Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 9 de julho de 2014

1008 - Lionel Messi e sua Argentina na final da Copa

Depois de uma partida truncada, sem grandes oportunidades de gol e muita marcação de lado a lado, a Argentina de Lionel Messi bateu a Holanda de Arjen Robben apenas na disputa dos pênaltis, por 4 x 2, com sucesso nas cobranças de Messi, Ezequiel Garay, Sergio Agüero e Maxi Rodríguez. Pela Holanda converteram Robben e Dirk Kuyt, enquanto as cobranças de Ron Vlaar e Wesley Sneijder foram brilhantemente defendidas pelo goleiro argentino Sergio Romero.
A surpreendente goleada sofrida pela Seleção Brasileira no dia anterior parece ter tido enorme influência no esquema tático empreendido pelas equipes na decisão desta outra semifinal, pois nenhum dos dois times quis se arriscar, preferindo atuar bem fechadas e de modo estrategicamente cauteloso. Isso explica a quase inexistência de chances de gol durante os 90 minutos e mais a prorrogação. Na decisão por pênaltis, brilhou a estrela de Sergio Romero, o goleiro que passou quase que totalmente despercebido durante a competição, que defendeu duas cobranças e virou o herói argentino da partida.



A Argentina consegue chegar à sua quinta final de Copa do Mundo, após 24 anos de espera. Ganhou em 1978 contra a Holanda e em 1986 contra a Alemanha (3 x 2). Perdeu o título em 1930 contra o Uruguai e em 1990 contra a mesma Alemanha (0 x 1). Interessante que esta será a terceira decisão envolvendo Argentina e Alemanha, com cada um vencendo uma vez. 
Para estar na decisão do torneio, a equipe sul-americana bateu a Bósnia por 2 x 1, o Irã por 1 x 0 e a Nigéria por 3 x 2 na fase de grupos. Nas oitavas, venceu a Suíça por 1 x 0. Nas quartas ganhou por 1 x 0 da Bélgica. Agora vai enfrentar a poderosa Alemanha do técnico Joachim Low, tentando o seu terceiro título mundial.
As equipes alemã e argentina chegam à decisão do título sem nenhuma derrota. A Alemanha venceu quatro vezes no tempo normal (4 x 0 Portugal, 1 x 0 Estados Unidos, 1 x 0 França e 7 x 1 no Brasil), uma vez na prorrogação (2 x 1 Argélia) e empataram uma partida (2 x 2 Gana). A Argentina venceu quatro vezes no tempo normal, um na prorrogação e uma vez nos pênaltis. O jogo que decidirá o cobiçado título mundial acontecerá às 16 horas do domingo, dia 13 de julho de 2014, no Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro.



Como amante do bom futebol, não entro nesta campanha imbecil de parte da imprensa que tenta fomentar a discórdia entre brasileiros e argentinos. Sou admirador inconteste do futebol argentino e fã apaixonado do genial futebol de Lionel Messi. Portanto, estarei torcendo pela conquista argentina na mesma proporção em que estarei torcendo pela conquista alemã. O que quero mesmo é assistir a um espetáculo do esporte mais apaixonante do mundo. 
A taça de campeão mundial de seleções da FIFA estará em boas mãos qualquer que seja o vencedor. Espero que a finalíssima seja um show de bom futebol, com lances bonitos, muita luta e muitos gols para um fechamento de ouro para esta Copa do Mundo espetacular realizada no nosso país. Ao melhor time, a glória! Ao vencido, o nosso respeito. Isso é apenas futebol!
Um grande abraço espinosense.

1007 - O inacreditável massacre alemão

O que foi aquilo? O que aconteceu com o time brasileiro ontem no Mineirão? Dá para acreditar?
Na minha última postagem aqui no nosso blog eu dizia que qualquer resultado seria inteiramente normal entre esses dois gigantes do futebol mundial. Uma vitória ou uma derrota comum, com poucos gols de diferença, não seria nenhuma surpresa. Mas uma goleada acachapante como esta, de incríveis 7 a 1, com um vareio de bola completo aplicado pela Alemanha na equipe brasileira, nem o mais pessimista jornalista brasileiro poderia prever. Um resultado inacreditável que entra para a história como o maior vexame do futebol brasileiro em todos os tempos.
Parecia que tudo iria rumar para outro caminho. A Seleção Brasileira começou bem o jogo e nos primeiros minutos criou algumas chances de gol. Mas logo aos 11 minutos, em uma desatenção incrível da zaga brasileira em uma cobrança de escanteio, Thomas Müller, completamente sem marcação, só escorou para abrir o placar e iniciar o tormento de milhões de torcedores tupiniquins. O jovem time brasileiro sentiu o golpe. Começou então uma desorganização tática impressionante que deixou desconcertado não só o treinador Felipão como toda a torcida presente no estádio e espalhada pelo mundo todo. A Alemanha tomou conta do jogo, marcando forte e trocando passes em velocidade, errando o mínimo, e com uma eficiência impressionante, massacrou o adversário que, estupefato, assistia inerte ao domínio germânico. O time brasileiro não conseguia sequer achar os jogadores alemães para fazer falta e tentar parar as jogadas. O que se via em campo era um verdadeiro show alemão, um passeio de bola, um olé surpreendente.
E os gols começaram a sair em profusão. Miroslav Klose, o camisa 11, bateu a marca de Ronaldo, de maior número de gols marcados em copas, logo em seguida, aos 22 minutos, ao marcar o seu 16º gol, anotando 2 x 0 para a Alemanha. Toni Kroos, número 18, aumentaria um minuto depois para 3 x 0. E outro mais, aos 24 minutos, 4 x 0. Ninguém conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. O eficiente time alemão parecia um tsunami arrasando tudo pela frente. E tinha mais, aos 28 minutos, Sami Khedira, camisa 6, faria mais um, decretando um incrível 5 x 0. Ufa, enfim acabou o primeiro tempo e o massacre teve uma pausa. Era hora de arrumar a casa completamente bagunçada. O que Felipão poderia fazer para interromper aquela surra homérica?
Para o segundo tempo, o técnico então substituiu Fernandinho e Hulk por Paulinho e Ramires e tentou organizar melhor o seu meio de campo, na tentativa de parar o bombardeio alemão. Mas pouco adiantou, pois o camisa 9, Schürrle, faria mais um aos 23 minutos, registrando impensáveis 6 x 0. E faria o sétimo logo em seguida, aos 33 minutos, inapelavelmente. Aí Oscar diminuiu o incrível vexame com um belo gol aos 44 minutos, batendo enfim o grande goleiro Manuel Neuer. Aí a vaca já havia ido para o brejo e não havia mais nada a fazer senão lamentar uma atuação para tentar esquecer.
Merece destaque a postura da equipe da Alemanha, que mesmo massacrando o adversário impiedosamente, em nenhum momento relaxou na marcação, diminuiu o ritmo ou deixou de respeitar o time brasileiro, sem qualquer realização de jogadas de efeito como costuma acontecer em situações parecidas de goleadas contundentes. 
A derrota foi dura e humilhante, uma situação inimaginável para uma seleção pentacampeã do mundo e que jogava em casa uma partida de semifinal de Copa do Mundo. Não será fácil apresentar explicações para tamanho vexame. Mas assim é o futebol, o mágico futebol, que sempre nos surpreende com seus resultados imprevisíveis e misteriosos. É por isso que ele nos encanta tanto.







Decretada a nossa eliminação e o adiamento do sonho do hexacampeonato, é hora de ter paciência para escutar as opiniões dos "entendidos", dos "gênios", dos "sábios". O time, que era considerado muito bom, passa a ser chamado de turma de pernas-de-pau. O técnico, que era paparicado como um competente vencedor, torna-se um fracassado e passa a não entender nada de futebol. Os jogadores, até então endeusados, de repente são meros cabeças-de-bagre. E vão aparecendo as ideias nonsense: faltou Ronaldinho Gaúcho, faltou Kaká, faltou Robinho, faltou Paulo Henrique Ganso, faltou Réver, faltou Dedé, faltaram até o Márcio Mexerica e o Jessé.
O que temos que ter em mente, de forma serena e racional, é que o futebol é apenas um jogo. Um jogo em que normalmente o melhor ganha, ou nem sempre. Às vezes ocorrem resultados surpreendentes em que o mais fraco bate o mais forte, inexplicavelmente. Essa é a razão da tamanha sedução do esporte. Devemos nos resignar com a derrota brasileira pelo simples fato de que a equipe alemã é bem superior à nossa e mereceu brilhantemente a vitória. O que surpreende não é a derrota em si, mas a forma como aconteceu e a elasticidade do placar. A saída de Thiago Silva foi preponderante para um total desequilíbrio no esquema de marcação da defesa brasileira, ficando clara a desorganização no posicionamento dos jogadores brasileiros. O time brasileiro já não vinha se apresentando bem, com apenas alguns lampejos do craque Neymar, muito pouco para quem queria chegar ao título. Então, não me causa surpresa a eliminação brasileira. Agora, o placar, este sim é para nos deixar completamente atônitos.
Agora é cada um assumir a sua parcela de culpa, focar no futuro e tentar finalizar a nossa participação em alto nível, na disputa do terceiro lugar. Promessa de outro confronto histórico se nos confrontarmos com a eterna rival Argentina. Ou a Holanda, quem sabe.
Então, meus amigos amantes do futebol, nada de sair procurando bode expiatório para extravasar a raiva pelo desastre. Críticas são normais, gozações são naturais, responsabilidades tem que ser assumidas, mas nada de crucificar ninguém pela derrota. Assim é o esporte, uma linha tênue entre o céu e o inferno, entre a alegria e a tristeza, entre o tudo ou o nada, entre a glória e o fracasso. Saibamos aceitar a derrota, com bom humor e resignação.
Um grande abraço espinosense.

O registro do desastre:

BRASIL 1 X 7 ALEMANHA

Brasil: Júlio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Paulinho) e Oscar; Hulk (Ramires), Fred (Willian) e Bernard.
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Alemanha: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels (Mertesacker) e Howedes; Schweinsteiger, Khedira (Draxler) e Toni Kroos; Özil, Klose (Schürrle) e Müller.
Estádio: Mineirão
Data: terça-feira, 8 de julho
Árbitro: Marco Rodríguez (MEX)
Auxiliares: Marvin Torrentera (MEX) e Marcos Quintero (MEX)
Gols: Müller 11m, Klose 22m, Toni Kroos 23m e 24m, Khedira 28m (primeiro tempo); Schürrle 23m e 33m; Oscar 44m (segundo tempo).
Público: 58.151 torcedores
Cartões amarelos: Dante (BRA)