Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 13 de julho de 2013

746 - Uma overdose de emoções

Não poderia ser diferente! Tudo o que se refere ao Clube Atlético Mineiro tem que ter emoção. E bota emoção nisso! Mais um capítulo da gloriosa história do Galo foi escrito na noite desta quarta-feira, 10 de julho de 2013, nas dependências do Estádio Raimundo Sampaio, a conhecida Arena Independência. Mais uma vez a frase adotada pela torcida alvinegra se tornou realidade: "Caiu no Horto, tá morto". E o competitivo time argentino do Newell´s Old Boys valorizou substancialmente a inesquecível conquista da equipe alvinegra de Minas Gerais, que consegue chegar à sua inédita classificação às finais da tão cobiçada Copa Libertadores da América.
Como já era esperado, a tarefa de vencer o forte adversário portenho por mais de dois gols de diferença era bastante improvável. Mas a vitória por dois gols de diferença, devolvendo a derrota sofrida em Rosário, que levaria a decisão para os pênaltis, era possível e tornava-se fundamental acreditar nesta possibilidade. E assim essa ideia se disseminou pelas ansiosas mentes da torcida e também dos jogadores atleticanos. Daí a frase que permeou toda a semana de preparação do time na Cidade do Galo: "Yes, we CAM! (Sim, nós podemos!)"
O gol de Bernard logo no início da partida, aos 3 minutos, depois de um passe maravilhoso de Ronaldinho Gaúcho, incendiou o estádio, como uma promessa de que as coisas seriam bem mais fáceis. Ledo engano. O Newell´s criou algumas chances, assustando a torcida atleticana e mostrando claramente que estava muito vivo no jogo. Se conseguisse marcar um único gol, a classificação argentina seria praticamente certa.
Mas o Galo também criou muitas chances, uma delas com Tardelli aos 35 minutos, em que o goleiro se machucou na cabeça depois de um choque com o atacante. Outra chance veio com Josué, defendida com competência pelo goleiro Nahuel Guzmán, aos 49 minutos. No final do primeiro tempo, Jô foi claramente derrubado dentro da área por Victor López, mas o árbitro fez de conta que não viu.
O segundo tempo viria com mais um pênalti claro não marcado pelo árbitro uruguaio Roberto Silvera, quando Tardelli foi seguro e derrubado por Mateo dentro da área. Um momento de grande angústia aconteceu aos 9 minutos, quando em um rápido contra-ataque, o Newell´s quase faz o seu gol. Felizmente os atacantes do time argentino se enrolaram com a bola e perderam a chance. E o jogo continuou tenso, com o tempo passando rápido e a ansiedade pela marcação do segundo gol fazendo crescer assustadoramente os batimentos cardíacos da fanática torcida atleticana. Aos 31 minutos, Cuca arrisca tudo ao substituir o volante Pierre, que já havia recebido um cartão amarelo, pelo atacante Luan. O Atlético foi para cima, para o tudo ou nada.
De repente, alguns refletores começaram a se apagar, o que forçou a interrupção da partida por onze minutos. A pausa caiu do céu. O técnico Cuca ganhou então preciosos minutos para conversar com alguns jogadores e acertar o posicionamento e a estratégia a ser utilizada nos minutos finais. Mesmo com a surpresa e discordância de grande parte da torcida, o treinador sacou Tardelli e Bernard e colocou no jogo Alecsandro e Guilherme, para tentar confundir a marcação adversária. E a estrela do treinador mais uma vez brilhou. Guilherme teve uma chance e tocou rente à trave, com perigo. Na segunda oportunidade, depois de um rebote da defesa do Newell´s, ele não errou novamente e com um forte chute de perna direita aos 49 minutos do segundo tempo, colocou o Atlético na condição de levar a decisão para os pênaltis, para delírio da torcida que encheu o Independência.
Mas ainda teria tempo para mais angústia e preocupação, pois era a primeira decisão nos pênaltis para o Atlético na competição. Sofrimento à vista! Os escolhidos por Cuca para a difícil tarefa de decidir o futuro atleticano foram Alecsandro, Guilherme, Jô, Richarlyson e Ronaldinho Gaúcho. Os homens da decisão pelo Newell´s foram Ignacio Scocco, Santiago Vergini, Milton Casco, Rinaldo Cruzado e Maxi Rodríguez. Depois de quatro cobranças perfeitas de Alecsandro, Scocco, Guilherme e Vergini, para desespero de ambas as torcidas, Jô, Casco, Richarlyson e Cruzado desperdiçaram suas cobranças, ampliando ainda mais a tensão no estádio. Logo em seguida, o astro Ronaldinho Gaúcho, com a costumeira categoria, converteu a sua cobrança, deixando o peso da responsabilidade para o atacante Maxi Rodríguez. E ele, pressionado, bateu na esquerda do goleiro Víctor, que mais uma vez se transformou no herói atleticano, com uma defesa sensacional, colocando o Atlético na final da Libertadores da América. 


Aí o que se viu no estádio, nas casas e bares tomados pelos fanáticos pelo Galo foi uma verdadeira catarse coletiva. Uma explosão magnífica de alegria, alívio e felicidade. Os torcedores vibraram como nunca e alguns no estádio tiveram que ser atendidos pelas equipes médicas, tamanha foi a emoção.
A comemoração não parou por ali e as ruas foram invadidas até o dia seguinte pelos alvinegros para extravasar o incrível sentimento de prazer que exalava aos montes dos seus corações apaixonados. Mas ainda não terminou, e como sempre na caminhada do Atlético desde a sua fundação em 1908, novas e emocionantes páginas certamente virão nos dois jogos das finais, testando a condição cardíaca da imensa Massa Atleticana. As datas e locais dos confrontos com o Olímpia do Paraguai já estão marcados. Na próxima quarta-feira, dia 17 de julho, às 22h, no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, acontecerá a primeira partida. Na outra quarta-feira, dia 24 de julho, no mesmo horário, no Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte, a derradeira partida que pode levar à mais importante conquista da história do Clube Atlético Mineiro. Que assim seja!
Um grande abraço espinosense e atleticano.

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