Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 29 de dezembro de 2012

604 - Poucas novidades na terrinha

Estive em Espinosa neste Natal e, como sempre, perambulei um pouco pelas ruas para ver se descobria alguma novidade na estrutura física e comportamental da cidade. Pouca coisa mudou desde que passei por lá nas minhas férias em outubro. Entre as boas mudanças, pude comemorar a volta da água corrente ao leito do Rio Verde Pequeno e a melhoria considerável no nível do reservatório da Barragem do Estreito. Outra coisa alvissareira é ver de novo o verde tomar conta da paisagem, com os umbuzeiros carregados de frutos, ainda pequenos é verdade, mas que em poucos dias farão a alegria daqueles que, como eu, adoram sair pelo mato para catá-los e saboreá-los.
Um fato que me chamou a atenção foi o intenso movimento no comércio, principalmente ali no coração econômico da cidade, na Avenida Minas Gerais. Parecia a Rua 25 de Março em São Paulo, claro que guardadas as devidas proporções.
A lamentar, porém, a incrível incivilidade de algumas pessoas que ainda insistem em fazer os seus passeios e farras nos rios da cidade e deixar para trás montanhas de lixo, com litros de bebidas, sacos plásticos, garrafas pet e latinhas de cerveja espalhados por todo lado. Quanta imbecilidade, meu Deus! Esses idiotas deveriam ser multados, obrigados a limpar a sujeira que deixaram e ainda levar uma surra de "corrião", como nos nossos velhos tempos de criança. Que povo burro, sô! Será que já se esqueceram de que há pouco tempo passamos por uma das piores secas da história e que estivemos à beira de um racionamento de água, causada em parte pela nossa degradação ambiental? Quando esse povo tapado irá se conscientizar da necessidade urgente de protegermos o meio ambiente para que fatos da espécie não voltem a acontecer?
Eu fico indignado com tamanha demonstração de burrice e falta de educação. Será que eles não param um minuto para pensar que eles poderão voltar lá para outra patuscada com os familiares e amigos e irão encontrar tudo cheio de lixo, que eles mesmos jogaram? Ô, cambada de patetas, acordem!
Outra coisa lamentável, que não muda nunca, é a falta de consciência de cidadania de uma enorme parcela dos jovens que, nas suas casas ou nos seus carros, tocam músicas de péssimo gosto a um volume ensurdecedor, sem o mínimo respeito ao direito dos outros de não querer escutar tamanha baboseira. Até quando irá durar tamanha falta de bom gosto? Estive no Rio Verde para tomar um banho e lá estavam dois carros com o som nas alturas competindo para ver quem fazia mais barulho. As músicas, se é que se pode chamar aquilo de música, se misturavam e ninguém entendia nada de nada. Como é que conseguem isso?
Uma constatação triste que faço de Espinosa: tudo gira em torno de bebida. É a razão de ser da cidade. Não que eu não goste de bebida. Adoro tomar minhas cervejas e farrear como todo mundo. Só acho que tem outras coisas interessantes para se fazer além de só tomar gole. Já passou da hora de alguém entrar na Prefeitura e implementar mudanças radicais na estrutura de lazer e esporte na cidade. Quais as opções que a população tem? A alegação pela ausência de eventos culturais e esportivos sempre é a falta de recursos. Mas quanta coisa pode ser feita com pouco dinheiro nessas áreas. Por que não se promove competições de atletismo, com corridas de 50, 100, 200 ou 400 metros, salto em altura, salto em distância, arremesso e levantamento de peso, minimaratona etc? E campeonatos de basquete, vôlei, handebol, futsal, futebol de campo a cada seis meses? E uma feirinha na praça da Liberdade com barracas padronizadas, artesanato, comidas típicas e um festival de música para descobrir novos talentos? E uma massiva plantação de árvores pela cidade inteira para deixá-la mais bonita, amenizar o calor e proporcionar uma sombra para o descanso da população? E um projeto anual de apresentações na praça de filmes e documentários de fora do circuito comercial? E por que não um programinha de calouros na praça uma vez por mês, num sábado à noite? Quem sabe não aparece um novo Roberto Carlos por lá? Mas não sai nada, só bebedeira e aquela politicagem idiota e estéril. Não duvido nada que ainda tenha gente em Espinosa que nunca tenha ouvido falar da Bossa Nova ou do Tropicalismo; do Rock Progressivo ou do Heavy Metal; do Punk Rock ou da New Age; de Woodstock ou do Rock in Rio; do Live 8 ou do Crossroads Guitar Festival; do Festival de Montreaux ou do Monterey Jazz Festival. Por que lá só se ouve axé, funk e aquelas músicas bregas com letras de duplo (ou quádruplo) sentido, o tempo inteiro. É um tal de Silvano Sales pra lá e Gusttavo Lima pra cá que acaba ficando insuportável. Que coisa triste! Na nossa época de "boy" não tínhamos as possibilidades que nos proporciona hoje a Internet. Mas grandes artistas ainda se apresentavam na televisão, de todos os estilos musicais, fato que infelizmente hoje não ocorre. Mas não nos contentávamos com isso e procurávamos por novidades na loja de discos "A Musical" de Julinho Figueiredo, ali na Rua 9 de Março, ou então garimpávamos músicas e artistas de qualidade nas rádios, principalmente na Rádio Mundial do Rio de Janeiro, que nem sei se existe mais. A gente não conhecia tudo, mas pelo menos sabia um pouquinho de cada universo musical e a partir daí escolhíamos o que nos agradava. Atualmente, como não se escuta boas músicas nem na TV, nem nas rádios, nem nas ruas da cidade, a tendência natural é que a pobreza musical se dissemine contaminando a cabeça da garotada. Assim, rapaziada, usem a Internet para conhecer novos rítmos, novas vertentes musicais, artistas e músicas que não entram no circuito comercial e vocês poderão se encantar com tanta coisa boa que existe por aí sem divulgação na mídia convencional. Abram os seus horizontes, a vida não se resume a Calcinha Preta, Silvano Sales, É o Tchan e Gusttavo Lima.
Um grande abraço espinosense.

A entrada da cidade ficou legal, apesar dos quebra-molas inadequados.
Espero que as árvores cresçam logo para deixar mais bela a cidade.
A ornamentação de Natal da Praça Geraldo Ramos de Oliveira ficou bem bonita.
O Presépio da Igreja Matriz de São Sebastião, simples e especial.
A Igrejinha, toda em amarelo, parece estar bem cuidada.
O altar da Igreja Matriz.
Quantos de nós fomos batizados e casados aí? 
O aeroporto virou uma grande avenida, recheada de casas por
todos os lados. Será que veremos um dia tudo isso asfaltado
e com imensas árvores no canteiro central embelezando a paisagem?
Mesmo ignorado por muitos que desconhecem a sua grandeza,
ou nem o percebem, o busto de José Cangussu enfrenta com firmeza o
sol causticante, dia após dia na praça do poder municipal.
Zé Dias e Alisson Cruz, duas figuras de destaque da cidade,
batem um longo papo no banco do jardim da Praça Coronel
Heitor Antunes.
O bar do atleticano reúne os amigos na Praça Antônio Sepúlveda.
Grande movimento na Avenida Minas Gerais para as compras de Natal.
A esperança nunca acaba: a roça de algodão já está plantada...
A Barragem do Estreito começa a voltar ao seu estado normal.
O cenário de beleza da represa volta aos poucos.
O Rio Bom Sucesso, ou do Galheiro, mesmo que apenas com um
pequeno fio de água corrente, insiste em continuar vivo.

Meu Rio São Domingos acolhe água em seu leito castigado pela
insensibilidade de muitos, mas já não corre mais como na
minha infância encantada e feliz.
Na estradinha para o açude de Clóves, o verde está de volta.
Dentro em pouco, os umbus deliciosos estarão disponíveis para consumo.
Mesmo com água represada, o açude de Clóves continua belo.
A Natureza é pródiga em lindas imagens, mesmo no caos.
Um lugar tão bonito e bom para se usufruir da Natureza e tão
malcuidado por alguns idiotas ignorantes.
Rio Verde Pequeno, adoro esse lugar! Se eu tivesse dinheiro,
compraria isso tudo só para preservar eternamente a sua beleza.
A barraginha acima da ponte ferroviária, um ótimo lugar para
se refrescar nesse calor insuportável.
Uma curiosidade: um mural no bar reúne as nossas grandes perdas
humanas na cidade recentemente. Lamentavelmente, entre elas, Tintin,
Dé da Codevasf, Mauri, Sílvio Ribeiro, Nivaldo Faber, Dona Carmita,
Manoel da Luz, Dirceu Ribeiro etc. Saudades... 
Mas a esperança não pode jamais findar. Até a lua resolveu aparecer
no nosso céu em plena tarde ensolarada, para embelezar ainda mais
o nosso já tão encantado firmamento e confirmar que Deus existe e
está dentro de cada um de nós...
Um novo ano de felicidades para todos vocês...
  

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

603 - Encontro de amigos para homenagear o craque Roberto "Pé-Duro" Martins

Aproveitando as comemorações do Natal em Espinosa, quando muitos espinosenses espalhados pelo mundo retornam à cidade para reencontrar os familiares, a Associação Atlética Banco do Brasil promoveu uma partida de futebol society entre os atletas masters do Realmatismo Futebol e Cerveja e do 9 de Março Esporte Clube. O evento aconteceu no sábado pela manhã no Campo Society Izaías Mariano Mendes e, além da disputa esportiva amistosa, foi prestada uma pequena homenagem a Roberto "Pé-Duro" Martins, um dos maiores craques da história do futebol espinosense. Pé-Duro se destacou no cenário esportivo espinosense pela sua capacidade técnica, pela sua grande categoria com a bola nos pés e pela grande vontade de vencer.
Antes do início da partida, todos os participantes se reuniram em campo, quando foi feita a entrega de uma placa em homenagem a Pé-Duro, pelo seu velho companheiro de futebol do Espinosense Esporte Clube, Ildefonso Castro. Depois de algumas palavras do orador, da leitura do texto constante da placa por Fonso e de uma breve declaração do homenageado, todos puderam cumprimentá-lo e eternizar aquele momento em fotografias.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

REALMATISMO: Robinho, Pé-Duro, Zinho, Eustáquio e Ricardo;
Rubens, Walter, Célio e Fonso

9 DE MARÇO: Herivélton, Pé-Duro, João Carlos, Marquinhos, Rogerinho
e Rildo; Joaquim, Naneza, Marquinhos do Hospital e Ricardinho
O jogo se iniciou logo em seguida, debaixo de um sol escaldante, que comprometeu um pouco o desempenho dos já veteranos jogadores, mas sem impedir a disputa acirrada, a realização de ótimas jogadas, lances de rara beleza e muitos gols. O Realmatismo, mesmo com os desfalques de Mílton Barbosa, Waguinho Barateiro e Galego, foi mais eficiente e venceu a partida pelo placar de 6 x 4, com gols de Eustáquio (quatro gols), Walter e Rubens. Pelo 9 de Março marcaram Ricardinho, Naneza, Marquinhos do Hospital e Joaquim.

Para completar o festivo reencontro de velhos amigos amantes do futebol, houve uma animada confraternização com muita carne assada e cerveja gelada que se estendeu por todo o dia, só terminando à noitinha. Quero agradecer a Ito, funcionário da AABB, pelo grande empenho em organizar o encontro. Agradecimentos também a Orlando da AABB, ao "fotógrafo" Bila, ao "camera-man" Jean e ao "comentarista" Lelo pelo importante apoio ao evento. Valeu, rapaziada!
Confiram vídeos e fotografias do evento logo abaixo.
Realmatismo: Ricardo, Fonso, Zinho, Walter, Eustáquio, Célio, Rubens e Robinho.
9 de Março: Rildo, Marquinhos, João Carlos, Naneza, Herivélton, Joaquim, Marquinhos do Hospital, Ricardinho e Rogerinho.
Um grande abraço espinosense.

602 - O justiceiro Tex Willer

O universo mágico das histórias em quadrinhos tem uma importância especial na minha formação educacional. Desde muito criança fui um inveterado leitor das revistinhas em quadrinhos, adquiridas na banca de Sêo Zezinho Oliva com os poucos recursos que me caíam nas mãos. Usava todo o dinheirinho que ganhava para comprar revistas, ao invés de gastá-lo com doces, balas ou refrigerantes. Jamais me arrependi. As tais viagens virtuais de hoje em dia, com o uso da tecnologia, eu já as fazia com a leitura das minhas revistas em quadrinhos. E eram muitas histórias, de todos os tipos, com personagens os mais diversos. Do biliardário Tio Patinhas ao paupérrimo Zé Carioca. Do caçador de recompensas Jonah Hex ao justiceiro Tex Willer. Do fantasminha camarada Gasparzinho ao irascível Pato Donald. Do atrapalhado Pateta ao inteligente e esperto ratinho Mickey. Do imbatível Superman ao falível Homem-Aranha. Do míope Mister Magoo ao enigmático Fantasma. Do mágico Mandrake ao mascarado Batman. E por aí vai...
Mas hoje eu falarei de apenas um deles, um dos mais famosos cowboys justiceiros de todos os tempos dos quadrinhos: Tex Willer. Geraldo Gonçalves Lopes, o Gera de Vavá, meu grande amigo de Rua da Resina, colecionava as revistas de Tex e, generosamente, nos emprestava a todos da rua para ler as suas aventuras. Era um barato só.
O personagem foi criado em Milão, na Itália, no ano de 1948 por Giovanni Luigi Bonelli (roteirista) e Aurelio Galleppini (desenhista). Mais tarde, o editor Sergio Bonelli levaria o nome do ranger Tex Willer a conquistar milhões de fãs ao redor do mundo. O que faz a leitura de suas histórias ser tão interessante é a disseminação do conhecimento, a riqueza de informações sobre a cultura dos índios, da vida dos pioneiros que conquistaram o oeste americano, das referências e detalhes de eventos históricos da nação americana, além de muita ação, aventura e bom humor.
Um dos seus mais importantes desenhistas foi Giovanni Ticci, que nos anos 70 e 80 consolidou uma imagem definitiva do personagem. Também foram desenhistas de Tex Willer em várias fases: Galep, Letteri, Nicolò, Fusco, Gamba, Muzzi, Capitanio, Monti, Civitelli, Giolitti, Marcello, Della Monica, Ortiz, Venturi, Villa, Bernet, Font, De La Fuente, Blasco, Magnus, Sommer, Ortiz, Kubert, Repetto e Garcia Seijas. Grandes autores escreveram as suas histórias como Giovanni Luigi Bonelli, Guido Nollita, Claudio Nizzi, Mauro Boselli, Decio Canzio, Antonio Segura, Giancarlo Berardi, Gianfranco Manfredi, Pasquale Ruju e Tito Faraci.
No ano de 1985, Tex Willer teve a sua história contada em um filme produzido para a televisão e filmado na Espanha, com Giuliano Gemma  como Tex Willer, Willian Berger como Kit Carson e Carlos Mucari como Jack Tigre, que infelizmente não foi bem sucedido.
O personagem Tex Willer foi criado no ano de 1948 e apareceu pela primeira vez no dia 30 de setembro daquele ano na história 'Il Totem Misterioso". No início, um fora-da-lei, depois de vingar a morte do seu pai e do seu irmão. Depois, Tex foi transformado em um ranger, um policial especial dos Estados Unidos, além de chefe dos índios Navajos. Para combater as injustiças ocorridas em toda a região, Tex (Águia da Noite para os navajos) se vale do apoio dos companheiros Kit Carson, o velho e inseparável amigo, também ranger; o índio navajo Jack Tigre, seu fiel escudeiro e Kit Willer, ou Falcão Pequeno, filho seu e da índia Lilyth (Lírio Branco).
Se você ainda não conhece o personagem, nunca é tarde para descobrir e apreciar as incríveis aventuras de Tex Willer e seus fiéis parceiros.
Um grande abraço espinosense.