Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 17 de junho de 2016

1539 - O movediço fundo do poço

Terminada a oitava rodada do Campeonato Brasileiro, disputada neste meio de semana, espantosamente os três principais clubes das Minas Gerais estão prostrados nas últimas colocações da tabela, integrando a tenebrosa zona de rebaixamento à segunda divisão do futebol brasileiro.
A presença do América nesta situação já era esperada, dadas as limitadas condições financeiras que impedem o clube de armar um time poderoso e competitivo para enfrentar tão difícil competição. O América amarga a lanterna, com apenas 5 pontos ganhos, com apenas 1 vitória (Figueirense), mais 2 empates (Vitória e Cruzeiro) e 5 derrotas (Fluminense, Chapecoense, Ponte Preta, Internacional e Botafogo). Levou 14 gols e fez apenas 7, tendo saldo negativo de 7 gols. O aproveitamento é pífio, apenas 20,8%. É quase impossível que não caia para a Segundona. Uma pena, já que subiu no ano passado e parece certo retornar para lá no primeiro ano de disputa na elite do futebol tupiniquim.
Já o Cruzeiro começou o ano com muitas incertezas, com um time bastante modificado e instável e à procura, por longo tempo, de um novo treinador. Apesar de algumas boas atuações na primeira fase do Campeonato Mineiro, caiu de produção na fase decisiva e acabou ficando pelo caminho e não chegou à decisão da competição, que ficou entre os seus maiores adversários do estado. No Brasileirão, alterna boas e más atuações e resultados, agora sob a direção do português Paulo Bento. Em uma atuação surpreendente, no domingo passado, bateu o maior rival, o Atlético, dentro do Independência, pelo placar de 3 x 2. Mas na última quarta-feira, jogando em casa contra o inconstante Flamengo, o time celeste voltou a decepcionar a sua torcida e foi vencido por 1 x 0, gol do ex-zagueiro atleticano Réver. No momento presente, aparece na 17ª posição na tabela, primeira equipe na zona de rebaixamento, com apenas 8 pontos ganhos, 2 vitórias (Botafogo e Atlético), 2 empates (Figueirense e América) e 4 derrotas (Coritiba, Santa Cruz, São Paulo e Flamengo). Marcou 8 gols e levou 12, saldo negativo de 4. O aproveitamento é baixo, 33,3%.

Charge do cartunista DUKE

E o Atlético, hein? Que vexame! Sempre paparicado na imprensa nacional como o time de melhor elenco do país, afirmação que não tem a minha concordância, o Atlético parece ter perdido o segredo da competitividade e da organização tática apresentada nos últimos anos. Com essas sucessivas trocas de treinadores, a coesão se perdeu. É certo que o momento é conturbado muito em consequência das seguidas contusões e desfalques na equipe, que a deixaram bastante fragilizada. Peças de real importância na montagem da equipe ficaram de fora em alguns jogos, casos de Erazo, Cazares e Douglas Santos, cedidos às seleções equatoriana e brasileira na Copa América; e Lucas Pratto, Dátolo, Leonardo Silva, Júnior Urso, Patric e o imprescindível Luan, contundidos. A fase realmente não é boa. Robinho ainda demorará alguns meses até recuperar completamente a sua forma física e se adequar ao ritmo de competição do campeonato. Fred ainda vai precisar de um tempinho para se entrosar com os novos companheiros e se adaptar ao esquema de jogo pretendido pelo treinador Marcelo Oliveira. A coisa anda bastante complicada na Cidade do Galo. O time até que não está jogando mal, mas algumas falhas individuais de marcação tem causado estragos irreparáveis nos resultados e, consequentemente, na tabela de classificação. A equipe, com a derrota de ontem, contra o Internacional, por 2 x 0 em Porto Alegre, permanece na desconfortável zona do rebaixamento, na 18ª posição, com 7 pontos ganhos, apenas 1 vitória (Santos), 4 empates (Atlético-PR, Vitória, Fluminense e Sport) e 3 derrotas (Grêmio, Cruzeiro e Internacional). Marcou 10 gols e tomou expressivos 15 gols, com saldo negativo de 5. O aproveitamento é vergonhoso, apenas 29,2%.

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Mesmo com meu superficial conhecimento do futebol, acredito que Cruzeiro e Atlético conseguirão se safar da queda para a Série B, ao contrário do América, cujo declínio parece ser irreversível. O Cruzeiro, se não se reforçar, parece condenado a terminar a competição ali pelo meio da tabela. Quanto ao Atlético, sinceramente ainda acredito que uma reação virá. Não é possível que um time com tantos bons jogadores no time titular possa terminar a competição em alguma posição que não seja entre os 5 primeiros. É claramente perceptível que aquela história de que o Atlético tem o melhor elenco do país é balela, papo furado. A verdade é que o clube conseguiu montar uma excelente equipe titular, com jogadores de altíssima qualidade, como Victor, Marcos Rocha, Douglas Santos, Rafael Carioca, Dátolo, Júnior Urso, Luan, Robinho, Lucas Pratto e, recentemente, o artilheiro Fred. Mas os suplentes, até agora, quando convocados, não conseguiram substituir à altura os titulares, realizando atuações decepcionantes. Atletas como Hyuri, Pablo, Carlos César, Lucas Cândido, Edcarlos, Eduardo, Carlos e o Clayton (principalmente este, comprado a peso de ouro), realmente estão devendo, e muito, boas performances.

Charge do cartunista EDRA
Brasileirão é assim, não se pode dar bobeira. Amanhã já teremos o início de outra rodada, a nona, e resultados favoráveis são imprescindíveis para uma reação o quanto antes. O América recebe o Coritiba, no sábado à noite, às 21 horas, no Independência. O Cruzeiro pega uma pedreira fora de casa no domingo, o Grêmio, às 19 horas. E o Atlético tem a chance de alcançar a primeira vitória sob o comando de Marcelo Oliveira no domingo de manhã, às 11 horas, quando recebe, no Horto, a visita da Ponte Preta, não se esquecendo que a Ponte sempre é uma pedra no sapato do time mineiro, como mostra a história.
Agora, nesta situação desanimadora em que os nossos clubes mineiros se encontram, fica até engraçada a posição dos torcedores. Com todo mundo no mesmo buraco, ninguém se atreve e nem pode tirar sarro dos adversários. Está feia a coisa no futebol das Minas Gerais.
Um grande abraço espinosense.  

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