A melhor cantora de todos os tempos do Brasil, Elis Regina Carvalho Costa, estaria completando na data de hoje, 17 de março de 2025, seus 80 anos. Infelizmente, ela nos deixou ainda muito jovem, no dia 19 de janeiro de 1982, com apenas 36 anos de idade. Até hoje, Elis foi o único artista que me fez arrepiar os cabelos do corpo só de vê-la cantar pela primeira vez. Foi amor à primeira vista, ou audição. Nunca mais tal efeito se repetiu em minha já longa caminhada. Adoro Elis e seu canto mágico.
Elis era genial! E geniosa! Por ser forte e determinada, ciente da sua potencialidade artística, a baixinha acabou sendo apelidada, pejorativamente, de Pimentinha. Só que a maldade não colou, transformando-se em um apelido carinhoso adotado por seus milhões de fãs apaixonados por seu talento gigantesco. Elis não compunha canções, mas transformava criações alheias de tal forma que suas interpretações jamais seriam sequer igualadas, veja lá, superadas. Elis cantava tudo e da forma mais linda, emocionante e visceral, seja Samba, Bossa Nova, Soul, Blue ou Bolero. Abriu espaço e deu lugar e amplitude a jovens e excelentes compositores brasileiros de então, como Raimundo Fagner, Ivan Lins, João Bosco, Renato Teixeira, Mílton Nascimento, Guilherme Arantes, Belchior e o nosso querido Beto Guedes. E fez brilhar ainda mais os grandes compositores da nossa terra como Tom Jobim, Chico Buarque, Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Gilberto Gil e tantos outros.
Elis Regina se eternizou nas mentes e corações de milhões de apreciadores da boa música no mundo inteiro. Sua riquíssima obra artística permanecerá linda e valiosa por todo o sempre. Restará aos que a amam, como eu, a saudade, matada um pouquinho a cada oportunidade de ouvi-la novamente cantar coisas como "Veja bem meu patrão como pode ser bom, você trabalharia no sol, e eu tomando banho de mar, luto para viver, vivo para morrer, enquanto minha morte não vem" (Caxangá, Mílton Nascimento); ou "Não tenha medo, meu menino povo, tudo principia na própria pessoa, vai como a criança que não teme o tempo, se fazer é tão prazer que é como fosse dor" (Redescobrir, Gonzaguinha); ou "Quando largarem a mágoa, quando lavarem a alma, quando lavarem a água, lavem os olhos por mim" (Aos Nossos Filhos, Ivan Lins e Vítor Martins); ou ainda "A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista, tem que continuar" (O Bêbado e a Equilibrista, João Bosco e Aldir Blanc).
É, Elis, você se foi cedo demais, mas o seu show continua belo, precioso, comovente e substancial para quem tem amor e sensibilidade no coração.
Um grande abraço espinosense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário