Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

1668 - "Pajé", por Bernardo do Espinhaço

É preciso caminhar pelo mundo.
É preciso subir a montanha.
É preciso continuar a jornada.
É preciso seguir em frente.
Resignadamente.
É preciso abrir os olhos.
É preciso olhar as estrelas.
É preciso sentir o vento.
É preciso se banhar na cachoeira.
Desapegadamente.
É preciso sair ao sol.
É preciso cheirar a flor.
É preciso ampliar a vista.
É preciso notar a amplidão.
Serenamente.
É preciso perceber a própria insignificância.
É preciso entender e ajudar o próximo.
É preciso cultivar a amizade.
É preciso valorizar a família.
Pacientemente.
É preciso esquecer o medo.
É preciso suportar a dor.
É preciso perdoar as ofensas.
É preciso espalhar o amor.
Carinhosamente.

Para que o nosso dia, mais um que nos foi concedido e abençoado por Deus, seja repleto de paz e harmonia, nada como a música serena e magnífica de Bernardo do Espinhaço.
Um grande abraço espinosense. 


Pajé (Bernardo do Espinhaço)

Meço
e não me impeço
que a incerteza é uma
invenção
que se desfaz no caminhar
Penso
me reinvento
que a vida é chão em
construção
só de pensar já posso andar
A pé
e até
e até que eu seja um pajé
de mim e enfim
e a fé transborde pelas mãos
de chão em chão
semeio as tardes
Quero
e como eu quero
e por querer já sou feliz
vontade é um bom lugar
Eu sempre vou ouvir
a noite estrelada
do céu de uma barraca
chamando-me a existir

1667 - Espinosenses pelo mundo: Padre Almerindo Silveira Barbosa

Com muita satisfação, no dia de hoje recebi um comunicado do nosso conterrâneo, Padre Almerindo Silveira Barbosa, dando conta do lançamento de um livro de sua autoria, em junho de 2016, pela Editora Vozes. A obra denominada "A Missa – Conhecer para Viver" mostra aos leigos os significados dos ritos executados durante a Santa Missa, o que facilita e muito a percepção, com detalhes, das várias partes da celebração católica.
Além disso, em texto por ele enviado que publico abaixo na íntegra, ele conta um pouco sobre a sua trajetória de vida desde que saiu do distrito do Espigão para realizar o seu sonho de servir à Deus.
Ao Padre Almerindo, o meu abraço fraterno, a felicidade por tê-lo como frequentador do nosso blog e o desejo de que continue firme e feliz na sua caminhada pregando a Palavra de Deus.
Um grande abraço espinosense.


PE. ALMERINDO DA SILVEIRA BARBOSA

Nasci em Espinosa, Norte de Minas, de uma família simples, de muita fé e numerosa, com 12 filhos. Aos três anos de idade, perdi meu pai, e meus onze irmãos e eu ficamos sob os cuidados apenas de nossa mãe.
Desde muito cedo aprendi as coisas de Deus. Minha mãe, devota de Nossa Senhora, a Imaculada Conceição, sempre me ensinou a ter fé e a vivê-la intensamente. Ensinou-me que, se quisesse ser feliz, deveria buscar viver em Deus; assim sempre o fiz.
Até os 13 anos morei na zona rural, no distrito de Espigão. Lá eu já ajudava na comunidade, através da proclamação de leituras nas celebrações da Palavra e na organização de toda a celebração. Participava ativamente das novenas de Natal e do padroeiro da Comunidade. Aos 13 anos fui crismado. Momento de muita graça em minha vida, pois aguardava ansioso por este sacramento.
Depois dos 13 anos, com minha mãe morando ainda na zona rural, senti o desejo de continuar os estudos. Para isso precisava mudar para a cidade. Fui então residir, por um ano, com um casal de primos. Um ano depois minha mãe mudou para a cidade e voltei a residir com minha mãe e a irmã mais nova, uma vez que os outros irmãos já tinham todos casados e residiam fora.
Assim que mudei para a cidade, era assíduo às celebrações da Santa Missa na Matriz de São Sebastião. Logo fui convidado para participar da Legião de Maria através de um Praesidium Juvenil, sob a coordenação de dona Aracy Sepúlveda. Lá permaneci até os dezoito anos e, semanalmente, participava das reuniões e desenvolvia o trabalho chamado de biblioteca ambulante, levando livros para serem lidos nas casas das pessoas. Depois dos dezoito anos, passei a participar da Legião de Maria, em Praesidium de adultos, continuando com as reuniões semanais, recitação diária do terço, visitas aos enfermos e famílias necessitadas de maior presença de Deus.
Em Espinosa, ainda, participei ativamente do coral São Sebastião, coordenado pela Gilda Souto e, dominicalmente, dos comentários das celebrações. Participei, por vários anos, da Pastoral da Criança da Paróquia, coordenada pela Dra. Coeli e também colaborava com a equipe diocesana. Também acompanhava o padre nas celebrações das comunidades rurais e ajudava naquilo que ele necessitava.
Aos dezenove anos, senti o desejo de ingressar no seminário. Tive uma conversa com o pároco, Padre Marcelo Tibo Aires e passei, então, a frequentar os encontros vocacionais por dois anos (1997-1998). Em 1999 ingressei no seminário no curso propedêutico da Diocese de Januária, uma vez que ainda não havia criada a Diocese de Janaúba e Espinosa pertencia à Januária. Nesta diocese permaneci por apenas seis meses, uma vez que o senhor bispo achou que eu ainda não estava suficientemente maduro para a caminhada rumo ao sacerdócio.
Como tinha convicção do meu desejo e, ciente do chamado de Deus em minha vida, imediatamente procurei outra diocese. Através de uma pessoa amiga, a então coordenadora diocesana da Pastoral da Criança, cheguei à Diocese de Luz e, já no segundo semestre de 1999, retornei ao seminário desta Diocese. Terminei o curso propedêutico e, no ano de 2000, mudei para Belo Horizonte, ingressando no curso de Filosofia, concluindo esta graduação em 2003, pela Puc-Minas. 
Em 2004 iniciei o curso de Teologia, concluindo o mesmo em novembro de 2007, pela Puc-Minas. Em julho de 2007, no oitavo período de Teologia, fui ordenado diácono. Com a graça de Deus, em dezembro de 2007, ao final da Teologia, fui ordenado presbítero. Momento forte em minha vida e certeza da presença de Deus em minha existência. 
Escolhi como lema para nortear minha caminhada de presbítero, a passagem de Romanos 8,39: “Nada poderá nos separar do amor de Deus”. Crente de que, quando temos Deus e n’Ele acreditamos verdadeiramente, seu amor não nos abandona.
Como padre, fui vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, de Arcos, por dois anos e meio e pároco, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, também em Arcos, por seis anos e meio. Em dezembro de 2016 assumi, como pároco, a Paróquia de São Sebastião, em Lagoa da Prata.
Na diocese de Luz, fui professor por sete anos, no seminário diocesano, de História da Filosofia Antiga e também das disciplinas introdução à Catequese, à Liturgia e à Bíblia. Também na Diocese de Luz/MG sou assessor diocesano da Catequese, há 9 anos e no Regional Leste II (MG e ES), sou membro da comissão de catequese deste Regional.
Em junho de 2016, pela Editora Vozes, lancei o Livro A Missa – Conhecer para Viver – que explica os ritos e gestos que realizamos durante a celebração da Santa Missa. Ou seja, explica a missa e seu ritual, parte a parte. É um texto simples, objetivo e direto para a formação dos cristãos católicos. 
O objetivo do livro, ao chegar às mãos de todas as pessoas por este Brasil afora, é de ajudar a conhecer para viver melhor este memorial tão instigante da entrega amorosa de Jesus por nós, que é a Eucaristia.
Além dos meus estudos iniciais - 1º a 4º séries, na Escola Estadual do distrito de Espigão. 5º a 8º séries, na Escola Estadual Dom Lúcio – Espinosa MG. 2º Grau, na Escola Estadual Betânia Tolentino Silveira – Espinosa MG, formei-me em Filosofia, como Bacharel Licenciado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte e em Teologia, também Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte. Sou Pós-graduado em Catequese, pelo Instituto Regional de Catequese – Leste II e em Ensino Religioso, pelo Instituto ProMinas. Atualmente estudo Pós graduação em Teologia Pastoral, Pela Faculdade Jesuíta – Belo Horizonte.

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa