Bem de manhãzinha, depois de acordar, é hora de acessar a Internet para ficar antenado sobre o que está acontecendo neste nosso mundo tão lindo, tão vasto, tão surpreendente e meio louco. Em meio às notícias de problemas na economia, confusões no futebol e baixarias no mundo das "celebridades", eis que uma triste notícia me chama a atenção. A morte de uma professora após a realização de uma cesárea na cidade de São Carlos (SP). Ela havia tentado dias antes ter o bebê através de um parto humanizado em casa, com acompanhamento de uma doula, mas as coisas não funcionaram bem e em seguida a cesárea foi necessária, com resultado trágico para a genitora. Apesar do falecimento da mãe, o bebê passa bem.
À parte a tristeza pelo acontecimento, a reportagem me deu oportunidade de aprender mais uma palavra que jamais tinha escutado, "doula". Imediatamente fui pesquisar na Web (hoje é tão fácil, né?) e descobri que uma doula "(pronúncia: duːla) é uma assistente de parto, com ou sem formação médica, que acompanha a gestante durante o período da gestação até os primeiros meses após o parto, com foco no bem estar da mulher", conforme a Wikipedia.
A "doula", palavra grega que significa "mulher que serve", nada mais é que alguém que faz o mesmo trabalho das antigas e tão importantes parteiras, com o incremento de mais algumas funções. Além do suporte físico e afetivo na hora do parto, com aplicação de técnicas de relaxamento e posicionamento, elas apoiam emocionalmente as mamães durante toda a gestação até depois do nascimento da criança.
Nosso país, absurdamente, tem o mais alto índice de cesarianas do planeta, com nada menos que 84% dos partos na rede privada sendo feitos através de cesáreas, enquanto que na rede pública a taxa é de 40%. Para se ter ideia da inconsequência desse cenário, o recomendado pela OMS - Organização Mundial da Saúde é de 15%. É a poderosa indústria do nascimento.
Recentemente a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) criou uma resolução dando direito às mulheres de solicitar aos planos de saúde os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico, procedimento adotado com sucesso nos Estados Unidos. É uma tentativa de coibir os excessos cometidos no país. Muitos especialistas até contestam a velha máxima de que "uma vez cesárea, sempre cesárea", e declaram ser possível às mulheres dar à luz de forma natural mesmo após ter se submetido à uma cesárea, com resultados amplamente positivos.
Se não há risco para a mamãe nem para o bebê, entendo ser o parto normal o caminho mais prático e natural para que os novos habitantes do planeta venham com saúde e alegria nos fazer companhia. E que oportunidades para aprender novas palavras como "doula" continuem aparecendo para que eu diminua a minha imensa ignorância. Como dizem ter dito Sócrates, "só sei que nada sei".
Um grande abraço espinosense.
Quadro "A Parteira", de Pedro Rafaél González Chavajay, 1996 |
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