Não há como estancar o avanço da tecnologia e da metamorfose universal. O grande poeta e pensador Belchior já afirmava na letra da sua formidável canção "Como Nossos Pais", com discernimento e propriedade, que "É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem". E se não há como evitar a chegada do novo, posto que irreversível, que lutemos então contra os usos maléficos da incrível tecnologia que invade de maneira célere e sem precedentes as nossas vidas.
Aqueles que se dedicam a estudar e acompanhar com atenção e profundidade as vertiginosas mudanças no planeta, já devem conhecer as incríveis e admiráveis criações humanas com a utilização da IA-Inteligência Artificial. Alguns, gananciosos, desonestos e canalhas, a utilizam para conseguir poder e grana, engambelando incautos pelo mundo com milhões de fake News e deturpações da verdade dos fatos. Outros, talentosos, dignos e sensatos, empregam ferramenta de tão amplo alcance para produzir arte, sem tentar enganar e prejudicar ninguém. É o caso do canal "@FakemusicBr" no YouTube. De maneira divertida e extremamente criativa, os responsáveis pelo canal, @nic.heavytrack e @augustohcoldschool, criam, com a utilização da IA, versões de clássicos da música mundial com performances completamente distintas das originais, protagonizadas por artistas de outros estilos. Por lá temos Michael Jackson cantando "Highway to Hell" do AC/DC. Temos James Brown cantando "Freedom" do Rage Against The Machine. Temos Gilberto Gil cantando "Boys Don't Cry" do The Cure. Mas o mais presente artista no canal é o saudoso Tim Maia, que "retornou do paraíso" para interpretar, ao seu modo intenso, suingado e dançante, clássicos do Rock and Roll como "Come as You Are" (Nirvana), "Light My Fire" (The Doors), "Even Flow" (Pearl Jam), "Enter Sandman" (Metallica), "Smoke On the Water" (Deep Purple), "Paranoid" (Black Sabbath) e "Whole Lotta Love" (Led Zeppelin).
O resultado dessas recriações tecnológicas é no mínimo, interessantíssimo. O estilo das canções é totalmente transformado, seguindo as características dos cantores que estrelam a nova roupagem, deixando as músicas irreconhecíveis. O resultado é tão incrível e impactante que nos alerta para a necessidade urgente da regulamentação dessas ferramentas que, mal utilizadas, podem causar incontáveis estragos no mercado musical e na vida e carreira de milhões de artistas de todo o planeta. Que continue a revolução tecnológica, irrefreável e imprescindível, mas com controle límpido e virtuoso, sem causar quaisquer prejuízos às pessoas, sobretudo aos artistas, estes criativos inventores da arte e da música.
Um grande abraço espinosense.
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