Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

terça-feira, 17 de novembro de 2015

1402 - O que faz de nós seres humanos?

Às vezes bate em meu peito uma sensação estranha de desânimo, de descrença no mundo e nos seres humanos. Na convivência diária nesta nossa dura peregrinação terrena, temos contato com gente de todo tipo, gente de bom coração e gente maquiavélica. Constantemente me assusto com o que certas pessoas conseguem fazer. Agora mesmo, assistimos incrédulos e chocados a mais uma insanidade, perpetrada por terroristas jihadistas na França. De onde vem tanto ódio? Por que esse sentimento tão terrível se espalha por todo o mundo, ao contrário do que pregou o nosso irmão Jesus?
Assim, com tamanho desvario, fica no ar a interrogação: o que faz de nós seres humanos?
Esta última pergunta é o centro da questão do belíssimo filme "Human", de Yann Arthus-Bertrand, um comovente convite à reflexão. Yann é um renomado fotógrafo especialista em imagens aéreas e lutador sem tréguas em defesa da ecologia.
No seu filme de extraordinária beleza, a boa música acompanha espetaculares imagens da Natureza por ele capturadas das alturas, entremeadas a emocionantes depoimentos de gente de várias nações e classes sociais. São pessoas de todos os tipos, cada uma delas com a sua instigante história de vida. Histórias que envolvem o amor ou a falta dele. Algumas tristes, desoladoras, revoltantes; outras, inspiradoras, cheias de alegria, com a força de reacender a esperança de dias melhores para a Humanidade. Muitas delas, de tão comoventes, não nos deixam outra opção a não ser derramar lágrimas pela face. 
Entre os inúmeros depoimentos, estão o de personalidades conhecidas, como o ex-presidente uruguaio José Mujica ou a atriz norte-americana Cameron Diaz. Ou o da desconhecida senhora Devi, da Índia. Ou o da senhora Zongying, da China. Ou o do jovem Leonard, dos Estados Unidos. Ou o do senhor Donato, do México. Ou ainda o da nossa compatriota Maria, que nos dá humildemente uma verdadeira e enternecedora lição de vida, ao comprovar que pode-se sim, ser feliz com muito pouco.  
A obra, produzida pela Bettencourt Schueller Foundation e projetada pela The GoodPlanet Foundation, é de uma beleza ímpar, de uma profundidade perturbadora, um panorama vasto e verdadeiro das vidas humanas, das experiências do convívio entre pessoas, casais e famílias, uma viagem profunda na alma de todos nós.
Conforme as palavras do seu criador: "Eu sou um homem entre sete bilhões de outros homens. Nos últimos 40 anos, eu estive fotografando o nosso planeta e sua diversidade humana, e eu tenho a sensação de que a Humanidade não está fazendo nenhum progresso. Nem sempre estamos conseguindo viver juntos. Por que isso? Eu não procurei por uma resposta em estatística ou análise, mas no próprio homem. Eu sonhei com um filme em que o poder das palavras ampliasse a beleza do mundo." E ele conseguiu. Depois de três anos fazendo entrevistas com mais de duas mil pessoas em 60 países, inclusive no Brasil. Para auxiliá-lo nesta tarefa hercúlea, ele contou com um time de tradutores, cameramen e jornalistas.
O resultado é espetacular, um documento de valor inestimável. Uma oportunidade única de parar, olhar, escutar, se emocionar, chorar, rir e refletir profundamente sobre o que estamos fazendo aqui neste planeta. E a pergunta se repete: o que faz de nós seres humanos?
Eu sou um otimista! E acredito plenamente que o mundo tem, na sua imensa maioria, gente de bom coração. Mas os que não tem, costumam fazer um estrago enorme. Não só na vida dos seus colegas de caminhada, como também nesta nave linda e fantástica que nos abriga tão generosamente.
Não deixe de assistir ao filme. Não perca a chance de visualizar uma obra maravilhosa, que toca fundo o nosso coração e nos instiga a buscar sentido na nossa existência. Ele fala de gente. Somos gente e gente é a coisa mais importante do mundo. 
Um grande abraço espinosense.

Assista no endereço abaixo as três partes do filme:
https://www.youtube.com/channel/UC4mGRD3WLYVVc4JI5LrXxUw