Espinosa, meu éden

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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

500 - Umbuzeiro, a árvore sagrada do Sertão

Esta é a postagem de número 500, um número bastante significativo para este nosso blog. Vocês talvez não imaginem o trabalho que dá disponibilizar para vocês essas postagens sobre assuntos variados semanalmente. Mas o trabalho duro é totalmente compensado pelo prazer de estar espalhando fatos, imagens, notícias e curiosidades sobre o povo e a cidade de Espinosa pelo mundo virtual, recebendo respostas de pessoas de várias partes do país. Mais uma vez obrigado a todos vocês que passeiam por este espaço democrático, pelo apoio e motivação. E obrigado ao conterrâneo Zé Lúcio, uma mente criativa e privilegiada que me influenciou a entrar nesse mundo tecnológico.
Para marcar esse número importante de postagem, realmente uma conquista, vou falar de uma dádiva da natureza muito encontrada em nossa cidade, o nosso umbuzeiro.  
Por estar em uma região do semiárido brasileiro, nossa cidade sofre anualmente as duras consequências da seca, que causa prejuízos enormes na agricultura e na economia e obriga centenas de cidadãos espinosenses a se deslocar para outras regiões do país em busca de trabalho e da sua sobrevivência. Neste cenário de tristeza e desolação, algumas árvores nativas dão um belo exemplo de força e resistência, sendo fundamentais no cotidiano dos sertanejos. Uma das mais importantes da nossa região é, sem dúvida, o umbuzeiro. Nada mais prazeroso do que subir em um umbuzeiro e comer (ou chupar) aqueles frutos suculentos e saborosos de gosto agridoce. Ou ainda, em casa, descascá-los como se fossem laranjas (quando de vez), cortá-los em fatias e saborear o seu gosto travoso especial. Adoro umbu.
Com o nome científico de Spondias Tuberosa, da família botânica Anacardiaceae, o umbuzeiro ou imbuzeiro, considerada pelo escritor Euclides da Cunha a "árvore sagrada do Sertão", é uma árvore de pequeno porte, copa larga e grande resistência, podendo viver por aproximadamente 100 anos. Em muitas regiões do nordeste brasileiro, como o agreste, o cariri e a caatinga, é de importância fundamental na subsistência dos moradores de mais baixa renda. No sertão baiano, atualmente, existem alguns projetos de beneficiamento do umbu em minifábricas, passando a gerar renda para a população.
Sua raiz é de grande valia no sertão pois produz uma espécie de tubérculo que armazena água durante a época das chuvas e, em época de grande estiagem, é utilizada como alimento tanto pelos humanos quanto pelos animais.

O umbuzeiro perde totalmente as suas folhas durante a época seca e reveste-se de novas folhas logo após as primeiras chuvas. 60 dias após a abertura da flor o fruto estará maduro. A frutificação inicia-se em período chuvoso e permanece por 60 dias. Cada planta pode produzir 300 kg de frutos/safra (15.000 frutos).
O umbuzeiro cresce em estado nativo, nas caatingas elevadas de ar seco, de dias ensolarados e noites frescas. Requer clima quente, temperatura entre 12ºC e 38ºC, umidade relativa do ar entre 30% e 90%, insolação com 2.000-3.000 horas/luz/ano e 400 mm a 800 mm de chuva (entre novembro e fevereiro), podendo viver em locais com chuvas de 1.600 mm/ano. Vegeta bem em solos não úmidos, profundos, bem drenados, que podem ser arenosos e silico-argilosos, mas é bom evitar seu plantio em solos que estejam sujeitos ao encharcamento.
A propagação do umbuzeiro pode ser feita através da semente, de estacas de ramo ou de enxertia. Para a obtenção de pomares uniformes e com indivíduos com características de plantas com boa produção e qualidade do fruto, sugere-se a obtenção via enxertia.
O nome do seu fruto é derivado da palavra tupi-guarani "y-mb-u", que significava "árvore-que-dá-de-beber".O fruto, umbu ou imbu, tem um diâmetro médio de 3 cm, com peso entre 10 e 20 gramas, forma arredondada a ovalada, constituído por casca (22%), polpa (68%) e caroço (10%), cor esverdeada passando a amarela quando maduro. O fruto, rico em vitamina C, é muito perecível e sua polpa é quase aquosa quando madura. É consumido ao natural, comido quando "de vez" e chupado quando maduro, com sua polpa suculenta e seu gosto agridoce, sendo também utilizado para fazer refrescos, sucos, sorvetes, doces, geleias,  podendo ser misturado a bebidas, nas batidas, ou misturado ao leite, nas umbuzadas.
Fonte:  seagri.ba.gov.br
Veja abaixo dois vídeos que tratam do umbuzeiro. O primeiro, uma música de Luiz Gonzaga e João Silva, "Umbuzeiro da saudade", na voz de Maria Dapaz. O segundo, um belo e triste lamento na voz da dupla Kara Véia e Carlos Cavalcante, "Pé de umbuzeiro".
Um grande abraço espinosense.


2 comentários:

G.Felix disse...

Ganhei uma muda de Umbu de meu cunhado que é baiano e agora já pretendo plantá-la no meu sitio este mes.Gostei muito das informações contidas neste Blog.

Obrigado. G. Felix.

Unknown disse...

Parabéns pelas informaçoes