Andei procurando na Internet por espinosenses ilustres espalhados pelo mundo. E encontrei alguns. Hoje registrarei a história de um deles, que se tornou o primeiro prefeito da cidade de Cacoal, em Rondônia. Muitos filhos de Espinosa mudaram-se para Rondônia, na década de 70, quando o governo brasileiro lançou uma campanha para atrair desbravadores para povoar a região. Um desses bravos colonizadores da floresta era o Sr. Catarino Cardoso dos Santos, que se tornou o primeiro prefeito da cidade. A seguir, um pouquinho da história da cidade rondoniense. Fonte: http://www.cacoal.ro.gov.br/
Bandeira da cidade de Cacoal, em Rondônia |
Vista do centro da cidade de Cacoal |
Cacoal é a quarta maior cidade do Estado de Rondônia. A cidade surgiu com a implantação do Projeto Integrado de Colonização PIC Gi-Paraná, em 1972. Foi elevada à categoria de Município no dia 11 de outubro de 1977 e sua instalação ocorreu no dia 26 de novembro do mesmo ano. Está situada na porção mais à leste da região central do Estado.
A vila de Cacoal surgiu na década de 60, quando se iniciou a abertura da BR-364, mas a denominação da região existe desde o tempo de Marechal Rondon. Conta o professor e historiador, Amizael Gomes da Silva, no livro: “No Rastro dos Pioneiros: um pouco da história de Rondônia”, que Rondon teria recomendado ao guarda-fio Anízio Serrão, que construísse uma casa e requeresse o local próximo à margem do rio Machado, onde havia notado grande quantidade de cacau nativo. Serrão requereu o local para si e denominou-o Cacoal. Isso ocorreu em 1912.
Cacoal está localizada na porção centro-leste do Estado, na microrregião de Cacoal e na mesorregião do Leste Rondoniense.
Vista aérea da cidade de Cacoal-RO |
Prédio da Prefeitura Municipal de Cacoal |
Praça no centro de Cacoal |
Parque Sabiá, opção de lazer para os cacoalenses |
Sua população, de acordo com o censo do IBGE 2008, é de 76.155 habitantes. O município é uma parte do Brasil representada pelo seu povo oriundo da maioria dos estados, principalmente Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e dos estados do Nordeste. As etnias indígenas, habitantes que já estavam aqui na época da ocupação da região, dão o toque especial das misturas de raças que faz de Cacoal um pedacinho original do Brasil.
Quem conhece Cacoal hoje, dificilmente imagina que um dia, não muito longe, isso aqui foi uma região inóspita, onde crianças sequer bebiam leite, pois até 1960 não existia vaca na região. Hoje, são cerca de 400 mil cabeças e estima-se uma produção diária de 90 mil litros de leite.
Conforme relatos de seringueiros, as mercadorias básicas eram sal, farinha de mandioca, fumo e munição. Poucos conseguiam comprar outros produtos, como açúcar, café, feijão e arroz. Esses produtos eram privilégios apenas de alguns. As mercadorias eram adquiridas em Manaus e Porto Velho, onde se comercializava a borracha. Existiam também os marreteiros que percorriam os rios e trocavam as mercadorias por borracha, diamantes e ouro. Os marreteiros passavam poucas vezes por ano e quando a mercadoria acabava os moradores recorriam a alimentação alternativa como a caça, a pesca, entre outras. Há relatos que o saco da embalagem do sal era fervido para aproveitar os últimos resquícios do produto e a água era utilizada nos alimentos para dar gosto. Mulheres retiravam leite de castanha-do-pará para dar às crianças, mas muitas adoeciam com febre forte, diarréia e vômitos. O remédio era erva que muitas vezes não funcionava e muitas crianças não resistiam e acabavam morrendo.
São relatos assim que retratam a saga de inúmeras famílias que em nome de um sonho sacrificaram-se para a geração de hoje usufruir. De 7.500 habitantes, em 1975, o município saltou para 76.155 (IBGE de 2008). Hoje, dezenas de farmácias, duas faculdades e duas universidades, além de dezenas de escolas de pré-escolar, de ensino fundamental e médio, inclusive na área rural, não nos deixam esquecer da primeira professora Coleta Machado de Almeida, entre tantos outros empreendedores privados e sociais que ajudaram a construir Cacoal, a Capital do café.
Sr. Catarino Cardoso dos Santos
Catarino Cardoso dos Santos, 1° prefeito de Cacoal |
Agricultor, nasceu em Espinosa, Minas Gerais, no dia 16 de junho de 1920. Radicou-se em Cacoal em 1973. Tornou-se um dos líderes da comunidade e em 26 de maio de 1974 foi nomeado administrador da Vila de Cacoal. Em 11 de outubro de 1977, a Vila de Cacoal passa a categoria de Município, quando então é nomeado como primeiro prefeito. Permaneceu no cargo até 19 de abril de 1978.
6 comentários:
oi Eustáquio, sou neto do SR. Catarino e quero te agradecer por ajudar a manter viva a história deste herói, que aos 17 /12/2014.completa 30 anos que nos deixou e foi embora desta vida.
sou filha de Catarino Cardoso dos Santos e quero lhe dizer q sou grata de coração pela publicação desta matéria
Muito obrigado pela sua gratidão, eu que agradeço. Tenho enorme respeito pelos espinosenses que saíram de casa em busca de melhores condições de vida para si e suas famílias, o que parece ser o caso de seu pai.
Um grande abraço e obrigado por acessar o nosso humilde blog.
Fique com Deus!
Eustáquio Tolentino
Sou filha tbm de Catarino Cardoso dos Santos e sou grata por essa matéria publicada
meu bisavó foi um grande homem, e ver a história dele na cidade e em noticias é ótimo, como historiador sei como é rico essa história.
Grata de coração Thaiwan 😍
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