Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 18 de julho de 2014

1017 - E agora, imprensa brasileira?

"Imagina na Copa!" "Não vai ter Copa!" "Os estádios só ficarão prontos em 2038." "Será um caos nos aeroportos." "O acesso aos estádios será terrível." "Os turistas não virão ao país com medo das manifestações." "A segurança não vai funcionar." "Haverá apagões no país." "Não terá sinal digital para a imprensa trabalhar nos estádios." "As manifestações vão parar o país".
Essas previsões mais estapafúrdias e pessimistas pipocavam nas manchetes da grande mídia do país. Anunciava-se o Apocalipse na Copa do Mundo no Brasil.
Após uma campanha irresponsável, de dimensões extraordinárias, da maioria da imprensa brasileira contra a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, eis que a realidade dos fatos jogou tranquilamente tudo por terra, inapelavelmente. Sucesso estrondoso aclamado no mundo inteiro, o evento-mor do futebol mundial, realizado em terras brasileiras, só recebeu elogios. Um festival de confraternização entre as torcidas, alegria contagiante em cada sede dos jogos, recepção calorosa do verdadeiro povo brasileiro, excelente organização, segurança de alto nível, estádios em plenas condições de receber torcedores e atletas, gramados impecáveis, acesso rápido, ótimo futebol, excelentes e emocionantes partidas,  recordes, muitos gols, grandes craques e a vitória do grande time da Alemanha na final, merecidamente. Não poderia ter sido melhor!





Ah, dirão os defensores do paraíso perfeito, mas tivemos o lado negativo. Claro, não há como negar que tivemos problemas como roubos de ingressos, brigas nas madrugadas, agressões de torcedores, invasões de campo, hino não tocado e algumas manifestações de meia dúzia de gatos pingados em alguns locais. Mas juntando tudo isso, não dá 10% de problemas, ou seja, não há como negar o estrondoso sucesso do evento em todas as suas particularidades.
É até engraçada a mentalidade de grande parte dos nossos jornalistas, que sempre tem críticas para tudo e soluções para nada. Exigem que tudo o que se faça no mundo (no Brasil então!) seja com 100% de acertos, sem a mínima concessão aos erros. Coloca-se na conta de quem faz as coisas acontecerem, até os malefícios do tempo, como a seca e as chuvas torrenciais. Em nada deve haver o mínimo erro. Quer dizer, eles podem errar, os outros não. E como erram! É cada previsão absurda e sem noção dos comentaristas esportivos e econômicos! É cada mancada dos narradores que erram constantemente os nomes dos jogadores! É cada erro nas chamadas de repórteres nos programas ao vivo! 
Lembram-se daquele desastrado comentarista do programa Jogo Aberto da Band que bradou em alto e bom som que o Atlético era cavalo paraguaio na Libertadores? Lembram-se do "renomado" ex-editor da revista Veja que entrevistou o sósia do Felipão como se fosse o próprio? Lembram-se do vetusto apresentador do Jornal da Band que humilhou um gari em rede nacional? Viram a incrível falha técnica na abertura do Jornal Nacional da Globo de 18 de março do ano passado? E outras gafes dos seus apresentadores? Ninguém é perfeito, nem as pessoas, muito menos a imprensa e os governos.



Algumas verdades merecem vir à tona agora que a Copa se encerrou. Notou-se claramente que a sórdida campanha negativa empreendida por grande parte da imprensa teve motivação meramente política. Isso ficou bem claro. É normal que tamanha ferocidade venha dos políticos de oposição ao governo. Faz parte do jogo político criticar pesado o adversário, tentando diminuir os seus acertos e aumentando absurdamente a importância das falhas, comuns a todos os governos (e a todos nós, humanos). É só observar atentamente a infeliz e cômica declaração do Senador José Agripino Maia, do DEM-RN: "Porque o sucesso da Copa é devido ao país, aos brasileiros, a hospitaleiros, à beleza do país, que fez a Copa agradável e com a mensagem positiva pros que vieram de fora. O sucesso da Copa deveu-se aos estádios feitos pela iniciativa privada, deveu-se aos aeroportos feitos em parceiras público-privadas". É para rir de tamanha baboseira. Quer dizer que enquanto as obras estavam atrasadas era culpa do governo, agora que foi um sucesso o mérito é da iniciativa privada, né? Fala sério!




A imprensa, como um todo, é de uma importância vital na defesa da população, na divulgação de informações e na moldagem do censo crítico de um povo. Ela jamais deve ser censurada e perder a sua liberdade de expressão. Uma imprensa livre e combativa é um esteio para a manutenção da paz e da democracia. Isso não significa que ela está sempre correta e do lado certo.
A base de um jornalismo sério são aquelas perguntas básicas sobre um fato: o quê, quem, quando, onde, como, por quê. A partir daí inicia-se o trabalho do profissional da informação de informar com credibilidade os fatos, seguindo uma sequência de ações: pauta, apuração, redação e edição. Acontece que nesse processo aparentemente simples, tudo pode ser distorcido em prol de interesses camuflados. Sonegam-se informações, desvirtuam-se dados, publicam-se mentiras, mudam-se números, criam-se cenários fantasmas, tudo para defender interesses escusos.
O que nos deixou boquiabertos e incrédulos foi a virulência dos ataques da imprensa, a mesma imprensa que apoiou a candidatura brasileira para sediar a Copa em 2007 e que faturou absurdamente com a realização dos jogos aqui em nossa terra. Definitivamente, uma das mais vergonhosas atuações da imprensa brasileira na história, imprensa esta quase toda confinada em mãos de poucos e poderosos senhores da elite conservadora e apegada aos seus privilégios. O que vão dizer agora? Parece que enfiaram o rabinho entre as pernas e procuram mil e uma desculpas para tentar explicar a inexplicável onda de previsões catastróficas e críticas infundadas. Tentam de todas as maneiras justificar as razões que os levaram a tamanha demonstração de futurologia canalha. Pena que muitos desinformados, ou informados apenas pelas suspeitas detentoras do poder da mídia, não se deem conta da realidade escamoteada. Quem sabe um dia eles não descubram a podridão escondida nas mentes dos poderosos e nos porões do quarto poder. Quem sabe?




Quanto à razão de ser da Copa do Mundo, o futebol, o mágico futebol, só temos o que comemorar. Teve de tudo nesta Copa: alegria, integração entre as torcidas, belíssimos gols, gols contra, viradas no placar, prorrogações, emoções à flor da pele, expulsões, erros de arbitragem, goleadas históricas, tecnologia aplicada na linha do gol, contusões graves, entradas maldosas, garra, vontade, revelações de jogadores, recordes batidos, atuações memoráveis dos goleiros, craques em profusão, cadeirante invadindo campo, cadeirante se levantando para ir ao banheiro, prisão de quadrilha de cambistas, expulsão de estrangeiros baderneiros, pane no sistema de som, torcida cantando o hino a plenos pulmões, torcida mal educada xingando a presidente do país, enfim, teve de tudo. Muitas coisas a elogiar, algumas poucas a lamentar. 
Como havia previsto, meus amigos, teve Copa sim e foi ótima! Aos que lutaram contra e fizeram de tudo para dificultar a sua realização, o pedido para que revejam os seus conceitos, reflitam profundamente, ampliem os seus horizontes e passem a lutar a favor das boas coisas, sem o deletério sentimento do derrotismo. Vamos em frente, Brasil!
Um grande abraço espinosense.

1016 - As cores das flores

Somos todos filhos de Deus. E apesar de sermos iguais perante a Ele, somos diferentes nas características pessoais, na aparência, nas ideias, nos caminhos escolhidos, nas deficiências, na visão das coisas do mundo ou na falta dela.
Na Espanha, no ano de 2010, havia uma complexa discussão sobre a possibilidade de alunos cegos poderem estudar em escolas comuns, em companhia dos outros alunos. O vídeo abaixo, de incrível mensagem de inclusão social, é sensacional, emocionante. Mostra como é plenamente possível que alunos portadores de deficiência visual possam estudar em qualquer colégio, em completa harmonia com os demais estudantes.
Convivência pacífica e harmoniosa entre todos, independentemente das diferenças. Lute por isso! Jamais pregue a desunião, a desordem, a discórdia, o ódio. Espalhe por aí a harmonia, o carinho, a gentileza, a caridade, a amizade, a solidariedade, o amor. O mundo precisa disso!
Um grande abraço espinosense.

1015 - Fechamento da Emater em Espinosa. Que absurdo é este?

Notícias vindas de Espinosa dão-me conta do fechamento do escritório da Emater em Espinosa. Não estou conseguindo acreditar que isto é verdade. Como pode um negócio desse em uma região pobre como a nossa, que necessita de toda a ajuda possível em prol dos pequenos produtores que a cada ano sofrem com a estiagem? A presença da Emater é de fundamental importância para a cidade de Espinosa, na sua função de orientar, elaborar projetos e apoiar integralmente o pequeno produtor rural.
A Emater-MG, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, foi criada em 1975 em substituição à ACAR - Associação de Crédito e Assistência Rural, com o objetivo de planejar, coordenar e executar programas de assistência técnica e extensão rural, buscando difundir conhecimentos de natureza técnica, econômica e social, para aumento da produção e produtividade agrícolas e melhoria das condições de vida no meio rural do Estado de Minas Gerais. 
Para atingir os seus objetivos de apoio à agricultura familiar, de proporcionar a inclusão social de grupos marginalizados e permitir o desenvolvimento sustentável de toda a sociedade mineira, a Emater desenvolve suas ações em parceria e de forma integrada com o Sistema Operacional da Agricultura de Minas Gerais; os produtores rurais, suas formas associativas e suas entidades de classe; as diversas organizações e empresas do setor privado e público; e, especialmente, com o Poder Público Municipal.
Entre outras tarefas, a Emater trabalha para:
  • Elevação do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH dos municípios mineiros;
  • Abastecimento no Estado por meio da produção agropecuária;
  • Preservação ambiental e conservação dos recursos naturais;
  • Aumento da renda das famílias rurais;
  • Melhoria das condições de alimentação, saúde, saneamento e habitação no meio rural;
  • Aumento da arrecadação de impostos;
  • Redução dos desequilíbrios regionais;
  • Aumento de oportunidades de trabalho;
  • Redução do êxodo rural;
  • Contenção dos índices de violência urbana;
  • Organização dos produtores rurais em formas associativas;
  • Inclusão social;
  • Cidadania.
Fonte: www.emater.mg.gov.br


Uma cidade tão carente como Espinosa não pode se dar ao luxo de perder quaisquer investimentos, organizações ou empresas que trabalham em prol do seu desenvolvimento e da sua população. Todos os esforços deverão ser canalizados para manter o escritório da Emater funcionando na cidade, sejam eles vindos da Prefeitura Municipal, da iniciativa privada ou da comunidade espinosense. Os interesses da cidade devem estar acima de planos pessoais, eleitorais ou políticos. Eu sei que muita gente vai sinalizar que isso é coisa política, como infelizmente acontece em Espinosa, uma cidade de mentalidade tristemente atrasada neste assunto.
Em virtude disto, e para dirimir qualquer dúvida, tomei a liberdade de buscar informações diretamente com a direção da empresa em Belo Horizonte, através de e-mail que publico adiante. E se alguém se interessar em também solicitar explicações, aqui estão o nome do presidente da empresa, seu telefone e seu e-mail.
Presidente: José Ricardo Ramos Roseno
Telefone: (31) 3349-8090
E-mail: presidencia@emater.mg.gov.br

Como em Espinosa parece que tudo gira em torno da política, da forma mais imbecil possível, qualquer coisa que você diz parece lhe colocar contra ou a favor de alguém, contra ou a favor dos pés-duros ou dos pés-moles. Parece que você não pode ser isento e ter as suas opiniões próprias e divergentes da maioria. É uma bobagem só! Liberdade de pensamento é fundamental.
O que nos faz condenar o fechamento de uma empresa de suma importância para a população rural é simplesmente o amor que temos pela nossa terra natal, o desejo eterno de que todos os seus habitantes tenham o mínimo para viver em paz, harmonia e dignidade, com o sagrado direito de poder trabalhar honestamente.
Espero que o prefeito, o secretário responsável, os vereadores, a oposição, a sociedade civil, os empresários, os trabalhadores, enfim, todos, se unam para reparar esta aberração da perda de tão importante órgão. Esqueçam suas diferenças de ideias, afastem os seus interesses pessoais e políticos e mirem apenas na melhoria da cidade e do seu povo. É o que espero que aconteça.
Um grande abraço espinosense.

Aqui estão os e-mails da minha comunicação com o presidente da Emater José Ricardo Ramos Roseno. Tirem as suas conclusões.

EustaquioTolentino
27 de junho de 2014
Para presidência 

Prezado presidente José Ricardo Ramos Roseno,

Primeiramente, quero me apresentar. Sou o Antônio Eustáquio Freitas Tolentino, funcionário do Banco do Brasil em Montes Claros e filho de Espinosa. Edito um blog na Internet, o EustaquioTolentinoEspinosa, onde publico notícias e assuntos diversos, na maioria relativos à minha querida cidade. Esclareço ainda que não sou filiado a nenhum partido político nem milito na política municipal de Espinosa, por sinal bastante ferrenha.
Como defensor do desenvolvimento da minha cidade, fiquei bastante chateado e triste ao saber que a Unidade da Emater estava sendo fechada. Tenho plena consciência da importância do trabalho da instituição em prol dos produtores rurais, especialmente dos mais necessitados, e sei do imenso impacto negativo do fechamento da Emater na cidade de Espinosa. 
Assim então, para minha informação pessoal e para poder informar aos meus leitores, gostaria de receber informações suas e da Emater sobre o processo em questão, o porquê da decisão de deixar a cidade, os motivos, as consequências para a população, se há razões econômicas ou políticas envolvidas e o que pode ser feito pela sociedade para que tamanha aberração não se concretize.
Ficarei bastante agradecido se utilizar um pouco do seu precioso tempo para me responder tempestivamente sobre estas questões de vital importância para a nossa cidade.

Despeço-me atenciosamente,

Antônio Eustáquio Freitas Tolentino   

RESPOSTA:

Presidência Emater MG
16 de julho de 2014

Senhor Antônio Eustáquio:

Em relação ao seu e-mail, informamos que o fechamento do Escritório Local de Espinosa deve-se a ausência de negociação por parte da prefeitura do município. Estamos à disposição para informações adicionais.

Atenciosamente,

José Ricardo Ramos Roseno
Presidente