Nercessian, Paulo César Pereio, Lady Francisco, Ana Maria Magalhães, Milton Gonçalves, Ivan Cândido, José Dumont e Grande Otelo.
Em outras obras cinematográficas suas, dirigiu grandes nomes do cinema de Hollywood como Jack Nicholson, Meryl Streep, Tom Berenger, William Hurt, Gael García Bernal e Willem Dafoe. Entre os atores brasileiros, dirigiu Reginaldo Faria, Grande Otelo, Paulo José, Marília Pera, Wagner Moura, Caio Blat, Milhem Cortaz e Selton Mello.
Realmente uma grande perda para o cinema mundial. Que descanse em paz!
Um grande abraço espinosense.
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