Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

domingo, 4 de dezembro de 2011

281 - Ufa! Que alívio! O Cruzeiro está salvo da segundona. E de goleada sobre o Galo.

Que alívio! O time do Cruzeiro e sua torcida finalmente respiram aliviados depois de dias e dias de ansiedade e sofrimento pela possibilidade de queda, pela primeira vez, para a segunda divisão do futebol brasileiro, após uma campanha sofrível da equipe nesta edição do campeonato brasileiro. Depois de empatar com o Ceará por 2 x 2, no Castelão, em Fortaleza, na rodada passada, o Cruzeiro finalmente se livrou do temido rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro com uma atuação de gala sobre o maior rival, o Atlético, na pior campanha cruzeirense na era dos pontos corridos.
Caíram para a segunda divisão nesta rodada o Ceará e o Atlético-PR que se juntaram ao América-MG e Avaí, que já tinham sido rebaixados anteriormente. Agora é começar o planejamento para a temporada de 2012, com mudanças estruturais na equipe, principalmente no ataque, setor mais frágil do time na atual campanha. Com novo presidente, a torcida espera nunca mais passar pela angustiante luta contra o rebaixamento que o clube enfrentou nesta temporada.
Quanto ao clássico Atlético x Cruzeiro, não poderia ser diferente. Com um ingrediente de emoção a mais, por ser um jogo de vida ou morte para o Cruzeiro, que dependia do resultado favorável para permanecer na primeira divisão sem depender de outros resultados, a partida teve muitos momentos de emoção e alegria para a torcida azul, a única presente na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
O Cruzeiro entrou arrasador, com uma vontade impressionante de decidir logo a partida, fato que não havia acontecido neste segundo turno do campeonato. O Atlético, ao contrário, parecia estar treinando, muito sonolento e desatento na marcação. O Galo teve uma boa chance com Felipe Soutto, que fez boa jogada, mas ao invés de chutar forte e cruzado no gol do jovem goleiro cruzeirense Rafel, tentou colocar a bola, chutando para fora. O Cruzeiro, entretanto, não perdoou e aos 8 minutos, Roger escorou um cruzamento perfeito de Wellington Paulista (por sinal muito bem no jogo) e fez o primeiro gol. O técnico atleticano Cuca fez uma substituição, tirou Serginho para a entrada do atacante Magno Alves, com Carlos César voltando à sua posição de origem, a lateral-direita. Mas nada mudou. O time celeste continuou melhor no jogo e aos 28 minutos, depois de uma cobrança de falta de Roger, Leandro Guerreiro completou de cabeça e fez o segundo gol cruzeirense. Aos 33 minutos, Anselmo Ramon fez o terceiro gol do jogo, depois de receber ótimo cruzamento de Wellington Paulista, depois da falha infantil do zagueiro Réver. Mas tinha mais e aos 45 minutos, Fabrício penetrou pela esquerda, sem marcação, e chutou de fora da área, anotando o quarto gol do Cruzeiro, para delírio dos mais de 18.000 pagantes presentes na Arena do Jacaré.


No segundo tempo, o Cruzeiro continuou massacrando o time alvinegro e aos 12 minutos aconteceu o quinto gol cruzeirense através de Wellington Paulista, após ótima jogada de Roger pelo lado esquerdo da defesa atleticana. O Galo diminuiu aos 15m com Réver, após cruzamento do outro zagueiro Leonardo Silva. Mas continuava jogando desinteressadamente, completamente aturdido pelo resultado adverso e pela dedicação obsessiva do time celeste. E o segundo tempo continuou no mesmo rítmo, com o Cruzeiro administrando o jogo e o Galo completamente perdido. E para coroar a belíssima atuação cruzeirense, aos 45 minutos saiu mais um gol cruzeirense, através de Éverton, depois de boa jogada de Ortigoza. Aí era só comemorar e relaxar, depois de uma fase terrível no final do Campeonato Brasileiro. A torcida cruzeirense tem muito o que comemorar, depois de uma exibição de alto nível do time e uma goleada histórica sobre o grande rival.
Ao final da partida, uma das mais importantes da história do clube da Toca da Raposa,  o sentimento era de alívio e satisfação pela permanência do time na primeira divisão e muita alegria pela partida primorosa e a incrível goleada no maior adversário.    

280 - Tristeza: Os fãs do futebol-arte choram a perda do Doutor Sócrates

Pode parecer uma fixação, mas definitivamente não é. Ultimamente a palavra morte tem sido bastante utilizada aqui neste espaço. Mas não há como fugir dela. Nem da palavra, muito menos da dura realidade que muita gente quer ignorar, de que ela, a temida morte, é a única coisa infalível na nossa vida. Nada, mas nada mesmo, impede a sua chegada sorrateira e fatal. Nem dinheiro, nem beleza, nem inteligência, nem força, nem vontade, nem macumba, muito menos choro e lamentação. É o nosso destino certo, com a sutileza criada por Deus de total ignorância de nossa parte sobre o fatídico dia em que ela nos mostrará a sua cara. Por isso que a nossa vida é bela e tem que ser aproveitada por inteiro.
A mais recente e triste notícia traz a morte de um dos maiores craques da história do futebol brasileiro, ídolo do Corínthians e da Seleção Brasileira, quando foi um dos destaques de um dos melhores times de todos os tempos, a seleção brasileira de 1982, que disputou a Copa do Mundo na Espanha. Com a sua elegância e técnica exuberantes e com o clássico passe de calcanhar que lhe era peculiar, o Doutor Sócrates, ou o Magrão, fez história no Corinthians não só pelo futebol apresentado como também pela implantação da "Democracia Corinthiana" no clube paulista, ao lado de Casagrande e Wladimir. Participou ativamente da Campanha das "Diretas Já", que reuniu multidões pelo país pedindo a volta do voto direto para presidente, atitude impensável para a grande maioria dos jogadores sem personalidade e formação, de ontem e de hoje.
O Doutor iniciou e terminou a sua carreira no Botafogo de Ribeirão Preto e jogou ainda por Fiorentina da Itália, Flamengo e Santos. Participou, como titular absoluto, de duas Copas do Mundo nos times treinados pelo Mestre Telê Santana, em 1982 e 1986.
Um dos poucos jogadores de futebol que se dedicou ao estudo e se formou em Medicina, Sócrates teve problemas de saúde recentes causados por uma cirrose hepática, resultado de anos e anos ininterruptos de consumo de álcool. A última internação se deveu a uma infecção intestinal, que devido à sua atual debilidade física, lhe causou grave problema.
Sócrates faleceu às 4h30 nesta madrugada de domingo, aos 57 anos de idade, no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência de infecção generalizada. Infelizmente, no dia da decisão do Campeonato Brasileiro, em que o seu time do coração, o Corínthians, fatalmente se tornará penta campeão. Uma perda inestimável para o futebol e também para o país. O futebol-arte perde um dos seus maiores astros e eu um dos meus ídolos.

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira nasceu em Belém, no Pará, em 19 de fevereiro de 1954. O Doutor Sócrates, ou Doutor, ou ainda Magrão, como era conhecido, foi um dos melhores jogadores de futebol do Brasil e um dos maiores ídolos do Corinthians. É irmão de Raí, outro famoso jogador de futebol, que também se destacou e chegou à seleção brasileira e foi campeão mundial na Copa do Mundo de 1994. Ele atualmente exercia a Medicina, além de ser articulista da revista Carta Capital e comentarista do programa Cartão Verde, da TV Cultura.

Há pouco tempo, Sócrates deu uma longa entrevista a Marília Gabriela, falando sobre tudo, inclusive sobre a sua enfermidade. Assistam abaixo.