Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

613 - Quando ainda não havia estrada

Quem hoje em dia pega a estrada para viajar pelo país e tem à sua disposição rodovias asfaltadas por todo lado, talvez nem imagine como era difícil e complicado percorrer pequenas distâncias em uma época não tão distante assim. Lembro-me bem que no ano de 1988, exatamente no mês de agosto, quando nasceu o meu primeiro filho, Ricardo, fui até Montes Claros acompanhar o seu nascimento. Havia asfalto apenas no trecho entre Montes Claros e Janaúba. Eu possuía um Chevette na época e alguns dias após o nascimento de Ricardo, voltamos para casa. Estava sendo iniciado o asfaltamento do trecho entre Janaúba e Espinosa, ainda na fase da terraplenagem. Foi uma verdadeira odisseia o que passamos. Caminhões e máquinas na pista e dezenas de desvios a enfrentar. Quando passávamos em alguns desvios, a poeira era tamanha que encobria totalmente o carro, dificultando sobremaneira a possibilidade de enxergar alguma coisa à frente. E não havia como impedir que ela invadisse o interior do carro. Foram horas e horas na estrada enfrentando poeira, desvios e algumas paradas obrigatórias, até que finalmente chegamos vivos em casa. Vivos, mas completamente empoeirados, dos pés à cabeça. Coitado do pequenino Ricardo, todo embrulhado e totalmente coberto pela poeira do Sertão das Minas Gerais. Mas é assim que nasce o sertanejo, com muita fé e determinação para enfrentar as agruras dessa nossa dura vida.
Abaixo estão algumas velhas fotografias encontradas no Arquivo Público Mineiro, que mostram a construção de uma estrada de terra da cidade de Matias Cardoso para Espinosa por volta de 1925. Observem que tudo era feito por trabalhadores braçais, nada de máquinas. Uma verdadeira batalha contra a natureza! A todos esses anônimos operários o nosso eterno respeito e admiração.
Um grande abraço espinosense.





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