Espinosa, meu éden

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

1377 - Betinho, um exemplo para o mundo

"A vida é uma só. Ela é valiosa. O tempo é muito valioso. E nós devemos fazer da vida e do tempo o que de melhor nós pudermos. Todos os dias!"

Assim está eternizada, no início do filme "Três Irmãos de Sangue", a fala de Betinho. O documentário, que conta a história de vida e morte dos irmãos Betinho, Henfil e Chico Mário, é de 2006, com direção de Ângela Patrícia Reiniger; roteiro de Ângela Patrícia Reiniger e Cristiano Gualda; fotografia de Márcio Zavareze; edição de Cassiano Brandão; produção executiva de Marina Dantas Faria e idealização e direção musical de Marcos Souza.
Agora em 2015, a história de Betinho, ou Herbert José de Sousa, nascido aqui pertinho de nós, em Bocaiúva, aos 3 de novembro de 1935 e falecido no Rio de Janeiro em 9 de agosto de 1997, está sendo contada no documentário "Betinho - A  Esperança Equilibrista", dirigido por Victor Lopes e com lançamento previsto para o próximo dia 3 de novembro, dia em que estaria completando 80 anos de idade.


Talvez os mais jovens nem sequer saibam quem foi o Betinho. Nos dias atuais, percebemos, com tristeza, um desconhecimento geral da história do país pela juventude brasileira, lamentavelmente desinformada e alienada. Pois bem, para quem não conheceu a sua bela história de vida, Betinho era sociólogo e ativista dos direitos humanos no Brasil. Sua vida não foi nada fácil. Nasceu com hemofilia, herdada da mãe, teve tuberculose na infância, e, através de transfusões de sangue, acabou se contaminando com a AIDS, então uma doença letal. 
Lutou contra a Ditadura Militar; foi obrigado a exilar-se no Chile por 8 anos devido à forte repressão política da época; defendeu a reforma agrária e as causas sociais e criou e fez se realizar com sucesso, o projeto humanitário "Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida". Mais tarde, ao lado dos companheiros de exílio Carlos Afonso e Marcos Arruda, fundou o IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, organização de cidadania ativa, sem fins lucrativos, para pesquisas de ações governamentais.


O filme "Betinho - A Esperança Equilibrista" chega em um momento triste e complicado da sociedade brasileira, com um acirramento do cenário político que resulta em decisões prejudiciais ao desenvolvimento do país e a manifestações lamentáveis de ódio, preconceito e intolerância. Betinho, ao contrário, nos ensinou, com sua história de vida, a nos reunir e convergir em prol de um sonho e de uma utopia, como a erradicação da fome e da miséria no Brasil. 
Betinho está para sempre na história da música popular brasileira, nos versos da canção "O Bêbado e a Equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, imortalizada na interpretação divina de Elis Regina, como "o irmão do Henfil". 
O incansável lutador Betinho morreu em 1997, em consequência da AIDS, como havia ocorrido com os seus irmãos Henfil e Chico Mário em 1988. Betinho se casou duas vezes e teve dois filhos. Daniel, do primeiro casamento, com Irles Carvalho, e Henrique, do segundo, com Maria Nakano.
A mensagem que nos deixou Betinho é bastante clara. Temos a força e a criatividade para mudar o país para muito melhor. Só que é preciso vontade, e principalmente ação, para realizarmos em conjunto e harmonia as mudanças necessárias. Que cada um de nós façamos a nossa parte.
Um grande abraço espinosense.



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