Espinosa, meu éden

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

325 - Tristeza e saudade: 30 anos sem Elis Regina, a melhor de todas as cantoras brasileiras

Como passa rápido esse nosso tempo! 30 anos! 30 anos sem a "Pimentinha", que até hoje ainda me faz arrepiar os pelos do corpo e fazer com que meus olhos se encham de lágrimas quando a ouço interpretar o clássico "Atrás da Porta", do inspirado Chico Buarque. Eu sei que muitos não tem essa sensibilidade e não conseguem se emocionar com uma canção. Não sabem o que estão perdendo. Neste nosso mundo da velocidade e da efemeridade de hoje em dia, as pessoas não mais ouvem música de verdade. Ninguém mais se dá ao trabalho de se recostar no sofá, fechar os olhos e sentir a gostosa vibração de uma boa música, desfrutando de cada palavra, de cada frase, de cada verso, do efeito sonoro inusitado, de cada solo de guitarra ou de bateria, de cada som diferente que sai das caixas de som estéreo. Hoje o importante é fazer barulho, cada vez mais alto, com dançarinas seminuas e muito efeitos visuais para esconder a falta de talento, as letras paupérrimas e a desafinação e mediocridade dos cantores. Aliás, onde estão os grandes cantores deste nosso país? Os melhores tem mais de 60 anos e muitos deles já se foram, como a inesquecível Elis Regina, a melhor cantora brasileira de todos os tempos. Elis é eterna. E a melhor.
Elis Regina e Jair Rodrigues, ainda jovens no programa
de TV "O Fino da Bossa"

O encontro de duas lendas da música brasileira:
Elis Regina e Antônio Carlos Jobim
Elis Regina Carvalho Costa, filha de  Romeu Costa e de Dona Ercy Carvalho, nasceu no Hospital da Beneficência Portuguesa em Porto Alegre, aos 17 de março de 1945. A menina de talento espetacular e personalidade forte, começou a carreira se apresentando n"O Clube do Guri", programa de rádio para crianças apresentado por Ari Rego, na Rádio Farroupilha, aos 11 anos de idade. Precoce, já em 1961, aos 16 anos, ela gravou o primeiro disco: "Viva a Brotolândia". A carreira deslanchou rápido com imenso sucesso das suas apresentações no "Beco das Garrafas", no Rio de Janeiro, sob a direção de Luís Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli; da apresentação do programa "O Fino da Bossa" ao lado de Jair Rodrigues na TV Record, que resultaria em três discos memoráveis; a antológica interpretação de "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, em 1965, no Festival da TV Excelsior e os vários espetáculos apresentados pelo país como "Falso Brilhante" de 1975, "Transversal do Tempo" de 1978, "Essa Mulher" de 1979, "Saudades do Brasil" de 1980 e "Trem Azul" de 1981.
Elis também se destacou na escolha dos seus compositores, lançando vários deles quando ainda eram bastante jovens e completamente desconhecidos do público, como Mílton Nascimento, Beto Guedes, Raimundo Fagner, Ivan Lins, Guilherme Arantes, Renato Teixeira, João Bosco e Aldir Blanc. Algumas de suas interpretações entraram para a história do país, como "O Bêbado e o Equilibrista" de João Bosco e Aldir Blanc, que virou um hino contra a ditadura e a favor do fim do exílio dos brasileiros no exterior, como Betinho, o irmão do Henfil. 

O país se surpreendeu tristemente com a notícia de sua morte, no dia 19 de janeiro de 1982. Elis Regina foi encontrada morta, ainda muito jovem, aos 36 anos de idade, devido ao consumo de cocaína e bebida alcoólica. Deixou órfãos os seus filhos João Marcelo Bôscoli (do casamento com Ronaldo Bôscoli), Pedro Camargo Mariano e Maria Rita (do casamento com César Camargo Mariano) e milhões de admiradores pelo mundo inteiro, entre os quais eu me incluo apaixonadamente.

ÁLBUNS DE ESTÚDIO:
Viva a Brotolândia (1961)
Poema de Amor (1962)
Elis Regina (1963)
O Bem do Amor (1963)
Samba - Eu Canto Assim (1965)
Elis (1966)
Elis - Como e Porquê (1969)
Em Pleno Verão (1970)
Ela (1971)
Elis (1972)
Elis (1973)
Elis e Tom (1974)
Elis (1974)
Falso Brilhante (1976)
Elis (1977)
Essa Mulher (1979)
Saudade do Brasil (1980)
Elis (1980)

AO VIVO:
Dois na Bossa (1965)
O Fino do Fino (1965)
Dois na Bossa nº 2 (1966)
Dois na Bossa nº 3 (1967)
Elis no Teatro da Praia (1970)
Transversal do Tempo (1978)

Desculpem a grande quantidade de vídeos postados, mas a grandiosidade do talento da eterna Elis é incomensurável e é muito difícil deixar de mostrar tudo que ela maravilhosamente registrou na sua carreira. Não deixem de assistir aos vídeos, principalmente o último, em que ela interpreta emocionada a linda canção de Chico Buarque de Hollanda, "Atrás da Porta". A cada vez que assisto não consigo conter as lágrimas, pois Elis, com a sua belíssima voz e a sua profunda emoção, mexe fundo com a minha sensibilidade e a minha alma. Ela é o máximo!











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