Em outros tempos em Espinosa, a liberdade da criançada era desmesurada. Não havia limites para preencher o tempo ocioso. Brincava-se muito, de todas as maneiras. Os rios, ainda caudalosos, eram um playground natural e eram o lugar ideal para passeios e piqueniques. Para os lugares mais distantes eram utilizados caminhões para transportar as pessoas, já que carro era um produto quase inexistente. A legislação de trânsito atual não permite, mas naqueles tempos, todos se amontoavam nas carrocerias e viajavam alegremente sem se importar com a falta de conforto, "curtindo" intensamente cada momento. Para a criançada então, eram momentos mágicos.
A fotografia que publico agora me foi gentilmente cedida por Paulo Geraldo Rocha, o Paulinho de Florival, e mostra uma enorme turma de crianças e adolescentes indo passear em cima do famoso caminhão de Sêo Iéié, um possante espécime da Fábrica Nacional de Motores (FNM), conhecido carinhosamente como Fenemê. Estes caminhões fizeram bastante sucesso entre os anos de 1942 e 1979, tempo em que funcionou a fábrica brasileira de motores em que eles eram fabricados. Interessante é perceber que o povo nordestino, com toda a sua clarividência, apelidou o caminhão de Fenemê, ao invés de chamá-lo pela forma normal das iniciais da empresa, Efe-ene-eme. Coisas do Brasil!
Para relembrar um pouco de sua história, deem uma olhada nesta reportagem sobre um colecionador dos velhos caminhões Fenemê. Clique aqui.
Um grande abraço espinosense.
Um comentário:
Esse FNM pode ser o mesmo que pertencia ao meu padrinho YeYé, pai de Waltency, Laurency, Alane, Aladias, Uca, Mércio, Katerine e que morava onde hoje funciona o Banco do Brasil S.A.. Sempre aos domingos ele levava a criançada para o Rio Verde Pequeno. Bela Lembrança!
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