Um belíssimo estádio repleto de história, um gramado espetacular, uma organização impecável, uma plateia gigantesca dividida em amarelo e vermelho, uma festa magnífica e dois gigantes do futebol alemão em busca do maior título do futebol do velho continente. Foi o que se viu neste sábado no imponente Estádio de Wembley, na decisão da cobiçada taça da UEFA Champions League. E deu Bayern, como era esperado.
A cerimônia de abertura, com a participação de cerca de trezentos atores na encenação de uma batalha medieval, já antecipava a beleza do espetáculo do futebol que viria logo em seguida. Depois da entrada em campo dos árbitros e dos jogadores, acompanhados de muitas crianças, foi iniciado o confronto que atraía a atenção de milhares de torcedores presentes no estádio bem como de milhões de apaixonados por futebol em todo o mundo.
Logo que o árbitro italiano Nicola Rizzoli autorizou o início da partida, o Borussia Dortmund já demonstrava a sua estratégia para tentar a vitória, com uma marcação forte na saída de bola do Bayern de Munique. Até os 25 minutos, quando o Bayern criou a sua primeira chance de gol, o Borussia esteve bem superior, com algumas oportunidades de marcar. Mas logo em seguida, o Bayern começou a controlar melhor a partida e passou a criar as melhores chances de abrir o marcador, mas todas elas paravam no excelente goleiro Weidenfeller, que fez defesas espetaculares, evitando o balançar das suas redes no primeiro tempo. O jogo era bastante disputado, com muita qualidade técnica de ambos os times. Até que o placar foi alterado com um gol de Mario Mandzukic, aos 15 minutos do segundo tempo, escorando a bola para o gol depois de um toque da linha de fundo realizado por Arjen Robben, após passe especial de Franck Ribéry. A torcida bávara foi ao delírio. Mas aos 22 minutos, quem comemorou enlouquecidamente foi a parte amarela do estádio, com um gol de pênalti cobrado com maestria por Gundogan, após uma bobeira do zagueiro brasileiro Dante. Estava tudo igual novamente.
E o jogo continuou disputado com extrema dedicação e competência pelos jogadores, principalmente os dois goleiros que protagonizavam uma participação exuberante, com defesas excepcionais. Mas o Bayern era mais capacitado e portanto, favorito, e não demorou a demonstrar a sua superioridade. Aos 44 minutos, depois de um leve toque de calcanhar de Ribéry, um dos maiores destaques da partida, Robben entrou livre e só teve o trabalho de desviar levemente a bola do ótimo arqueiro Weidenfeller e fazer a torcida vermelha sacudir alucinadamente as instalações de Wembley com o segundo gol da forte equipe de Munique. Já não havia tempo para a reação do Borussia, mesmo com toda a raça e valentia dos seus atletas. Assim, deu a lógica: Bayern, campeão pela quinta vez da UEFA Champions League, igualando-se ao Milan e ao Liverpool em número de conquistas.
O encerramento desse verdadeiro espetáculo do futebol teve a tradicional entrega das medalhas e da taça nas tribunas do estádio, para delírio dos torcedores do Bayern ali presentes. Mas outra imagem bela e emocionante se deu com a torcida do Borussia aplaudindo e reconhecendo o esforço da sua equipe na partida final e também pela excelente campanha realizada na competição mais difícil da Europa.
Espero que atitudes como essa se tornem mais corriqueiras no futebol brasileiro, como recentemente ocorreu na Copa Libertadores, quando a torcida do Corinthians deu uma demonstração linda e emocionante de amor ao clube, ao aplaudir os seus jogadores depois da eliminação do time pelo Boca Juniors da Argentina. A torcida atleticana também já fez coisa semelhante em um passado recente. É preciso que os torcedores revejam as suas convicções e entendam que apenas uma equipe vai ser campeã e que as que chegam entre as primeiras colocações merecem todo o reconhecimento da torcida pelo bom trabalho realizado.
Resumo da grande final:
Bayern: Manuel Neuer, Philipp Lahm, Dante, Jerome Boateng, David Alaba; Javier Martinez, Bastian Schweinsteiger, Arjen Robben, Thomas Müller, Franck Ribéry (Luiz Gustavo) e Mario Mandzukic (Mario Gomez).
Treinador: Jupp Heynckes
Borussia: Roman Weidenfeller, Lukasz Piszczek, Neven Subotic, Mats Hummels, Marcel Schmelzer; Ilkay Gündogan, Sven Bender (Nuri Sahin), Jakub Blaszczykowski (Julian Schieber), Marco Reus,
Kevin Großkreutz e Robert Lewandowski.
Treinador: Jurgen Klopp
Gols: 1 x 0 (Mandzukic, 15m 2°), 1 x 1 (Gündogan, 22m 2°), 2 x 1 (Robben, 44m 2°)
Um grande abraço espinosense.