Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

282 - Pitacos desvairados VI

O VEXAME HISTÓRICO DO GALO - Repercute como nunca a derrota acachapante do Galo frente ao Cruzeiro na última partida do Campeonato Brasileiro de 2011. Se ninguém via nas ruas alguma camisa do Cruzeiro na semana que antecedeu o clássico, após a surra aplicada no rival no domingo passado, na Arena do Jacaré, a cidade de Montes Claros acordou em azul e branco. Por onde você passasse, nos últimos dias, centenas de torcedores orgulhosos exibiam felizes as suas camisas azuis, tirando o maior sarro dos alvinegros. E com razão. Até este jogo decisivo para o Cruzeiro, contra o Galo, ninguém tinha o que comemorar, pois o que ocorreu nesta edição do Brasileirão foi uma performance ridícula dos times mineiros na competição, com o rebaixamento do América e a briga desesperada dos dois maiores times de Minas para se salvar da Série B. Mas o clássico mudou tudo e devolveu o orgulho, a alegria e a confiança aos torcedores celestes. Quanto aos atleticanos, não existe esta história de jogo vendido ou coisa parecida. O que aconteceu realmente é que o Galo não se deu conta de que o Cruzeiro viria com toda a garra e vontade para um jogo crucial para o seu lado, não se dedicou com a tradicional garra que sempre caracterizou o time preto e branco, relaxou, imaginou que seria um jogo comum, tomou logo cedo um gol e, totalmente aturdido e desequilibrado, levou a maior goleada da história do tradicional clássico mineiro. Agora os jogadores do Atlético devem se conscientizar de que entraram para a história do Galo, e de um dos maiores clássicos do mundo, como os caras que protagonizaram o maior vexame de todos os tempos e terão que engolir isso para o resto de suas vidas. Cara, jogo bola desde pequeno e acho que nesses 40 anos de futebol (de campo), não me lembro de ter levado uma balaiada dessas. Que coisa triste!

A ENTREGA DA TAÇA - De uns tempos para cá, a CBF, com apoio da TV Globo (SporTV), que detém os direitos de transmissão da competição, promoveu algumas radicais mudanças na estrutura da premiação do Campeonato Brasileiro que, em parte, não concordo. Inventaram uma festa toda badalada para a entrega dos prêmios aos melhores jogadores, escolhidos pelos jornalistas, como também para a entrega dos troféus aos campeões de todas as séries. Quanto à entrega dos prêmios aos melhores jogadores de cada posição, ao artilheiro, ao craque do campeonato, ao melhor árbitro, tudo bem. É muito legal. Mas realizar a entrega da taça ao time campeão em uma festa e não no momento da conquista, no campo, para que sejam compartilhadas a alegria, a emoção e a empolgação do momento com a torcida, isso, definitivamente, acho uma completa heresia. A melhor e mais emocionante imagem de uma conquista futebolística é a entrega, ainda no campo de jogo, do objeto maior do desejo de todos os competidores, a taça de campeão. Deixar para entregá-la, dias depois, em uma festa sem graça, com uma apresentação pautada pelo constrangimento e enfadonhamento, repleta de gafes e sem qualquer emoção, não me parece ser a decisão mais inteligente. Haja vista a maravilha que é a entrega da taça mais cobiçada pelos maiores times da Europa e do mundo, o troféu de campeão da Champions League.
A CBF e a Globo precisam rever isso rapidamente, pois a comemoração da vitória sem a taça em campo e sem a clássica volta olímpica deixa os jogadores completamente confusos, sem saber qual atitude tomar para extravasar a sua emoção pela conquista. Lamentável! Ah, e parabéns ao Corínthians e aos corintianos pela expressiva conquista.
Em tempo: Claro que eu sei que dois times poderiam ser campeões em estádios diferentes no domingo passado. Que a CBF providencie outra cópia perfeita da taça, ora bolas. Ou se mais times tiverem a chance de ser campeões na mesma rodada, que se façam outras taças. Qual a dificuldade? Isso é o mais fácil.
A TROCA DE CADEIRAS NO JORNAL NACIONAL - De extremo mau gosto toda a encenação criada pelo diretor William Bonner para se despedir da sua esposa e companheira na apresentação do jornal mais assistido na televisão do país. Ninguém duvida da importância do Jornal Nacional na história da televisão brasileira, com seus mais de 40 anos de vida. Mas a simples troca de uma apresentadora por outra, coisa corriqueira nos programas ou jornais televisivos, não poderia ser tão exageradamente dimensionado como aconteceu nestes últimos dias. Para quem ainda não sabe, a competente jornalista Fátima Bernardes deixou a bancada do Jornal Nacional, onde trabalhou por 14 anos, para se dedicar a um programa totalmente seu nas manhãs da Globo. Para o seu lugar irá a linda e também competente Patrícia Poeta, que apresentava o programa dominical Fantástico. Qual a importância disto, desta troca, para merecer uns 10 minutos de blablablá, rasgação de seda e bajulação exacerbada na edição da última sexta-feira do Jornal Nacional? E nos dias seguintes? Creio que houve uma tremenda exageração cometida pelo companheiro e manda-chuva da atração global em favor da sua companheira de lar e trabalho, que poderia ser bem menos acintosa e mais sutil. Pegou muito mal. Coisa feia!
A CONFISSÃO DA FRAUDE - Todo mundo com o mínimo de discernimento já sabia da imensa fraude perpetrada por alguns figurões da TV Globo, na edição indecente e criminosa do último debate entre os candidatos Lula e Collor, apresentada no Jornal Nacional dias antes das eleições de 1990. Uma das mais terríveis atitudes de como não se deve agir a imprensa. Uma vergonha! O todo-poderoso José Bonifácio de Lima Sobrinho, o Boni, confessou em entrevista que deu dicas ao então candidato Collor para usar de artifícios anti-éticos no debate presidencial. Inúmeras reportagens disponíveis na Internet mostram a história desta triste operação nos porões da rede de televisão, inclusive com depoimentos de figuras importantíssimas como o brilhante jornalista Armando Nogueira, para impedir que o "metalúrgico analfabeto" chegasse ao poder.
Lembro-me bem das imagens mostradas na televisão. Colocaram no ar, em um resumo do debate, os melhores momentos do Collor e os piores do Lula e sepultaram de vez a possibilidade de um trabalhador, naquele momento, chegar ao poder pela vontade de um povo que, já ali, queria mudanças. Naquele dia, ao assistir àquela desprezível montagem, dei-me conta de que não tínhamos a menor chance de sucesso. Mas o tempo passou e Lula chegou lá. E o que poderia ter acontecido há mais tempo, se tornou realidade com um governo de forte crescimento econômico, com maiores oportunidades para todos, com a ascenção de uma imensa massa de brasileiros para uma vida melhor e o direcionamento do governo para atender às camadas mais carentes da população. Demorou, mas o dia chegou. E valeu a pena.
Só como informação de como as coisas mudam: na campanha para as eleições de 1990, éramos pouquíssimos gatos pingados (a maioria bancários do BB) em favor de Luís Inácio Lula da Silva. Fizemos uma pequena carreata pela cidade e fomos vaiados, xingados, chamados de comunistas, assassinos de crianças e outras idiotices mais. Hoje vejo que essas pessoas foram as mais beneficiadas pelo "Sapo Barbudo", que chegou ao poder depois de muita determinação, luta e serenidade. É, assim caminha a humanidade. Nada como um dia atrás do outro. E a "guerrilheira" também continua indo muito bem, graças a Deus. Que continue assim, para o engrandecimento deste nosso encantador país.
A CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS - Neste domingo, dia 11 de dezembro, os nossos irmãos paraenses decidirão, em plebiscito, se o imenso estado do Pará se desmembrará em três, com a criação dos estados de Carajás e do Tapajós. É óbvio que as regiões que farão parte dos novos estados serão bastante beneficiadas, conforme outros exemplos ocorridos no país, como a criação do estado do Mato Grosso do Sul e do Tocantins, tempos atrás. Acho que em matéria de desenvolvimento, a ideia é muito boa, pois descentraliza o poder, favorece o desenvolvimento e atende melhor a população mais interiorizada, com uma melhor distribuição das verbas federais em prol de uma melhoria da qualidade de vida do povo. É claro que isso também aumentará o número de políticos e de gastos públicos, o lado ruim da coisa, mas para a população imagino que será bastante benéfica.
Tenho notícias (ou boato) do início de uma movimentação em curso na luta pela emancipação do distrito de Itamirim. Para Espinosa, é claro que não seria bom. Para Itamirim, no entanto, seria a redenção, pois a localidade já possui uma ótima infra-estrutura e seria altamente beneficiada com esta libertação. Vejamos o exemplo de Mamonas, que teve um salto enorme no seu desenvolvimento após a sua emancipação de nossa Espinosa. O que acontecerá, eu não sei, mas qualquer que seja o futuro, Itamirim e o seu povo, assim como Mamonas, estará sempre presente no coração dos espinosenses.
Um grande abraço espinosense.
Praça do distrito de Itamirim