Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 14 de julho de 2016

1554 - Atlético Nacional e Independiente del Valle vão decidir o título da Libertadores 2016

É, meus amigos, Libertadores da América realmente não é fácil. Dos cinco clubes brasileiros que começaram a disputa a partir da fase de grupos (Atlético, Corinthians, Grêmio, Palmeiras e São Paulo), todos ficaram pelo caminho.
O último a ser eliminado, o São Paulo, deu adeus ao sonho do quarto título continental ontem à noite, na derrota por 2 x 1 para o excelente time do Atlético Nacional, no Estádio Atanasio Girardot. Na primeira partida da semifinal, disputada no dia 6 de julho no Morumbi, em São Paulo, o time brasileiro foi surpreendido pelo time colombiano e perdeu por 2 x 0, muito em função da boba expulsão do zagueiro Maicon, que deu um safanão na cabeça de um adversário e levou o cartão vermelho. Na segunda partida então, seria necessário quase um milagre para que o tricolor paulista conseguisse a classificação, tendo em vista que o Atlético Nacional vem se apresentando como a melhor equipe do torneio. E não deu outra. Classificação dos colombianos com toda a justiça.


Hoje à noite, a batalha para chegar à final da Copa Bridgestone Libertadores da América envolveu o surpreendente Independiente del Valle do Equador e o todo poderoso Boca Juniors da Argentina. No primeiro confronto, jogado no Estádio Olímpico Atahualpa no dia 7 de julho, o time da casa saiu perdendo, mas em uma virada espetacular, bateu o Boca Juniors por 2 x 1 e saiu em vantagem na disputa.
Na segunda e decisiva partida realizada nesta noite pela semifinal, o Boca Juniors deixou enlouquecida a sua imensa e apaixonada torcida, que lotou como sempre La Bombonera, com um gol logo aos 4 minutos de partida, marcado pelo atacante Cristian Pavon. Jogando com uma garra impressionante, ocupando todos os espaços em campo e dificultando ao máximo a troca de passes e a saída da defesa do time adversário, o Boca mandou no jogo, até que na cobrança de um escanteio aos 24 minutos, a boa maliciosamente sobrou para Luis Caicedo tocar no alto do canto direito do goleiro Agustin Orion e empatar a partida. A classificação que parecia assegurada agora havia mudado de lado, pois com o empate, o passaporte para a final da Libertadores iria para o Independiente del Valle. Daí em diante o jogo pegou fogo, com muita disputa pela bola, muita marcação e lances emocionantes, com chances perdidas e até bola na trave até que o primeiro tempo se encerrou.
A segunda etapa parecia que iria transcorrer dentro de um certo equilíbrio de forças entre as duas equipes, com uma esperada pressão do time da casa, mas o que se viu foi uma coisa inacreditável. Logo aos 3 minutos, depois de um longo lançamento e desvios precisos de cabeça, a equipe equatoriana consegue marcar o seu segundo gol, com conclusão certeira de Bryan Cabezas. Um verdadeiro baque na torcida xeneize! Agora o Boca, para chegar à final da Libertadores, precisava marcar mais três gols. E a coisa ficou ainda mais terrível para os argentinos, pois dois minutos depois, em uma falha grotesca do goleiro Orion, o rápido atacante Julio Angulo ganha a dividida e toca a bola para o fundo das redes argentinas. Quem acreditaria em uma coisa dessas? Independiente del Valle 3, Boca Juniors 1. Só mesmo o futebol pode ser assim tão surpreendente.
Mas o Boca não desiste e continua sua luta contra a derrota iminente. Aos 23 minutos consegue a chance de diminuir o placar, com um pênalti marcado a seu favor. Lodeiro faz a cobrança, mas bate muito fraco e o goleiro Librado Azcona defende no canto direito, sem muita dificuldade. A partida continuou emocionante, com o del Valle se defendendo bravamente e o Boca desesperadamente tentando mudar a história do jogo, mas o seu destino já estava selado, mesmo com um belo gol marcado pelo Pavon aos 45 minutos do segundo tempo. 
Fim da partida. O Atlético Nacional e o Independiente del Valle irão se enfrentar nos dias 20 e 27 de julho para decidir quem será o mais novo dono do futebol da América. Que essas duas partidas sejam espetáculos do bom futebol e que o mais capacitado erga a taça de campeão. Estarei torcendo pelo Atlético Nacional, para mim o melhor time do torneio, o que apresentou o futebol mais vistoso, com muita técnica, velocidade e organização. 
Um grande abraço espinosense.  



Maradona esteve presente em La Bombonera, mas saiu triste com a derrota do seu Boca Juniors

Boca Juniors 2 x 3 Independiente del Valle
La Bombonera
14 de julho de 2016
Semifinal da Libertadores 2016

Boca Juniors:
1 - Agustin Orion
2 - Cata Diaz
22 - Juan Insaurralde
24 - Frank Fabra
29 - Leonardo Jara
8 - Pablo Perez (Walter Bou)
20 - Adrian Cubas (Darío Benedetto)
21 - Fernando Zuqui
7 - Cristian Pavon
10 - Carlos Tevez
14 - Nicolas Lodeiro
Técnico: Guillermo Schelotto

Independiente del Valle:
1 - Librado Azcona
3 - Arturo Mina
4 - Luis Caicedo (Luis Leon Bermeo)
6 - Luis Ayala (Emiliano Tellechea)
20 - Christian Nunez
10 - Junior Sornoza
11 - Bryan Cabezas
15 - Mario Rizotto (Jonathan González)
17 - Julio Angulo
18 - Jefferson Orejuela
19 - Jose Angulo
Técnico: Pablo Repetto 

1553 - O cinema perde o talento de Héctor Babenco

Morreu na noite desta quarta-feira, 13 de julho, o cineasta e roteirista Héctor Eduardo Babenco. Ele tinha 70 anos de idade. Nascido em 7 de fevereiro de 1946 em Mar del Plata, em Buenos Aires, na Argentina, o cineasta radicou-se no Brasil quando tinha 19 anos. Em 1977, naturalizou-se brasileiro. 
Apaixonado por cinema, começou como figurante e conseguiu grande destaque como cineasta e roteirista. Dirigiu com maestria filmes como "O Rei da Noite" (1975), "Pixote: A Lei do Mais Fraco" (1982), "Ironweed" (1987), "Brincando nos Campos do Senhor" (1990), "Carandiru" (2003), ''O Passado" (2007) e o seu último trabalho, "Meu Amigo Hindu" (2015).
Tomei conhecimento do trabalho do diretor Babenco há muito tempo atrás, quando assisti extasiado ao seu filme "Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" (1977). Eram tempos sombrios, ainda com o terror da Ditadura Militar sobrevoando nossas cabeças e com organizações criminosas atuando violentamente, até mesmo dentro do Estado, como o Esquadrão da Morte. Babenco levou para as telas dos cinemas a história de Lúcio Flávio, um bandido dos anos 1970 tornado famoso e admirado pelos seus ousados assaltos a banco e as suas fugas espetaculares. 
O filme, baseado na obra homônima de José Louzeiro, fez um tremendo sucesso e levou quase 6 milhões de espectadores aos cinemas do país inteiro, Espinosa, inclusive. Foi no Cine Coronel Tolentino que o assisti e conheci um pouco sobre a realidade brasileira daquela época, ainda tão distante e desconhecida para um adolescente do interior do país. Reginaldo Faria foi o protagonista do filme, em que também atuaram Stepan Nercessian, Paulo César Pereio, Lady Francisco, Ana Maria Magalhães, Milton Gonçalves, Ivan Cândido, José Dumont e Grande Otelo.


Em outras obras cinematográficas suas, dirigiu grandes nomes do cinema de Hollywood como Jack Nicholson, Meryl Streep, Tom Berenger, William Hurt, Gael García Bernal e Willem Dafoe. Entre os atores brasileiros, dirigiu Reginaldo Faria, Grande Otelo, Paulo José, Marília Pera, Wagner Moura, Caio Blat, Milhem Cortaz e Selton Mello.
Realmente uma grande perda para o cinema mundial. Que descanse em paz!
Um grande abraço espinosense.